𝗩𝗢𝗜𝗗

ㅡ (letter.♡)

Conteúdo extremamente sensível, +18

Já haviam se passado trinta minutos desde que Dazai esperava por Chuuya. A enfermeira estava com ele, preparando o terceiro soro daquela noite para ele. Ela se aproximou e antes de que ela furasse sua veia novamente, Dazai a parou.

ㅡ Você não acha que ele tá demorando muito? Já deu meia hora que ele foi lá. ㅡ

A mulher olhou para ele e deu de ombros. ㅡ As vezes ele se sentiu cansado e foi embora. ㅡ

Dazai negou com a cabeça. ㅡ Com certeza não. Ele não é assim. ㅡ

A mulher suspirou e furou a veia de Dazai, o assustando. ㅡ Você tem que sossegar, como vai melhorar assim? ㅡ

Dazai bufou. ㅡ Você não sabe, mas tem um psicopata atrás dele, o pai dele. E o Chuuya não é de sumir assim. ㅡ Ele disse olhando nos olhos da enfermeira, que o olhou de volta depois de ter conseguido conectar o soro.

ㅡ Você quer que eu veja se tem alguma coisa lá fora? ㅡ Ela perguntou analisando o rosto de Dazai.

ㅡ Por favor. ㅡ

Ela ajustou mais algumas coisas e olhou para o garoto. ㅡ Não se mexa, você ainda está fraco. ㅡ

ㅡ Eu sei. ㅡ Dazai pensava no quanto aquilo era inútil. Claro que ele sabia, se ele não estivesse fraco com certeza já estaria lá fora.

A mulher sorriu e saiu do quarto. Ela olhou em volta e por estar tudo vazio, ela conseguiu enxergar um papel que estava no chão.

Ela foi até o papel e leu para Dazai na frente. Ela revirou os olhos e voltou para o quarto de Dazai.

ㅡ Aqui, acho que ele te deixou uma carta. ㅡ Ela entregou a carta para ele.

ㅡ Carta? ㅡ Dazai achou muito estranho aquilo. Com certeza tinha alguma coisa de errado. Tinha muita coisa errada. ㅡ Obrigado. ㅡ

A mulher saiu. Dazai encarou a carta, suas mãos estavam trêmulas ou por conta da fraqueza ou por conta da carta.

Ele abriu a carta e então começou a ler.

Dazai me desculpa mas eu tive que ir para a minha casa novamente, o lugar onde eu pertenço. Sei que vai ficar bem no hospital sem mim. Nunca mais nos veremos então, sim, isso é uma despedida.

Percebi que o que eu estava fazendo era uma coisa horrível. Fugir de casa? Não faz sentido. Espero que entenda.

Meu lugar não é com você.

Chuuya.

Dazai soltou a respiração que antes estava prendendo. Tinha muita coisa de errada. Não era Chuuya, não era o seu Chuuya.

Ele analisou a carta, procurando se havia alguma mensagem escondida ou alguma coisa, mas não tinha.

Aquilo não era Chuuya. Chuuya poderia sim querer sair de sua vida, mas não voltar para sua casa. Ele sabia que não tinha sido Chuuya que tinha escrito aquilo.

[...]

A primeira coisa que Chuuya percebeu quando acordou foi que sua cabeça estava muito pesada. Ele piscou muitas vezes, tentando se convencer de que tudo era um sonho. Ele não podia estar de volta no seu quarto.

Chuuya tapou os olhos com as duas mãos, tentando acordar daquele pesadelo. Só depois de um tempo que ele soube que aquilo era verdade e ele também lembrou que a última vez que estava consciente ele estava no hospital.