Capítulo: 13

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Giannetti

Estou morrendo de tanto rir ao pensar no cenário de ontem a noite na casa onde estão Rui, e meio apreensiva com o que ouvi de Lélia e eu entendo, por muito tempo me sentia daquele jeito com meu avô e meu irmão, lembrar da cara de Rui me fez soltar uma gargalhada, como se não fosse normal ele estar com o pau quase saindo das calças, nossa ele imagina demais ele estava quase colocando gozando aí na minha frente, eu não vou negar sinto uma leve atração mas não é nada de mais, ele não notou bom para mim, eu fui muito cuidadosa para não mostrar a minha atenção naquela calça, quis também por um curto momento ver bem de perto, eu não sou santa mesmo.
Enquanto mexia nas papeladas do meu avô notei uma coisa estranha aí, a gaveta estava levemente arranhada, como se alguém tentasse abrir ela! Oh céus o que foi que levaram, isso apareceu hoje, ontem não esteve assim.

Felizmente todas as coisas com informações importantes não estavam aqui, burra seria eu se deixasse aqui. Pedi ao Natanael que trouxesse Magna e Horácio para o velório, eles tinham esse direito, estar no velório de seus pais será confortável no futuro ter essa memória, digo isso porque eu não tenho e as vezes dói muito, o velório terá inicio as 6pm, e com elas aproveitar fazer novas amizades.

Pelos vistos Hobby deixou muita coisa pendente, ontem depois do telefone tivemos que ir para Malibu porque um dos nossos navios estava fora da rota por mandando de um dos funcionários no cais de lá, felizmente ele teve o que mereceu não por mim, eu só não queria ter uma morte insignificante na minha nova lista favorita.

Após ter finalizado com o trabalho por hoje, fui comprar algumas minis câmeras de segurança e coloquei no escritório, de certa que eram voltar, não quero envolver mais ninguém nisto, porque eu não confio em absolutamente ninguém. Estava no caminho para casa quando recebi uma mensagem de Natanael

Natanael: Sua encomenda está em seu apartamento.

Giannetti: Certo, em segurança?

Natanael: Sempre.

Meu coração estava a mil, finalmente estarei com as crianças! Não sei como Mag lidou com tudo isso ela apenas tem 13 anos e isso me preocupa bastante, ligue para Martins o pedi que fosse trazer Rui, ontem eu disse que faria isso, me apressei a chegar em casa, mas o trânsito estava muito lento e meu coração irá tão rápido de nervoso.

Após uma hora a chegar em casa, o que pareceu horas, estacionei o carro e logo o de Lucas também chegou, ter homens por todos os lados tem me deixado louca e esse cuidado exagerado só vai terminar quando eu matar quem Seja que quer me matar antes, esperei pelo elevador e graças a Deus não demorou e fui para minha cobertura, ao entrar não vi nada de mais exceto por ter mais segurança na casa, e olhei por toda a sala e nada de os encontrar.

- Você aí! - chamei pelo homem a minha direita e perguntei - Cadê as crianças?

- Estão no banho senhora!

- Caminhei até ao quarto de hóspedes e ouvi o som da água escorrendo no banheiro, Horácio estava a dormir de toalha, deve estar muito cansado, me sentei ao seu lado, depositando um beijo em sua testa, para estar mas confortável me deitei e aproveite o cheiro do condicionador em seus cabelos e me deixei relaxar e estar calma tendo o filho de Hugo aqui!

- Eu prometi para vocês e eu vou cumprir, eu darei minha vida se assim eles estiverem em segurança. - acariciei os seus cabelos, tomei o maior cuidado para não o acordar, Magna vai aproveitar o banho para colocar tudo fora e eu vou respeitar o seu momento, ela precisa.

Meu avô queria algo grande para mim no meu aniversário de quinze anos eu não tinha nenhuma amiga, os colegas de escola sempre sentiram medo de chegar perto de mim, mesmo se fosse eu também sentiria medo, afinal de contas Hugo e Hobby não tinham a melhor cara! Eu sabia que os quinze anos, a festa de quinze anos era a data de me apresentarem ao meu futuro marido, como eu não queria então fiquei duas semanas na casa de uma nerd da minha turma, paguei muito dinheiro a sua mãe e ela para não me entregarem ao meu avô, a suposta festa foi realizada e o noivo também foi apresentado na ausência da anfitriã da festa a aniversariante.

Por ter feito meu avô passar vergonha, e ter sumido por duas semanas, meu avô me colocou de castigo me trancando em um quarto pequeno sem janelas com um buraco que servia como sanita por um mês, não tinha cama ou colchão apenas lençóis e um banco, me serviam as refeições que mais pareciam com resto de cães num buraco que estava na porta, tive de sobreviver aquele porcaria por um mês sem tomar banho e quando chegou minha menstruação tive de cortas nos lençóis, eu fedia muito, e pra lavar nas minhas partis íntimas usava a água que vinha com a comida, nem mesmo Hugo conseguiu me salvar daquele buraco, e foram tantas vezes que voltei naquela sala que meu avô teve que desistir de me mandar seguir as malditas regras que hoje, eu sou uma delas.

Foram tantas vezes que meu avô teve de tomar decisões que magoava seu coração por bem da Gostem! Eu vi meu avô colocando a família de lado para poder atender a organização, felizmente minha rebeldia chamou a atenção dele e fez de mim sua preferida, ele confiou em mim para dar os segredos do seu bem mais precioso que é a Gostem, e nunca por escrito, ele me faz saber tudo de cor e hoje eu preciso dar juiz a tudo que aprendi.

- Tia - Magna estava com os olhos vermelhos e o rosto inchado, seus olhos falavam do tanto que ela chorou - Eu achei que nunca mais iria te ver, Horácio dormiu de tanto chamar por mamãe e André - inrolada na toalha e descalça caminhou até a cama e se jogou em meus braços, eu a entendia era muita coisa pra uma mente tão pequena e não preparada, mas quem estava preparada para perder todos assim! Que aguentaria isso, sinto meus olhos a arderem e faço o maior esforço para não chorar, eu não posso me mostrar fraca para ela, apenas disponível para tudo, até quando quiser gritar

- Não sei quando, mas a gente se habituar viver sem eles, a sorrir de alegria e estar em sítio se eles - dou um beijo em suas bochechas e abraço seu corpo húmido pelo banho.

- Só quero parar de sentir essa dor tia!

- A dor não vai passar, ou deixar de doer, ela simplesmente vai ser parte das nossas vidas e a ferida que dói não vai doer mais porque será uma cicatriz, essa dor vai estar presente sempre.

- O que será de nós?

- Só viva e deixe essas preocupações conmigo Tá, descanse que mais tarde vamos ao velório.

- O tio Natanael, disse que Clarinha também se foi, havia conversado com ela naquele dia e ela me disse que não iria a escola por precisava dormir - fiquei calada e deixei ela chorar em meus braços, eu também queria chorar mais não posso, não agora.

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⏰ Última atualização: Jul 26 ⏰

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