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Estava sol do lado de fora da mansão, os passarinhos cantavam e a brisa do mar batia com tudo no espaço aberto que eu estava com a Duquesa. Estávamos sentadas em uma mesinha redonda com chá, biscoitos e eu estava com meu livro onde escrevo poemas desde os cinco anos de idade. A pequena varanda que dava para o mar era feita de mármore, com pilastras esculpidas e plantas trepadeiras decorando o pequeno muro também de mármore.

Desde a noite passada Billie não falava sobre o que viu, também não queria que falasse, ela poderia até ter pensado em perguntar, mas essa ideia desapareceu quando ela pediu desculpas e saiu correndo fechando a porta do quarto

Eu parei de escrever colocando a pena no tinteiro e assoprei a página para a tinta secar mais rápido, comecei a reler o poema com um risinho no rosto feliz pela minha obra

– por que está rindo? – ela perguntou, eu a olhei questionando – sobre o quê estava escrevendo?

– nada demais – menti

A ideia de falar, ou mostrar, meus poemas era algo bem pessoal para mim já que nem minha família lia o que eu escrevia

– não parecia ser nada – ela me olhou dando um sorriso de amolecer o coração – não se sente confortável para falar ainda?

Balancei a cabeça em negativa com um sorriso envergonhado olhando para ela e depois para a página

– tudo bem – ela voltou a ler o que estava lendo, tomou uma xícara de chá e, pela primeira vez, notei seus anéis de prata, alguns lisos outros com desenhos

Sua mão estava não muito cheia de anéis adornados, suas mãos eram fofas mas ao mesmo tempo muito bonitas. Chegava a ser sensuais e bem femininas. Mordi o lábio inferior sutilmente tentando imaginá-las em meu corpo

– gostou de algum? – ela falou calmamente me encarando com um sorriso de lado – posso te dar um se quiser muito

– ah! Não, e-eu… – ela estendeu a mão na mesinha me mostrando sua mão direita. Passei os dedos em um anel com uma pedra em formato de coração, preto

– gostou dele? – ela o tirou do dedo e me estendeu a mão para que eu pegasse – ora, vamos – ela pegou minha mão colocando o anel no meu dedo do meio da mão esquerda – ficou lindo

Ela acariciou o anel em minha mão me fazendo ter espasmos e ficar com as bochechas vermelhas. Tirei minha mão da sua agradecendo o presente, colocando a no colo admirando a pedra preta

– ficou bonito em você – ela voltou a ler o livro

Agradeço o elogio e tudo volta a ficar quieto de novo. Alguns segundos depois um criado veio ao encontro da duquesa falando que Lady Helena Sposa queria falar comigo

– deixe-a entrar – Billie balançou a mão e voltou a ficar séria

Não demorou muito para ouvir o gritinho esganiçado de Helena vindo em minha direção, seu vestido branco com bolero azul cheio de pedras destacou seus olhos. Me levantei e fui em seu encontro a abraçando e a mesma retribuiu o gesto

– é tão bom te ver – nos separamos – podemos caminhar um pouco? Preciso falar com você

Olhei para a Duquesa pedindo sua permissão e ela apenas assentiu com a cabeça mordendo o lábio inferior. Saímos da varanda indo para dentro da mansão passando pelos corredores bem iluminados por causa da luz natural.

Helena pegou meu braço se prendendo a ele e certificando que ninguém estava por perto ouvindo

– seu pai veio falar comigo – ela disse com um pouco de medo – a Imperatriz quer mudar o anúncio do noivado, para semana que vem

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