The village witch

312 31 59
                                    

Millie Point Of View

Encaro a casinha de longe, enquanto pela janelinha da cozinha eu via a mãe fazer o café da manhã. Com o tempo eu percebi estar limpo o lugar, e seria fácil de entrar na casa. Então, coloquei o meu capuz e caminhei até o chalé, tendo o caminho iluminado pela minha companheira lua.

Ao chegar nos fundos, eu encontrei com o quarto do garoto, no qual dormia tranquilamente na sua cama. Olhei para os dois lados antes de entrar pela janela aberta. Quando pisei os pés no chão, eu caminhei até a sua cama, me aproximando cada vez mais do loirinho.

- Você não vai sentir nada - sussurro, encarando o seu rosto sereno - Você é tão...

Não consegui terminar de dizer ao ouvir um estrondoso barulho que fez quando o Wolfhard entrou pela janela. O homem fez um olhar de "surpreso" ao me ver, enquanto eu o encarava com ódio.

- Scarlet, que coincidência te ver por aqui - sorriu para mim, ajeitando a sua boina.

- Coincidência? - pergunto sarcástica, e o cacheado dá de ombros - Saí daqui agora!

- Você que deveria sair - diz como se não quisesse nada - Esse é o nosso território.

Puxo a minha daga rapidamente, apontando para o egocêntrico Homem de terno e boina preta. O seu sorrisinho se formou e eu me aproximei com o objeto afiado. Eu não estava preocupada em mata-lo, e posso dizer que já pensei em formas de esconder o seu corpo.

- Vai embora!

- Q-Quem são vocês? - ouço uma voz suave soar atrás de mim, e eu arregalei os meus olhos.

O Wolfhard à minha frente, me puxou para si, que fez o meu rosto colar no seu peitoral, enquanto o Finn me abraçava. Antes que eu pudesse empurra-lo, lembrei que o garoto não podia me ver, pois infelizmente sou conhecida como bruxa no vilarejo. E o resultado das pessoas me verem, não é nada legal.

- Estamos esperando a sua mãe preparar os bolinhos - o Finn diz, e eu reviro os olhos - Quarto bonito.

- Ah... Obrigado - ouço o barulho da mola da cama, como se o garoto tivesse se virando no saco de palha.

Alguns segundos se passaram e eu senti a sua mão passar levemente no meu cabelo, enquanto o seu corpo ainda estava colado ao meu. Aos poucos eu fui sentindo a minha intimidade ficar molhadinha, e uma sensação extremamente quente aparecer. Um tipo de formigamento estranho. Ele foi ficando mais nítido quando algo duro tocou na minha coxa. A minha respiração ficou pesada e a curiosidade de sentir o que estava me tocando era forte. Porém, me contive e me afastei.

- Você tem um cheiro adorável de erva doce - diz sorrindo, e eu tento recuperar a minha respiração ofegante.

- E você tem um péssimo cheiro de cachorro molhado - resmungo saindo pela janela, ouvindo a sua risada abafada.

- Tão péssimo que você adorou ficar no abraço - reviro os meus olhos, caminhando para longe da casinha. Eu até pensei que ele não me seguiria, mas o subestimei - Ah... Minha Scarlet nunca se cansa. Aonde nós vamos, querida?

- Não existe "nós" - nego pisando com força no chão - Eu preciso fazer algumas coisas no vilarejo, e você não vai comigo.

- Ah! Que cabeça a minha - riu, e eu paro de andar para observa-lo - Eu preciso fazer algumas coisas também. Então podemos ir juntos.

- Você nem sabe o que eu vou fazer.

- E você também não - sorriu vencedor, que me fez voltar o caminho.

- Cretino - bufo entediada, sentindo o Wolfhard me seguir.

Demorou por volta de uma hora até chegarmos na cidade, um terror para bruxas. No entanto, eu precisava vir para comprar alguns livros e mais algumas ervas. Pois, sou péssima na jardinagem e tudo que planto acaba morrendo, de um jeito ou de outro.

𝐂𝐇𝐈𝐋𝐃𝐑𝐄𝐍 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍 | 𝐅𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora