Diavolo/Vinegar Doppio (4)

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Não apenas neste final de dia, mas todos os outros nos últimos 8 meses apresentavam um desfecho parecido: após uma noite intensa e íntima, acordo com Diavolo assumindo o corpo de meu namorado, já pronto para sair e apenas se despedindo, distante ou carinhosamente, para Doppio retornar pelo final da tarde.

Me espanto, portanto, ao abrir os olhos e me deparar com Diavolo encostado no batente da porta, vestido apenas de cueca, me encarando intensamente.

Como se com relutância, seus olhos deixam minha pessoa e caminham em direção a minha despensa de comida, retirando de la uma garrafa de vinho que não reconheço, alem de um abridor para retirada da rolha. Enquanto serve 2 taças e senta-se no pé de minha cama, surpreendo com seu pedido.

- Me faça companhia - apesar de ser uma ordem, percebo que há algo por traz de seu convite. Acho que está me testando, deixando cada vez mais óbvio conforme se aproxima perigosamente. Quando ao meu lado, ele estende uma das taças em minha direção, que aceito com hesitação, em dúvida sobre suas intenções. Ele então toma um gole de minha taça, segurando minha mão com força. Quando termina, passa o braço livre por trás de mim, sua mão repousando ao lado de meu quadril - Sem veneno, mia cara.

Não há muita conversa, é muito mais ele se aproximando enquanto tento conter o nervosismo. Apesar de me preocupar com ele repararando meu nervosismo, seria pior se Diavolo percebesse que me atrai. Ele seria capaz de me matar se entendesse que tenho olhos para além de Doppio, mesmo que fosse ele mesmo? Escondo as mãos embaixo de minha coxa, para que não me veja tremendo, mas tentar escondê-las o fez perceber meu estado. Nesse momento, sua aproximação foi veloz e, apesar de continuar na mesma posição, a forma como paira próximo a mim evidencia que ele conseguiu me encurralar.

- Está com medo? - me olha com certa escuridão em seus olhos, mas mesmo assim faço que não com a cabeça, e sua mão rapidamente sobe para a parte detrás de minha cabeça, com a aproximação de seu rosto ao meu. Tento me afastar, mas ele segura minha cabeça no lugar. Evito a todo custo olhar para si, com medo que perceba minha vontade em tê-lo ali mesmo - Não mente pra mim! - diz com ódio, próximo o suficiente para que sinta seu hálito quente em meus lábios, estremecendo com meu tesão se apossando.

- Não... - minha voz trêmula me impede de continuar, e respiro fundo, abrindo os olhos e o encarando de volta, determinada - Não estou mentindo! - a ação parece deixá-lo em dúvida, aguardando uma explicação, que pondero sobre como conduzi-la, trazendo tremor em minha voz - Eu não quero trair o Doppio! - digo por fim, suavizando imediatamente a expressão na cara do mafioso, que muda de intenção em relação a mim.

Atenta a sua reação, vejo que o tópico estava longe de ser minha atração... O que ele queria? Antes que pudesse raciocinar mais o ocorrido, o toque de sua mão em minha nuca rouba minha atenção, estando convidativo e se contendo a não me puxar para si. Sua mão logo acaricia o caminho entre minha nuca, seguindo pela orelha, a curvatura do maxilar e, então, seus dedos encontram meus lábios, estes que tomam para si o olhar do mafioso, que vejo sorrir minimamente.

- Escolha certa... - suas duas mãos passam a segurar suavemente meu rosto pelas bochechas, depositando um beijo rápido em minha testa e se virando em direção ao banheiro, batendo a porta atrás de si com raiva e força.

Após certo tempo sem ouvir nenhuma movimentacão vinda do banheiro, meus corpo cedeu ao cansaco e peguei no sono. O que poderiam ser 15 minutos ou 5 horas passaram até que meus sentidos recobrassem clareza, no momento em que sinto meus lábios sendo tomados com cuidado, porém possessão. Meu corpo corresponde, reconhecendo o dono lábios a quem pertence o beijo, mas confusa em relação a atitude do namorado.

Just imagine... Jojo's Bizarre AdventureOnde histórias criam vida. Descubra agora