A noite passou quase num piscar de olhos, e assim como a Lua se foi para dar espaço ao Sol, era hora também daquela missão chegar ao seu fim.
Dormindo juntas num sofá lotado de almofas, Sasha e Anne finalmente reagem aos primeiros raios de luz que entraram pelas janelas. Anne foi a primeira a abrir os olhos, e um sorriso se formou em seus lábios.
— Você manteve sua promessa mesmo né… — sussurrou para si ao ver Sasha ainda dormindo ao seu lado.
Anne tentou novamente fechar os olhos, mas um barulho de explosão vindo da garagem fez ela saltar do sofá, e Sasha que ainda roncava acabou por no impulso acompanhar Anne, porém ao tentar cair de pé, foi direto ao chão.
— O que tá acontecendo?! — gritou Anne no desespero, para então notar sua amiga caída. — Sasha! Você tá bem?!
Ela se ajoelhou, botando a mão no ombro de Sasha. Seus cabelos loiros estavam desgranhados, colados em todo seu rosto; esse que tinha um olhar pesado de sono, sobrancelhas pra fazer e um tique nervoso na pálpebra direita.
— Malditos machucados… — balburciou irritada. — Eu tô bem… O que foi isso?...
Anne ajudou ela a levantar, e se sentar no sofá.
— Fica de repouso, eu vou ver — ela ia se afastando, pegando uma das espadas de Sasha. — Aliás, você baba enquanto dorme.
A outra demorou um pouco para processar, e quando veio a cabeça franziu as sobrancelhas.
— Eu não!... — Anne já tinha ido. — Que saco… — ela voltou a se deitar, e caiu no sono no mesmo segundo.
Anne foi em direção ao barulho e abriu a porta na base da ignorância, e o som foi tão grande quanto o da explosão (tanto que se ouviu mais um "tuc" de Sasha caindo no susto).
— Tem algo de errado aqui?! Onde está a treta?! — Anunciou Anne.
— Ei, ei, ei, não tem nada de errado aqui! — Meg respondeu enquanto balançava os braços acima da cabeça.
Realmente, na garagem havia apenas um esqueleto de metal completamente desmontado e Meg - sua pele translúcida havia desaparecido, dando espaço a uma camada de graxa -, e ao lado de ambos tinha um motor que soltava fumaça escura e todo o chão ao seu redor tinha ficado preto.
— Eu só tava consertando ele — Meg continuou —, considerando todas as coisas que vocês me falaram, e que obviamente eu vi, resolvi fazer umas modificações
Amme suspirou em alívio, e escorou na batente da porta.
— Que bom, essa máquina era bem doida.
— Vocês fizeram um estrago, admiro suas habilidades de luta — disse Meg com um sorrisinho enquanto se passeava por dentro do dorso da máquina.
— Que nada, hehe — Anne corou. — Mas bem, sobre o convite…
Meg parou, e saiu entre fios e fumaça. Sua expressão era séria e seus olhos carregados de pensamentos, mesmo que no fundo, parecessem decididos.
— Olha, Anne humana — ela desceu e foi em direção a garota. — Eu pensei sobre isso, e… — ela suspirou — …infelizmente não poderei participar diretamente da causa.
— E por quê? — Anne arqueou as sobrancelhas.
— Bom… não posso abandonar meu pai. Claro, eu posso oferecer remédios e afastar o cogumelo de vocês, só que diretamente não vou poder… desculpe. — Ela abaixou a cabeça e desviou o olhar.
Anne engasgou com as palavras, as memórias preencheram sua cabeça, memórias dos dias com sua família. Não só isso, mas também veio a imagem da família Plantar… naquele momento, seu coração se encheu de emoção.
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CRÔNICAS DA REVOLUÇÃO
FanfictionApós Anne voltar para Amphibia, ela tem que aprender a conviver e ajudar no dia a dia da revolução.