Giannetti
Já numa distância de 2km, com os sapatos na mão, Malú reclamava de fome, estava muito escuro e eu entendia perfeitamente a situação, Rui não voltou a perguntar, mas era bem visível a curiosidade e a raiva em seu olhar, então, o quê é que eu deveria fazer? Deixar eles e fugir? Não, eu sei o que iria acontecer com eles, eles seriam torturados e depois mortos, minha consciência não me deixaria viver em paz depois de arruinar suas vidas.
Quando tudo acabar sei que eles estarão bem, e poderam voltar às suas vidas.
Andamos por pelo menos mais 240 metros até avistamos um motel, e sim eles precisavam, em especial Malú, que se encontrava dormindo no colo de Rui.
— Vamos precisar passar a noite aqui, e vocês precisam comer e um banho.
— Está bem!
— Vou pagar um quarto, precisamos passar a noite no mesmo cómodo! Alguém se incomoda? — perguntei olhando para Rui, que analisava o local.
— Melhor, aqui está! — diz dando o dinheiro.
— Ainda tenho aqui — achei que fui meio arrogante então tentei facilitar as coisas — Guarde, irimos precisar mais tarde. — me virei para a recepcionista e continuei com o pedido — Podes disponibilizar dois quartos mais com portas viradas para elas?
— Temos, mas o seu orçamento é... Digamos é diferente.
— Iremos ficar como esse mesmo, e por favor, precisamos de comida.
— E algum doce por favor! — Lélia disse meio assustada, e vi a cara do Rui mudar para medo!
— Como ela está!?
— Com febres!
— Acorde ela, não deixe ela dormir mais.
— Sim, farei isso, o açúcar.
— Aqui — a recepcionista entrega um pote com vários doces — Por aí tem um refeitório, aqui estão as chaves.
— Está bem, e por favor, mande levar um jantar para lá tá, vamos o que ela tem?
— A glicose deve estar baixa — Lélia parece assustada, e eu também!
Mais tarde, o jantar chegou e eu só consegui tomar café para me ajudar a ficar de pé o resto da noite, que não era necessário pois todas as células no meu corpo imploravam por sangue, ainda não consegui falar com Magna, ela simplesmente havia confirmado que saiu da escola e estava no carro, meu avô sempre falou da importância de ter uma casa de ninguém saberia de sua existência, e hoje eu agradeço.
A porta que ligava os dois quartos estava aberta, Lélia e Malú estavam dormindo, já Rui ficava observando o local pela janela do quarto em que estava, depois de não ter por perto a Malú, decidi ficar com a arma nas mãos, todo o cuidado é pouco agora, a vida dos meus sobrinhos agora depende de mim.
Não olhei na pasta, ainda não quero saber o que raios deve estar nela, quais documentos merecem a minha vida? Chorar? Não não quero e nem sinto a necessidade de tal, talvez esteja em choque ou algo do tipo, mas eu não quero chorar e a cada hora que passa minha vontade por sangue só aumenta.— Ei, precisas dormir! — Rui diz parando na porta — já são 2 da manhã, esse dia não foi legal para ti, deves estar em tal choque, e eu entendo!
— Obrigada, mas estou sem sono.
Ele não diz mais nada e desaparece no quarto, fui para as janelas e segurei firme a minha nove milímetros, e vocês não imaginam a vontade que estava de matar alguém, o fazer chorar, sofrer e desejar sua própria morte, sim agora eu quero mais que nunca fazer parte da Máfia, não como um simples membro e sim como a capô dele, afinal de contas meu DNA é de Yostem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Giannetti Yostem
RomanceSeu avô a transformou; a tragédia fez dela uma mulher com o coração de homem. Giannetti já foi doce como o mel! Sua inocência acabou antes mesmo de tê-la. Em um mundo onde o papel da mulher é ser mãe e uma boa mulher, Giannetti terá de provar que a...