Just imagine... Jojo's Bizarre Adventure

Rohan Kishibe (3)

- S/N! - ele chama, correndo em minha direção - S/n, o que aconteceu? - tenta conter a voz, transbordando preocupação enquanto busca por qualquer indício de algum ocorrido em meu corpo. Suas mãos realizando uma busca minuciosa por meu rosto são cobertas com as minhas, as pressionando mais em meu rosto, o calor e conforto liberando as lágrimas contidas até então, e imediatamente minha cabeça é puxada para seus ombros, permitindo-me chorar envolvida em seus braços. Momentos depois, quando termino de chorar e me sinto aliviada, Rohan se posiciona a ver meu rosto, aguardando minha fala.

- Podemos conversar lá dentro?

- Você é sempre bem vinda, S/n. Vem... - se afasta, mantendo uma mão em meu ombro.

Reparo em sua vestimenta e, ao vê-lo com cropped parecido ao meu, não resisto a fazer cócegas em suas costelas, algo que o espanta e deixa-lhe na defensiva.

- EI EI EI! Não começa, sua peste! - seu medo me preenche de motivação e risadas.

- Volta aqui... Vem cá vem! - digo, me aproximando com as mãos erguidas e os dedos em posição de ataque, e ele dispara para dentro imediatamente, e o sigo com a mesma empolgação.

Passando a porta, a fecho calmamente, observando meus alunos erguendo os dedões em minha direção detrás de uma moita. Fecho a porta e logo retiro meus sapatos e casaco para deixá-los na entrada durante minha permanência. Olho ao redor, procurando minha vítima sem sucesso e me lembro momentaneamente de uma surpresa preparada hoje, para nosso aniversário.

- Rohan? - o chamo, mas sem nenhuma resposta - Eu prometo não fazer cócegas! Aliás, hoje é nosso aniversário de amizade, sabia? Quanto tempo faz?

- 6 meses... - escuto sua voz surgindo ao meu lado, e o vejo acanhado, tentando esconder sua figura pela passagem até a sala de estar - Eu sei sim. Eu... - parece hesitar - Olha, vamos conversar na sala? - ele olha em direção ao cômodo, preocupado.

- Ok - digo, suspeitando de suas ações. Caminho devagar até onde está, logo encontrando uma sala reorganizada, com um colchonete no chão, ferramentas de escrita e desenho na mesa de centro e um embrulho de presente no sofá - O que é isso? - há um momento de hesitação e vergonha, e seu olhar volta-se ao chão com insegurança.

- Eu sabia que hoje era nosso aniversário. Preparei um discurso...

- Olha Rohan, você tenta, mas não é nada sutil... - retiro com cuidado a bandana de sua cabeça, sem pressa e em silêncio - Se a conversa vai ser longa, melhor nos acomodarmos, certo? Não tem motivo para formalidade - ele acena com a cabeça, erguendo as mãos até meu rosto, retirando meus brincos e óculos com delicadeza. Sua expressão se torna enigmática, olhando-me com possível tristeza e esperança.

- Antes de começar, eu preciso saber se você vai ouvir tudo que eu tenho a dizer antes de falar algo... - olho com receio em seus olhos, fechando os meus e respirando fundo, para acenar positivamente e dar-lhe esse voto de confiança.

- Sem me nocautear com seu stand. Ou qualquer outra coisa! - brinco ao final, conseguindo deixar o clima mais leve.

- Eu prometo - sorri em minha direção, mas logo volta a estar preocupado.

- Antes de começarmos, eu estava chorando porque eu e aquela pessoa que estava comigo terminamos. - seu olhar de empatia batalhando contra esperança me enche de expectativas em relação a nossa conversa, mas o interrompo quando ele se prepara para falar - Não precisa dizer nada. Começou, foi bom, e terminou. Vou ficar bem... - digo com profunda intenção - Agora o discurso, por favor! Minha curiosidade tá me matando - consigo lhe arrancar um sorriso rápido.

- S/n, eu sou egocêntrico e, sendo assim, eu vejo muito mais de mim que dos outros. Sou um dos maiores mangakas que existirá, e como tal acredito que preciso experimentar tudo da vida ao menos uma vez para compreender mais sobre a vida é, consequentemente, a arte. Até aqui fiz sentido? - me olha pela primeira vez, e aceno positivamente.