- Eu não quero dar luz a essa... essa criatura!- Dizia uma mulher ímpia de grandes cabelos roxos e seus olhos brilhando em contraste com as lágrimas que rolaram sobre suas bochechas.
- Vossa senhoria, está se exaltando...- Com toda e maior calma do mundo, uma mulher menor entregava um copo com água a sua superior que, agora se sentava numa cadeira descansando de seu pequeno surto.
- Claro que é, sempre sou eu quem está passando dos limites...- Ela tomou um gole generoso de água.
Mahiru Hiiragi Ichinose, uma rainha muito respeitada e admirada estava agora em um de seus piores momentos.
- É de se entender que esteja receosa com o bebê, mas é tarde para voltar atrás. Seu povo e nosso rei precisam de um herdeiro.- Sua voz soava firme, parecia encorajar Mahiru de um modo que poucos podiam fazer. - Se contar a verdade agora, será morta.-
- Aquela noite foi um erro, eu nunca deveria ter me entregado desse jeito. O que eu faço?- Seu olhar pairava sobre a sala, seu tom de voz era mais fino que antes mas bem longe de calmo.
Uma mão foi repousada em seu ombro, erguendo o rosto pode ver a conselheira real a quem mais dava liberdade e também sendo uma familiar distante Krul Tepes.
Krul tinha também um peculiar cabelo de cor rosa, olhos castanhos e seus 1,45 cm de altura -diferença de 15 cm de Mahiru- entre seus 28 anos de idade. Seu semblante não era sempre dos mais tranquilos, frequentemente se encontrava com outros membros na realeza para tratar de guerras e isso com certeza não dava-lhe um bom humor. Ninguém sabia ao certo como ela sendo uma mulher num período histórico tão machista podia estar em uma posição de tão alta importancia, ela apenas era a melhor no que fazia.
- Aguarde, após o nascimento do príncipe poderá descansar desse alvoroço.
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Gritos cheios de dor e desespero era tudo que se ouvia daquele quarto. Seis meses haviam se passado desde a conversa entre a rainha e a conselheira real, elas continuaram mantendo segredo sobre a procedência do bebê que crescia na barriga de Mahiru.
Algo na gravidez de fato não estava normal, no dia da conversa esta fazia três meses e muitos sintomas incomuns surgiam e causavam pânico na mãe. Sendo eles alucinações, dor e contrações excessivas, surtos raivosos entre outros que fizeram várias pessoas na nobreza que viam sua situação questionarem.
Haviam aqueles que insinuavam exagero da parte desta, ela já havia dado a luz a um filho embora este veio a falecer no parto, então supostamente deveria estar ciente da dor. Outros mais ousados diziam que se não aguentava dar um herdeiro ao rei sem reclamar não deveria ser chamada de rainha.
Nenhum deles sabia o que realmente acontecia com a soberana. De fato sua dor passava do nível da gravidez, era algo que a fazia arrancar a pele dos braços com as unhas todas as noites junto com as mechas de cabelo. As rezas dos clérigos não amenizavam sua dor ou espírito.
Os gritos infernais cessaram dando lugar a um choro inocente de criança. No mesmo momento que o garoto respirou pela primeira vez fora da barriga da mãe foi quando a mesma sentiu a última batida do coração. Enquanto uma das mulheres que conduzia o parto limpava a criança a outra conferia os sinais vitais de Mahiru balançando a cabeça negativamente.
...Várias coisas se passavam na cabeça abençoada com a coroa de ouro. Andando de um lado pro outro vários boatos corriam a solta sobre seu nome e de sua agora falecida consorte, o que lhe deixava nervoso e deprimido ao mesmo tempo.
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PARADA Vossa Alteza - Mikayuu
FanfictionGritos cheios de dor e desespero era tudo que se ouvia daquele quarto. Seis meses haviam se passado desde a conversa entre a rainha e a conselheira real, elas continuaram mantendo segredo sobre a procedência do bebê que crescia na barriga de Mahiru.