Giorno Giovanna (1)

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A beleza nos atrai por alguns segundos, mas não nos prende uma vida inteira. Porém, compreender que até mesmo a atração é mais complexa que apenas aparência não é o tipo de reflexão que uma pré-adolescente tende a realizar.

Temos um aluno novo na escola, coincidentemente em minha sala. Quando o jovem adentra a sala de aula, os murmúrios disparam. O veredicto é de um cara comum, e apenas... Devo discordar. Aos meus olhos, estava na presença de minha nova paixão juvenil: seu rosto delicado, unido à lindos olhos cansados que carregam anseio mascarado de indiferença, me cativaram. Quanto mais se aproximava da cadeira ao meu lado, a única disponível em toda sala de aula, mais meu coração errava suas batidas e meu estômago se revirava de empolgação, sintomas apaziguados quando ele se ajeita e sorri simpaticamente em minha direção.

- Haruno... - diz, se apresentando simpaticamente.

- S/n. Se precisar de ajuda, pode falar comigo... - ofereço, pensando nas aulas que tivemos antes que começasse a estudar junto a mim.

E acabou o tempo da paixão a primeira vista. Voltando a atenção ao caderno preenchido com minhas anotações, passei o resto das aulas estudando, ocasionalmente sentindo o aroma que vinha do jovem que, apesar de ter o cheiro que todos os pré adolescentes exalam, vinha misturado com frescor herbal. Somente após 2 semanas começamos a nos conversar e conhecer melhor os interesses mútuos e diferentes, mas apenas com muito esforço vindo do jovem, este bem apreciado e elogiado por mim frequentemente.

Nos aproximamos durante os anos que crescemos juntos, mesmo passando maior parte de nosso tempo em silêncio, onde não havia desconforto de nenhuma forma. Reparei conforme crescemos alguns de seus comportamentos estranhos, e sabia que sua casa não era pacífica ou acolhedora. Nunca toco no assunto, pois sei o quanto deve afetá-lo, então minha forma de ajudar era convida-lo para passar os dias em minha casa, onde minhas duas mães o adoram como filho. Nestas tardes de paz e felicidade para Haruno, o vejo liberto de suas amarras sociais e o conheço por si próprio, me apaixonando e trazendo-me certo sofrimento pelo sentimento que mantenho secreto, pois mesmo assim ele continua emocionalmente indisponível e toma distância quando o questiono sobre seus interesses amorosos. Com o tempo, enterrei meu interesse bem fundo.

Os últimos dias me preocuparam em relação a sua situação familiar. Ele faltou dois dias seguidos no nosso ponto de encontro após nossas aulas, que são em escolas diferentes desde o 8o ano. Mesmo não me intrometendo, estava decidida a ir até sua casa se não aparecesse hoje, no terceiro dia, porém a viagem não foi necessária: vejo o adolescente me aguardando.

Sinto o frio vencendo o calor adquirido no ambiente fechado da sala de aula se esvaindo, e reparo o jovem sem roupas apropriadas para o clima. Assim que cruzo o olhar com ele, indico com pressa que me acompanhe pelo trajeto de todo dia, alcançando minha casa. Entramos no ambiente da sala, e inspeciono rapidamente a casa, não encontrando minhas mães. Conferindo meu celular, vejo as mensagens alertando sobre um parente distante que faleceu, mas como não o conheço, elas viajaram para o funeral sem mim, deixando dinheiro para uma semana de alimentação para 2 pessoas, na esperança de que Haruno me fizesse companhia. Voltando-me para a sala, não o encontro, entendendo que esta em meu quarto para conversarmos, pois não é comum que haja silêncio, ao menos não após seu sumiço.

Adentrando meu quarto, o observo já sentado cabisbaixo em minha cama. Saio do ambiente e busco as roupas passadas da semana para dobra-las enquanto conversamos, me sentando de frente a ele, com a pilha ao lado. Ele se posiciona para que ambos pudéssemos fazer a tarefa juntos, mas não se pronuncia. Apenas após 6 peças de roupas tomo coragem para começar.

Just imagine... Jojo's Bizarre AdventureOnde histórias criam vida. Descubra agora