- Ei vocês dois! Que porra é essa?
Os dois soldados se viraram na direção da voz, no mesmo momento um deles começou a rir.
- O que quer mocinha? Não foi convidado para o evento.- O comentário sarcástico foi ignorado.
- O que estão fazendo com o menino?- A voz questionou, Yoichi claro não reconheceu, estava muito cansado para raciocinar sobre o que eles falavam.
- Não te devemos qualquer satisfaç- foi interrompido pelo outro homem, Goshi que só começou a falar agora.
...
- Apenas responda, certo?- Kureto ficou com cara de paisagem. -Ele foi pego roubando, Mikaela.
-Por mais que seja um crime a ser julgado, não lhes dá o direito de espancar o garoto assim!
- Do que você tá falando seu idiota? Somos autoridade, você como outro soldado bonzinho deveria apenas aceitar calado.- Kureto ergueu a voz para falar, coisa que não intimidou o recém chegado.
- Goshi deve saber, mas para leigos como você, vou ditar. Sou filho de Krul Tepes, conselheira real e estou bem ciente dos novos preceitos de vosso rei Guren.- Uma pausa na fala foi feita. -Portanto meus senhores, de todos vocês são os uns dos últimos que tem direito de julgar e punir cidadãos desse jeito.
- Ele nem deve ao menos ser considerado cidadão, é parte do povão. Mikaela estou certo? Não me importo de quem seja filho, continua menor e nem tão forte quanto eu, se quiser nos dedurar vá em frente, mas tente pegar esse garoto de nossas mãos. Só tente.
Os olhos azuis semicerraram com a ameaça amarga do soldado.
- Kureto, calma? Não vai acabar perdendo a cabeça por causa de um garoto.- Goshi se prontificou, deixou Yoichi no chão perto do loiro menor que si.- Vem, vamos tomar uma!
Assim, arrastou seu colega de trabalho irritado para algumas doses de cerveja barata.
Mikaela apoiou o menino nos ombros e a passos lentos levou-o para sua casa, apenas para que pudesse cuidar de seus machucados e, assim que possível, levá-lo para casa de onde o tiraram. Assim que despejou álcool em seus machucados, Mikaela pode ver seus olhos se abrindo, de certo por causa da dor. Seus machucados o preocupavam, se perguntava como ainda tinha forças para acordar outra vez.
- Agh!- O menino de cabelo marrom deu um pulo com a ardência que se fez presente.
Apoiando suas mãos sobre a superfície em que estava, constatou que estava sobre um colchão (muito aconchegante na verdade).
Olhou os arredores do lugar, era um quarto bem diferente do que costumava ficar no orfanato. Tinha apenas uma cama, não era pequeno, tinham estantes com livros e um baú de roupas próximo.
- Aqueles caras... você sabe, tirei você de perto deles. Não te sequestrei nem nada.- Foi dito pelo loiro, atraiu o olhar de Yoichi.
- Eu me lembro, não me preocupei quanto a isso.- Este forçava os olhos para ver melhor o rosto do outro, percebeu as vestes pretas detalhadas apesar da visão estar bem embaçada. Quase de imediato se colocou de pé (contra reclamações do loiro) e o reverenciou. -Muito obrigado pela sua preocupação! Não irei te atrapalhar com mais confusões minhas.
- Não deve me todo esse respeito! Não sou igual a aqueles abutres, me trate como um igual e me deixe terminar de tratar de seus ferimentos.
- Certo... Eu acho.- Se sentou outra vez na cama se questionando se ao menos ele batia bem da cabeça. - Por que gostaria de ser tratado como um igual a um camponês?
Mikaela voltou mexer em seus machucados, que fez Yoichi reclamar um pouco.
- Não gosto como os soldados se portam como tão superiores quanto deuses. Punindo até mesmo crianças por diversão.- Houve uma pausa na fala, o garoto de cabelo marrom o olhava atentamente. -Nem mesmo a família real faz isso.
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PARADA Vossa Alteza - Mikayuu
أدب الهواةGritos cheios de dor e desespero era tudo que se ouvia daquele quarto. Seis meses haviam se passado desde a conversa entre a rainha e a conselheira real, elas continuaram mantendo segredo sobre a procedência do bebê que crescia na barriga de Mahiru.