Fogo

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Regina

Sentir os lábios de Emma tocando os meus com tanta vontade e desejo, não estava em meus planos para aquela manhã, mas não posso dizer que não gostei. Eu sentia que as coisas estavam meio estranhas desde quando, por impulso, a beijei no laboratório. Não conseguia explicar de onde aquela vontade surgiu, mas eu não consegui contê-la e apenas fiz o que meu corpo me pedia para fazer. E agora aqui, dentro dos braços firmes de Swan, sentindo nossas línguas travando uma batalha por espaço e dominância, me pergunto se ela não estava fazendo isso apenas porque acha que é o que quero que ela faça.

— Emma… — disse com cautela, após desfazer nosso beijo aos poucos.

— Regina… — usou o mesmo tom que eu havia usado e isso me causou alguns tremores internos.

— Você sabe que não precisa… — me interrompeu.

— Que não preciso fazer isso? — assenti — Eu sei sim, mas eu quero.

— Tem certeza que não… — me interrompeu outra vez e olhou no fundo dos meus olhos antes de responder.

— Eu quero isso, Regina! Quero beijar você e sentir o seu gosto se juntando ao meu — suas palavras somadas a sua respiração contra o meu rosto, me causaram um arrepio doloroso, que me fez avançar contra seus lábios outra vez.

O tecido fino da minha camisola me permitia sentir o calor que seu corpo emanava, esquentando o meu próprio. Era como sentir que estava começando a entrar em ebulição. Meu corpo reagia às suas investidas mais intensas e minha garganta prendia gemidos toda vez que sua mão intensificava os apertos em minha nuca. Meus dedos já seguravam sua cintura com possessividade, apertando como se quisessem impedir que ela escapasse. Emma me puxou para mais perto do seu corpo, fazendo nossos seios se chocarem e nossos corações baterem desregulados um contra o outro. Com um pouco mais de urgência, empurrei seu corpo até ouvi-lo se chocar contra o piano, arrancando um gemido rouco de sua garganta e um sorriso de mim. Abandonei seus lábios apenas para sentir a textura de seu pescoço na ponta da minha língua e esse ato arrancou gemidos baixos de nós duas.

— Re-gina… — sua voz saiu falha e eu a incentivei a prosseguir com um “hum” abafado — Nós não… — voltei a colocar meus lábios junto aos seus, a beijando com mais desejo.

— Não o que, Em-ma? — minha sanidade estava cada vez menor, enquanto meu desejo só fazia aumentar mais e mais. Os dedos de Swan adentraram os fios do meu cabelo e eu senti um puxão firme, porém não muito forte ali. Suspirei com a sensação.

— Nós não podemos fazer isso aqui — a sua mão que estava em minha cintura me segurou com mais força e ela inverteu nossas posições. Senti a madeira do piano se chocando contra as minhas costas e arrancando um arfar mais alto de mim — Eu quero, mas não aqui. Pelo menos não hoje — meus olhos se encontraram com os seus verdes, que naquele instante pareciam mais escuros e ali encontrei o reflexo do que os meus próprios, provavelmente, exalavam. Desejo. Fome. Vontade. E urgência.

Eu sentia em meu corpo, sentia no corpo de Emma tão próximo ao meu e via em seus olhos, precisávamos daquilo e ela tinha razão, não poderia ser ali. Afastei seu corpo do meu com certa brutalidade e vi o momento em que suas sobrancelhas se juntaram em questionamento. Nenhuma palavra, apenas atos. Segurei sua mão de forma firme e saímos daquela sala. Não demorou para alcançarmos as escadas e de maneira apressada, subimos cada degrau. A cada passo que dávamos em direção ao meu quarto, mais eu sentia o calor tomar conta de mim. Pensar no que estávamos prestes a fazer, causou um incômodo forte e quente entre as minhas pernas. Minha mão alcançou a maçaneta da porta e minha cintura sentiu as mãos firmes de Emma lhe apertando.

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