Capítulo 5: My fiance

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AAAAAAAAAH! - Grito me levantando.

-O que aconteceu? - Lu se levanta rapidamente. - Aí, acho que fiquei um pouco tonta... - Ela murmura.

-Esperem. - Susana pega uma vela. - Moon? Pela juba do leão! O que aconteceu?

Fungo e soluço. Estou desolada de medo, mas era bom saber que era tudo um pesadelo. Só um pesadelo. Eu espero.

-Moon, não vai nos dizer o que aconteceu? - Susana se senta na beirada da cama colocando a vela no criado mudo.

-Foi horrível meninas! - Choro respirando com dificuldade. - Eles estavam tentando cortar minha garganta e... - Me engasgo.

-Se acalme... Eles quem? - Susana me pergunta calmamente apertando minha mão enquanto Lúcia me abraçava.

-Eram dois soldados... - Respiro com as lágrimas ainda caindo. - Um me segurava e o outro apertava a lâmina de um punhal contra o meu pescoço. O rei Steven e a rainha Jaclyn também estava lá. A rainha tirava a coroa da minha cabeça enquanto o rei sorria vendo a rainha entregar a coroa a...

-A? A quem?

-A Feiticeira. - Falo. - Me senti tão impotente... - Voltei a chorar.

-Só foi um pesadelo. - Lúcia diz. - Amanhã vai estar tudo bem.

-Aposto que isso é por causa desse palácio... Ele te faz se sentir mal. - Susana diz. - Mas fique tranquila, estamos com você.

Assinto.

☆☆☆

Ontem e hoje foram dias bem cansativos, os Pevensie se dispuseram em ficar no palácio para me dar cobertura. Su e Lu têm seu próprio quarto, mas quase sempre ficam comigo, depois daquele pesadelo, acho que nem cogitam a ideia de me deixar só, já Edmundo e Pedro fizeram questão te dormir no quarto ao lado para garantir que tudo ficasse bem.

Tentei fugir ao máximo de perguntas, como: Por que você não buscou ajuda quando perdeu a memória? ou Tem certeza que não se lembra de nada? Não posso me arriscar, qualquer resposta mal dada ou qualquer momento em que eu saia do personagem podem levar tudo por água abaixo.

As paredes desse palácio nunca foram tão sufocantes, desde que cheguei aqui sinto que há algo de errado, é como se eu estivesse sendo vigiada o tempo todo e ao mesmo tempo uma sensação de solidão corrói minha alma. É perturbador.

Tive um tempo de princesa aqui, me limparam, me perfumaram e me vestiram de uma forma mais adequada do mesmo jeito que preparam um peru para a ceia de Natal, por mais que isso seja uma forma de demonstrar o quanto sou importante, não me sinto bem vinda aqui, prefiro mil vezes dormir no chão das ruínas de Cair Paravel ao lado de meus amigos do que ficar nesta jaula com essa gente.

Eu não consigo conversar muito com os meninos, não tenho muitas oportunidades, mas Edmundo me disse que logo teremos muito tempo para conversar e que Pedro e ele estavam tentando arrumar um jeito das coisas melhorarem. Dentre todas essas coisas, a que mais me preocupa é o exército, eles não são só os guerreiros de Pedro, são meus guerreiros também, me preocupo com eles porque entre eles existem homens que trabalham duro pela sua família, mulheres que precisam de apoio, jovens que largaram tudo para me ajudar, animais que podem perder tudo e seres mágicos que me veem como a única esperança.

E ao invés de estar lá dando apoio, estou presa aqui nesse vestido branco de seda e com esses adornos desnecessários.

Eu estou sentada na ponta da minha velha cama no palácio. Observo meu quarto e vejo por uma janela o céu estrelado (Já é noite e faz umas 2 horas que jantamos), me aproximo da janela, ela tem um assento e algumas almofadas. Paro de pensar nos meus problemas e fico fascinada por todos aqueles pontinhos de luz no breu.

De Volta aos Velhos Tempos: O Trono que foi Tomado (Edmund Pevensie)Onde histórias criam vida. Descubra agora