This is a fact.

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Millie Point Of View 

Fiquei em total silêncio, esperando a criança de marias chiquinhas correr até a borboleta amarela. Ela corria pelo jardim cheio de flores, sorrindo inocentemente para o inseto voador, que a levava até a floresta escura e sombria. No entanto, a capetinha percebeu aonde ia e voltou para a casa dos camponeses.

- Raios! - bufo jogando a cabeça para trás, e o Homem ao meu lado gargalhou bem alto.

- Há! Eu falei que você não ia conseguir. Era óbvio que a garota era esperta - riu se apoiando no tronco de árvore, fazendo com que eu revisse os olhos.

- Eu deixei você vir para me ajudar, seu estúpido - viro o meu olhar para a casinha novamente - Quantas crianças moram lá?

- Eu acredito que sejam sete - deu de ombros, vindo até mim com um sorrisinho - O casalzinho gosta de brincar de fazer filhos, não é?

Ignoro a sua frase maliciosa e me levanto.

- Perfeito. Então se sumirmos com um, não vai será visível... - sussurro, tendo uma ideia.

Respirei fundo e puxei o braço do Wolfhard. Correndo na direção da casa com o Homem perguntando sem parar sobre o que faríamos, porém, eu ignoro e continuo a correr. Quando chegamos na parte de frente da casa, eu rapidamente ajeitei o vestido que usava e cruzei o meu braço no do Finn, que sorriu pervertido.

- Segue o roteiro - peço enquanto caminhávamos lado a lado.

- Pôde deixar - sussurrou sorrindo, e o Homem que cortava lenha nos olhou - Olá, senhor.

- Pois não? - perguntou, e eu desvio o olhar para uma garotinha escondida atrás da árvore.

- Eu e a minha... esposa, queremos negociar - diz, e demos mais alguns passos para frente, que fez os olhos do ruivo brilhar.

- Continue, por favor.

- Você daria uma de suas filhas? - pergunto, sentido um desconforto pela frase tão estúpida - Por dois euros.

- Seis - rebateu apoiando o machado nos ombros, e eu fico indignada ao ver que o homem não pensou duas vezes antes de aceitar. Como ele pode? Aceitar vender um de seus filhos?

- Cinco, e não falamos mais disso.

Me aproximo erguendo a cabeça, e o ruivo faz o mesmo. Certamente, ele era bem maior que eu, talvez o tamanho de uma porta. Mas eu nunca abaixei a cabeça para ninguém, então não vai ser agora que eu vou abaixar.

- É você que precisa de dinheiro, certo? - pergunto conferindo, e o Homem suspira profundo.

- Mariel!

Gritou o nome de alguma mulher, e em alguns segundos a porta da casa é aberta. Saindo assim uma mulher de cabelos pretos, segurando duas crianças no colo, enquanto nove saíram de trás da mesma. Meus olhos se arregalaram e eu dei um passo para trás, sentindo um desconforto enorme dentro de mim.

- Disse serem apenas sete crianças... - sussurro.

- Isso foi a seis anos atrás - responde no mesmo tom, que me fez bufar.

- Sabe quantos filhos dá para fazer em seis anos!? - pergunto sentindo a minha paciência ir embora.

- Não sei, quer descobrir? - sorri de canto, e eu reviro os olhos.

Virei para trás rapidamente, literalmente assustada pelo que acabara de ver. O Wolfhard percebeu e fez o mesmo, me olhando confuso.

- Precisamos tira-los daqui - respondo o seu olhar, que foi para o chão - Eles são tratados como animais.

𝐂𝐇𝐈𝐋𝐃𝐑𝐄𝐍 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍 | 𝐅𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora