Rosa e a garota de Jay conversam no meio de meu tapete e eu entro naquele quarto como se não fosse meu, como um invasor. Elas param de falar e me espiam, a toalha branca está atravessada por minha cintura e meu peito, ainda úmido, exposto.
Sorrio para as duas, atravessando meus cabelos com meus dedos e o olhar de Rosa paira em meu bíceps — não posso negar que foi intencional não ter levado nenhuma muda de roupa para o banheiro de Jay, e seguro a tentação de não deixar a toalha cair para me trocar ali mesmo, em frente às duas, mas culpo o meu teor alcoólico por essa vontade e ajuízo minhas açõespegando uma calça de moletom e seguindo para meu banheiro ainda com o vapor quente do banho de Rosa.
Cinco segundos depois, volto vestindo apenas a calça e mirando meu moletom da faculdade cobrindo metade de suas coxas. Rosa tem os cabelos úmidos e despenteados de um lado dos ombros e tudo que eu desejo é que a outra garota suma dali, mesmo sendo igualmente gostosa.
— Vou colocar as roupas dela em uma secadora. — a loira avisa e eu agradeço mentalmente sua deixa. — Presumindo que um príncipe tenha uma secadora em seu alojamento, tem? — olho-a de lado e gosto de seu jeito impetuoso, parece pouco ligar por estar lidando comigo, sem meandros como tantos outros.
— A realeza não valeria a pena se eu não tivesse minha própria lavanderia, valeria?
Ela sorri saindo pela porta e eu desvio meus olhos para Rosa, que nos observa atenta. No exato momento em que meus olhos pairam sobre ela, suas pernas se cruzam como se fosse possível escondê-las melhor por debaixo da barra de meu casaco.
— Você está bem? Foi um susto e tanto, hm?
— Desculpe por isso. — ela coloca a franja por detrás de uma orelha eno próprio gestoa tira, como se mudasse de ideia. Espero que vá falar mais alguma coisa, mas fecha os lábios, parecendo envergonhada, me olhando e desviando os olhos quase que ao mesmo tempo.
— Eu estava muito bêbado, foi bom para dar uma suavizada nas coisas. — cruzo meus braços e novamente lá está ela olhando meus músculos disfarçadamente, as bochechas ruborizando.
Sua face é redonda como a de uma boneca de porcelana, as maçãs do rosto proeminentes e os lábios grossos, mas delicados. Gosto tanto do que vejo que tenho medo que ela perceba certo volume no meu moletom, porque só o que consigo imaginar é ela descendo minhas calças e sorvendo meu pau com gosto como há minutos eu fazia com o gargalo da tequila.
— Não está com frio? — pergunta num fio de voz, mas acho que porque foi pega no flagra encarando meu peito.
— Você está com o casaco desse conjunto. — aponto para ela que sorri, sem graça. — Se quiser tirar, visto tudo, ou se quiser, posso tirar o meu e você veste tudo. — instigo e ela ri delado, entortando os lábios bonitos.
— Porque imagino que um príncipe não tenha mais nenhuma roupa em seu armário. — me responde em meio a um sorriso e eu rio, surpreso com sua resposta.
— Insolente. Eu tenho um closet, armário é para plebeus!— rebato, debochado, e seu sorriso se alarga. Puta merda, posso imaginar esses lábios por todo meu corpo. Imediatamente penso se veste uma calcinha ou um sutiã por baixo do meu casaco e quase me contraio com a pontada que meu pau dá.
— E como devo agradecer a um príncipe por ter me salvado? — ela pisca os olhos, tímida e, apesar de entender que ainda se refere à brincadeira, todas as depravações invadem minha mente. — Uma condolência?
— Alguns se ajoelham, mas se você fizer isso, posso não me segurar. — respondo baixando meu tom de voz e percebo inclusive que fico um pouco rouco, o tesão sobe por minha garganta e eu a encaro, sério.
Com qualquer outra, isso já seria o suficiente e estaríamos em minha cama no próximo segundo. Mas Rosa levanta as mãos segurando as pontas dos cabelos molhados e eu vejo em seus olhos o quanto se sente desconfortável com minha resposta.
Suspiro, rendido.
— Fica à vontade. Assim que sua roupa estiver seca, se a loirinha não trouxer, peço para trazerem para você. — eu me viro para a porta. — Tenho uma festa me esperando lá embaixo.
— Ahn, er, Logan? — ela me chama quando alcanço a maçaneta. Eu me viro e vejo seu pé descalço esfregando o meu tapete, ansiosa. Subo meus olhos para seu rosto e ela morde o canto dos lábios, ficando estática. Espero. Ela limpa a garganta. — Ahn, nada, só queria... agrad-agradecer novamente.
Eu a analiso por poucos segundos, certo de que não era isso que ela queria me falar, mas nada mais faço além de menear minha cabeça e sair do quarto, descendo as escadas diretamente para a cozinha.
Inspeciono todos os armário e rio sozinho ao encontrar a garrafa de tequila dentro do forno. Jay é um babaca sem muita imaginação para esconderijos. Entorno-a em minha boca e como um pedaço de pizza fria de pepperoni, mastigando e observando a sala cheia, com a mente em meu quarto e toda uma vontade quase insana de subir as escadas outra vez e tomar não só o meu quarto de direito, mas aquela garota para mim.
Que porra está acontecendo? Por que eu estou cismado?
Ela é virgem? O que eram aquelas pernas cruzando sob meu moletom? A buceta teria ficado apertadinha entre as coxas frias? Estaria livre de calcinha? E os seios soltos sob o tecido, os mamilos marcando o casaco? Seria possível ser mais que frio? Ela estava me olhando com tesão, isso é claro, eu conheço aquele olhar... Então porque depois que dei a indireta, ficou desconfortável com minha presença?
Caralho, eu estou muito, muito excitado. Olho para baixo e a calça está marcando meu pau. Desço meus dedos e me acaricio por um segundo, fechando os olhos e respirando devagar. Abro as pálpebras e ando pela cozinha, inquieto, bebendo outro e outro gole da tequila, bufando e atravessando a sala rapidamente, me jogando no sofá de canto.
Alguém monta em cima de mim no exato segundo em que me afundo entre as almofadas e eu olho o belo rosto que pareia o meu, olhos verdes muito vivos e cabelos vermelhos como fogo — a mesma garota que havia me beijado antes de eu sair para a piscina com Jay.
— Não vai me deixar na vontade, vai, Logan? — ela arremata a pergunta com uma lambida demorada em meus lábios e eu subo minhas mãos por sua cintura, ainda excitado por causa de Rosa.
A ruiva se esfrega em mim e eu tenho a impressão de que já nos conhecemos, ela está muito à vontade em meu colo.
Olho de lado para a sala, Jay conversa com alguns colegas do curso, outros tantos dançam, desvio meu rosto para o jardim e praguejo ao ver que começam uma festa na piscina, algumas garotas se jogam de calcinha e sutiã na água, os caras excitados de cueca. Porra. Sou distraído da bagunça quando peitos volumosos se esfregam em meu nariz e eu miro o decote da ruiva, os mamilos quase escapulindo pelo top verde.
— Hmmm, podemos ir para seu quarto, hoje? — ela ronrona, me lambendo os lábios, e eu sorrio, puxando seu queixo e inclinando seu rosto, até mordicar sua orelha.
— Não vai ser possível.
Ela desvia os olhos para mim, perplexa.
— Vai me pegar no carro outra vez? — murmura decepcionada e eu disfarço que não faço ideia de já ter transado com ela.Aperto seu quadril em mim, forçando sua bunda sobre meu pau muito duro e nego com a cabeça.
—Hoje não estou afim, minha linda.
— E por que seu pau — ela ri manhosa, se esfregando. — está me dizendo o contrário?
— Porque não é por sua causa que ele está duro. — respondo secamente e ela afasta o rosto, me encarando.Vejo a loirinha e Rosa ao seu lado descendo as escadas, ela veste sua roupa novamente e parece deslocada da festa, olhando pela sala até me encontrar; seus olhos desviam rapidamente e ela vira o rosto, mexendo em seus cabelos.
Suspiro e tiro a ruiva do meu colo, me levantando imediatamente.
As duas saem pela porta dupla de vidro e eu as observo olharem a festa na piscina. Rosa recua alguns passos, olha de revés para a água, parece querer encontrar alguém em específico ao pisar nas pontas dos coturnos e espiar os convidados na algazarra da piscina, mas quando alguém joga água ao seu lado, se afasta despedindo-se da loira.
Eu fico parado vendo-a sumir entre os arbustos do jardim e bebo outro gole da tequila, sentindo meu corpo esfriar.
— Da próxima vez jogo essa merda no telhado. — Jay se aproxima apontando para a garrafa e eu dou de ombros.
— Para isso existe delivery de bebidas e cartões infinitos, Jay. — respondo sem olhá-lo. — E vamos dizer que esconder no forno só perde para esconder no armário debaixo da pia.
Ele ri.
— Você tem problemas, cara.
— Uma infinidade deles.
— Ela é gata. — diz sem contexto algum.
— A loira que você estava pegando?
— Não, a morena que você deu caixote na piscina. Mas Maddie também é gostosa.
Olho para ele.
— Elas são amigas?
— Não sei, é a primeira vez que vejo a garota. As duas, na verdade.
— Hmm. Só para constar, não dei caixote em ninguém, ela escorregou.
— Na sua baba, imagino. — responde me dando um tapinha no ombro. — Deu para ver que estava babando por ela, Logan. Nem pegou a ruiva outra vez.
— Sobre isso...
— Você não faz ideia de que já comeu ela, faz?
— Nem a mais remota.
— Você tem problemas, cara.
— Não neguei isso na primeira vez que falou.
Ele sorri.
— Sorte que é um Humphrey. Teu sobrenome te salva.
Olho-o de volta.
— Ou exatamente o contrário.
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Príncipe Insolente
RomantizmLogan Humphrey é o herdeiro de uma dinastia que esconde segredos inconfessáveis. Nada é muito usual no jovem príncipe, desde seus sorrisos excêntricos, respostas sarcásticas, aos olhares intensos e carros extravagantes. Irmão do meio e gêmeo da prin...