ㅡ (true.♡)

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me desculpem se tiver algum erro, eu não revisei.

gente, tenho que avisar que essa fanfic é sobre assuntos delicados, sobre relação ruim com os pais, então não quero que seja um gatilho pra ninguém, se não se sentem confortável sobre isso, não leiam!!!

[...]

ㅡ O seu celular...eu quebrei ele.ㅡ

Chuuya inclinou a cabeça olhando dessa vez diretamente para os olhos de Dazai. ㅡ Como? ㅡ

ㅡ É..eu..eu fiz uma coisa horrível, Chuuya. Só preciso que escute e depois você pode descontar em mim. ㅡ Dazai olhou para ele mordendo o lábio inferior e viu Chuuya assentir. Então o maior rapidamente se sentou na cama, olhando nos olhos de Chuuya. ㅡ Naquele dia quando trocamos os celulares eu saí do trabalho, se me lembro bem eu estava indo comprar o meu remédio que me controlava quando eu tinha esse tipo de crise, e do nada o seu celular começou a tocar. Eu atendi...sua mãe disse que o seu pai não estava morto, e que estava te procurando pra te matar. No final ouvi os gritos dela e eu tive um ataque de Pânico, não sei, eu me senti estranho, pensando na possibilidade do seu pai nos rastrear...e eu...eu quebrei o seu celular, não consegui me controlar. E desde então eu venho tendo pesadelos onde o seu pai te mata, ando tendo visões também, e por isso não estava querendo que você saísse por aí. Chuuya, acredita em mim, foi tudo pelo o seu bem. Me desculpe, eu sei que deveria ter falado antes...ㅡ

Dazai não percebeu quando Chuuya começou a chorar. Ele levou as mãos até a cabeça e começou a andar de um lado para o outro.

ㅡ Então...ele matou a minha mãe? ㅡ

Dazai quis chorar quando Chuuya sussurrou com a voz entre cortada.

ㅡ Não temos certe-ㅡ

ㅡ Como não?! Ela estava gritando! ㅡ Chuuya gritou.

ㅡ Sim! Mas não pode simplesmente ir até onde o seu pai está agora! ㅡ Dazai viu Chuuya puxando ar. ㅡ Chuuya! ㅡ Ele se levantou da cama e foi até Chuuya. Chuuya não conseguia pensar direito. Deveria sentir raiva de Dazai? Do seu pai? Da sua mãe? Da sua vida? Da sua existência?

Dazai agarrou o rosto de Chuuya entre as duas mãos e encarou o menor nos olhos, fazendo ele fazer o mesmo. ㅡ Chuuya, sei que não é muita coisa mas a gente conseguiu construir nossa nova vida em outra cidade. Você não quer estragar isso, não é? ㅡ

Chuuya franziu a testa. ㅡ Ok, eu vou viver a minha nova vida com a minha mãe podendo estar morta! Não seja idiota. ㅡ Ele se separou de Dazai.

ㅡ Você disse que não se importava, Chuuya. ㅡ Dazai encarou ele, agora tinha a voz mais grossa que o normal.

ㅡ Caralho, eu disse isso sobre a droga do meu pai! Minha mãe eu me importo, Dazai! Diferente de você eu tive um pouco de amor dela antes de ela virar uma alcoólatra! ㅡ

Dazai arregalou os olhos quando ouviu o que Chuuya disse. Não conseguiu conter as lágrimas que desciam violentamente por suas bochechas. ㅡ Você..você tem razão. Me desculpe. ㅡ Dazai sussurrou tão baixo que Chuuya quase não escutou.

Chuuya agora que tinha se acalmado um pouco, percebeu que o que tinha dito foi a pior coisa do mundo.

Dazai se afastou, voltando para a cama. Não se sentia bem, sentia que tudo estava voltando a ser como era antes. Talvez viver com alguém com os mesmos problemas que os seus não era uma coisa tão legal como ele havia pensado.

Afinal, os dois sempre surtariam por serem quase loucos.

Essa era a consequência de não receber amor suficiente dos pais? Era tão ruim assim?

Dazai levou as duas mãos até o pescoço, não conseguia respirar direito. Ele começou a chorar igual uma criança. Não sabia se estava chorando por estar cansado de tudo ou pelo o que Chuuya havia dito.

ㅡ Dazai! ㅡ Chuuya correu até ele, segurando seus braços. ㅡ Dazai! Se acalma, eu tô aqui com você. Me desculpa....ㅡ Chuuya olhava para o moreno desesperado. ㅡ Me desculpa eu não devia ter falado aquilo! Por favor, me desculpa! ㅡ

Dazai não conseguia parar de chorar. Não sentia raiva de Chuuya nem nada, só não se sentia bem. Parecia uma daquelas crises de Pânico. Ele tentava puxar ar desesperadamente enquanto as lágrimas caiam, deixando tudo mais perturbador.

ㅡ O que eu faço?! ㅡ Chuuya gritou sentindo as lágrimas saírem nos cantos dos seus olhos. ㅡ Enfermeira! ㅡ Ele chamou, voltando a olhar Dazai que estava a ponto de desmaiar.

Depois de alguns minutos a enfermeira chegou correndo no local, vendo que Dazai já havia desmaiado.

[...]

Depois que Chuuya saiu do quarto que Dazai estava para o garoto se recuperar, ele ficou pensando. Será que deveria voltar? Dazai tinha razão no ponto em que se seu pai descobrisse onde estavam suas vidas voltariam a ser um inferno. Talvez ele devesse chamar a polícia e entregar o endereço de sua antiga casa. Mas isso também prenderia a sua mãe. Chuuya pensava em várias soluções, sempre encontrando pontos negativos.

Ele batia o pé nervoso contra o chão, agora não sabia se Dazai voltaria a falar com ele. Chuuya não sentia raiva de Dazai por ele ter escondido aquilo dele. Chuuya não conseguia sentir nada de negativo por Dazai.

Nada mesmo.

Ele estava preocupado. Se Dazai piorasse com certeza seria culpa dele. Faria algo para agradar Dazai. Ele se levantou e foi até a recepção.

ㅡ Boa noite. Eu estou com o paciente Dazai, eu vou dar uma saidinha, se ele precisar de algo, diz a ele que saí muito rápido? ㅡ

Chuuya viu a mulher anotar algo e logo acenar com a cabeça.

Ele saiu do hospital sentindo a brisa gelada contra o seu rosto. Fazia frio naquela noite. Chuuya decidiu que ia em um mercadinho comprar doce para Dazai como pedido de desculpa.

[...]

Chuuya havia feito a melhor compra da sua vida. Estava feliz porque Dazai certamente se sentiria melhor, ou era isso que ele esperava.

ㅡ Chuuya? ㅡ

Chuuya congelou, conhecia aquela voz, era familiar.

𝗩𝗢𝗜𝗗Onde histórias criam vida. Descubra agora