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- Domus, já conversamos sobre isso - disse começando a ficar irritada - vou me casar hoje e preciso de todo o tempo que der para me arrumar e me preparar, então por favor, saia da minha casa

- já está tratando essa casa como sua? - ela diz quase indignado

- porque eu irei me casar com a dona dela - sorri - e darei um filho para ela, filho esse que vai ser um duque muito bem educado e nada possessivo, nada parecido com você

- sua atrevidinha - ele ri - Catarina, você não entende, deixe-me explicar ...

- não quero suas explicações, quero que vá embora

- ...eu só estou aqui porque você me arruinou - ele começa - então, você tem o direito de me conceder um desejo

Pensando bem, era melhor eu ter pego uma faca na cozinha. Enquanto ele se aproximava eu dava dois passos para trás

- Catarina, devo confessar que tenho uma certa obsessão por você - ele sorri

- sério? Não percebi - cruzo os braços

- vamos fazer o seguinte - ele segura meu braço com força - vou te dar uma última chance de subir naquele cavalo comigo e irmos para a igreja mais próxima e nos casarmos

- aqui está minha resposta - cuspo em sua cara - agora me deixe em paz

Ele vira o rosto e o limpa, então se volta para mim com uma face raivosa e defere um tapa em meu rosto, sinto meu cenho  arder com a ação e umas lágrimas caem de meu olho, passando pela bochecha e caindo em meu busto. Minha respiração começa a falhar, mas eu tento manter minha pose

- sua peste - ele aperta mais meu braço - você vai comigo agora, cansei de ser bonzinho com você

- me solta Domus - falo entre os dentes

Ele não dá a mínima e começa a me arrastar para o lado de fora da casa, me rebato igual um peixe na rede e caio no chão me sujando de terra, consigo me desvencilhar correndo para dentro da casa novamente, vou para os fundos entrando na cozinha e pegando a faca mais afiada que consegui achar, me coloco em posição de defesa quando o vejo na porta

- abaixe essa faca Catarina - ele pede - por favor

- vá embora, eu não quero e nem vou me submeter a um canalha igual você - falei chorando de raiva

Meu vestido, agora sujo de terra, tinha rasgado mostrando uma parte da minha perna coberta pela meia bordada e a pulseira que Billie me dera não estava mais em meu braço

- já fui chamado de muitas coisas - ele parece pensar - mas nunca de canalha

- existe uma primeira vez para tudo - sorri com raiva - vá embora

Ele começa a arrudiar a mesa central da cozinha enquanto eu tento me manter longe dele. Domus tentava me fazer mudar de ideia mas assim que consegui chegar ás portas do fundo corri o mais rápido que pude com a faca ainda em mãos, quando consegui finalmente ver a igreja comecei a ficar sem fôlego e sem forças, Domus, que vinha logo atrás, puxou meu braço me fazendo cair no chão

Ele ficou por cima de mim e tentou me segurar, consegui furá-lo no braço com a faca mas não surtiu muito efeito, ele segurou a mão em que estava a faca e conseguiu arrancá-la a jogando longe. Nesse momento eu já não sabia mais o porquê de estar chorando, se era de aflição, medo ou raiva. De seu bolso direito ele tirou uma corda de cizal e me virou com os braços para as costas, amarrou meus pulsos bem forte e se levantou

- agora, meu bem... - ele suspirou - ...vamos para onde possamos viver felizes para sempre

- me solte seu filha de uma puta - falei em prantos - me deixe em paz, por favor

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