Uma revelação, uma decisão

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Levi aguardava naquela sala de espera, inquieto. Qualquer notícia. Ele só desejava qualquer notícia sobre a situação da amiga, mas nenhum miserável aparecia para dizer qualquer coisa.

Já fazia muito tempo que Sasha, inerte, fora levada para uma sala, onde fariam a remoção da bala presa em sua carne e a tratariam da forma certa.

Mas…

Só desejava saber se a amiga sobreviveria.

E não só isso, mas sua mente estava um verdadeiro caos. Nada fazia sentido. A IPPO ter levado Eren tão cedo, Kenny estar envolvido, a Azumabito misteriosa que teve uma radical mudança de pensamento e agora iria lhe ajudar a derrubar a merda de uma instituição. Que louco conseguia um negócio desses?

— Então, Mikasa — Levi cortou o silêncio. A mulher tinha ido o acompanhar no hospital, com a moto. Isso era estranho, ela não devia estar na instituição? — Acha mesmo seguro andar por aí com a moto de Kenny? O cara é pirado, e se tiver um rastreador ou coisa pior?

— Não — ela começou, descrusando os braços e mexendo em uma mexa de cabelo negro curto. Não era um assunto confortável de se tratar, principalmente com um quase desconhecido — Ele não faria isso, não comigo.

— Mas há algum motivo por trás disso? — Levi ergueu uma sobrancelha, incrédulo. Kenny não teria misericórdia com ninguém — Não vejo sentido ou explicação plausível.

— Sabe, Levi Ackerman, você faz mais parte da história do que possa imaginar — ela começou a falar — Você não se lembra? Claro que não, era só uma criança. Uri Ackerman tinha uma filha de quase um ano de idade quando morreu, realmente não lembra? — Mikasa soltou um riso nasalado ao notar a expressão incrédula do homem que ouvia parte de sua história complicada — Quando Uri foi assassinado na frente de Kenny, a filha sobreviveu. Mas você deve saber que depois desse ocorrido, ele não estava em suas melhores condições mentais. Kenny foi um péssimo pai que criou a menina presa em casa, sem contato com ninguém, nem mesmo com a família que esqueceu de sua existência. Com sete anos de idade, a menina fugiu de casa e foi parar em uma instituição, mas se revelou uma alfa e foi mandada para um colégio militar. Estudou lá, depois serviu ao exército em seu ano obrigatório. Deu um jeito de cursar medicina, perdeu o rumo de sua vida, até seu verdadeiro sobrenome, do qual nem orgulho sentia, e nunca soube ao certo o que fazer, como viver. Até conhecer uma ômega maravilhosa, que a ensinou a amar e ser melhor, e é isso que quero, isso que vou ser, alguém melhor. Kenny Ackerman é meu pai, priminho.

— Espere… você? — Levi estava chocado, era muita informação para absorver. Nunca ouviu falar sobre Mikasa, ela foi totalmente esquecida na família. Ou talvez ele nunca tenha se importado em saber?

— Isso mesmo. Eu sei, história lamentável. Mas, eu não quero seguir com essa ideia de derrubar a IPPO só por ti e por Eren. É pela minha esposa e por todos os ômegas que sofrem lá e, se nada for feito, vão continuar sofrendo. Vai ajudar ou não?

— Isso… isso é muita informação — Levi ajeitou o cachecol vermelho que usava, o puxando um pouco para cima, cobrindo o rosto. Os doces feromônios de frutas silvestres e mel de Eren ainda estavam presentes no tecido, fracos, mas estavam — Vou ajudar sim, não importa o que custar, vai ser pelo Eren!

Levi pode ver um sorriso mínimo se formar no rosto da mulher.

— Onde ela está?! — Nicolo apareceu gritando, ofegante e bagunçado, indicando que teria corrido até ali. O desespero era tão evidente em seus olhos que chegava a ser palpável— Onde Sasha está?

— Na sala de cirurgia — quem respondeu foi a Azumabito, um rosto até então desconhecido para o alfa loiro — Estão removendo a bala. Ela vai ficar bem, não parece ter sido tão grave. Acalme-se, sim?

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