Luna lovegood - Pride

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   Finalmente férias, não aguentava mais a rotina cansativa de Hogwarts, sempre foi difícil para mim me adaptar a escolas novas, agora na faculdade de Hogwarts ainda não me acostumei mesmo depois de alguns anos.

O único momento de paz que eu tinha era no dormitório que eu dividia com Luna e Padma, as duas eram ligeiramente tagarelas e animadas mas isso não me incomodava nem um pouco. Na realidade nada em Luna Lovegood poderia me irritar, tudo nela parecia me encantar e me dissuadir a grudar nela como uma pulga. Obviamente eu não fazia nada disso, me mantinha respeitosamente longe, não queria assusta-la.

No auge dos meus dezenove anos eu ainda me enfiava no armário como um suéter velho que só tiramos no natal, mas a questão era que nem no Natal eu colocava meu pé para fora dele.

Nesse Natal eu estava ansiosa por voltar para casa, eu nunca ficava ansiosa para voltar, nunca iria ansiar estar naquele lugar frio e sozinho, desde que meus pais me deserdaram eu vivia com minha tia, e então ela se foi me deixando tudo. Não era agradável voltar para casa nas férias mas ainda sim era melhor que o ambiente escolar para mim. Mas hoje era diferente, após ver que não recebi nenhuma carta, nada durante o ano Luna perguntou sobre meus pais e em um momento de fragilidade eu contei a ela, não tudo, mas contei, não sei se foi pena pois seu rosto só me mostrou compaixão e carinho, mas ela virá comigo para casa nesse natal.

Estava achando que talvez nessa semana de recesso eu poderia contar sobre mim, contar que na verdade gosto de meninas, que talvez eu goste dela um pouco a mais que eu deveria, que seu cabelo é lindo e eu gostaria de sentir o cheiro e a textura dele, que seus lábios parecem macios e eu queria beija-la, queria contar como seus olhos azuis me afogam lentamente e eu não queria me salvar. Mas não contarei pois sou covarde e estou fadada a viver com medo de sua reação, de sua rejeição, eu poderia viver sem sua presença se nunca tivesse a conhecido.

Luna aparece na comunal segurando seu malão azul claro cheio de adesivos e pinturas, seus cabelos louros estão caídos por seus ombros tocando a cintura dela e ela mantém a face animada com um sorriso ameno e reconfortante, se eu não tivesse a conhecido talvez pudesse não sentir sua falta, mas talvez eu permanecesse em um buraco sentindo que faltava alguma coisa, que faltava ela.

— Pronta? – perguntei e ela assentou aumentando seu sorriso. — Vamos para o trem, Lovegood.

Ela veio até mim e bateu levemente np meu ombro como um aviso.

— Já disse para não me chamar assim, sabe meu nome. – sua voz continuava calma, e eu sorri, ela odiava que eu a chamasse pelo sobrenome e eu ainda descobriria o motivo. — Vamos antes que o trem vá sem a gente, vai ser divertido.

— Vai sim. – disse como uma prece.

(...)

Assim que chegamos na porta de casa paguei o táxi e Luna parecia encantada com tudo no mundo trouxa, vivi minha vida com a minha tia trouxa e quando ela se foi não tive coragem de me mudar para o lado bruxo de Londres, mesmo que ela tivesse deixado dinheiro suficiente para isso. Eu gostava da lembrança dela ali apesar de odiar o local eu sentia que se fosse embora ela sumiria da minha mente.

A loira agarrou as grades do portão da casa olhando para dentro com os olhos arregalados e brilhando.

— Nunca me disse que tinha tanto dinheiro assim. – susurrou baixinho ainda olhando para dentro. — Deixava que te julgassem junto comigo e nunca levantou a voz para ninguém que xingava você, quando falavam sobre mim você parecia um animal, você deixava te chamarem de sangue ruim e pobre mas é aqui que vive?

— Não devo satisfação a ninguém daquele lugar, se querem me xingar podem fazer o que quiserem, o justo não se justifica. – disse abrindo a grade e entrando com ela. — Nunca deixaria você passar por aquilo sozinha.

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