— Sabe, às vezes acho que sou um caramujo. — Carina confessou, fazendo as duas mulheres a encararem confusas.
Já haviam se passado alguns dias desde o primeiro beijo com Maya. A fotógrafa, contudo, ainda não tinha comentado com ninguém sobre o ocorrido, sentia que era algo pessoal demais para ser exposto, as únicas pessoas no mundo para as quais ela se abriria quanto ao assunto eram Arizona e Callie, mas a loira andava demasiadamente ocupada com o novo tema de suas palestras e pouco tinha tempo para se encontrarem.
As amigas só conseguiram se ver na sexta-feira daquela mesma semana, Ari convidou Carina para ir a sua casa no final da tarde para tomarem café juntas. Calliope, que também estava em casa, ficou responsável por preparar muffins para as três.
— Tori me disse que os caramujos podem dormir por metade de suas vidas. Será que eu dormi a metade da minha vida? — a italiana pensava em voz alta enquanto beliscava alguns biscoitos salgados.
— Aonde você quer chegar com isso? — Robbins perguntou confusa.
As três mulheres se encontravam na cozinha, Carina estava sentada em uma das cadeiras que compunham a mesa redonda de mármore, Callie estava concentrada em mexer os ingredientes na vasilha enquanto sua esposa se ocupava em untar as forminhas que levariam a massa após ligar o forno para pré aquecê-lo.
— Eu beijei a Maya.
— VOCÊ O QUE???!!! — as duas comentaram simultaneamente parando suas respectivas tarefas para prestar atenção em Carina.
— Isso mesmo. Eu beijei a Maya.
— Espera aí. Você beijou a Maya ou a Maya te beijou? — Callie perguntou empolgada.
— Eu beijei ela. — franziu o cenho confusa com o tom da pergunta.
— BINGO! VOCÊ ME DEVE 50 REAIS. — a morena falou para a sua esposa.
— Não é justo, eu achava que Carina nunca teria coragem de tomar partido. — Arizona bufou.
— Espera, o quê? — Carina franziu o cenho confusa.
— Arizona achou que quem tomaria a iniciativa do primeiro beijo seria a Maya e eu apostei em você. Boa, garota! — Callie fez uma dancinha.
— VOCÊS APOSTARAM NISSO? — levantou incrédula, não podia acreditar na criancisse das duas.
— Okay, não fique brava com a gente! — a guru estava tentando encontrar uma forma de se desculpar. — Lembra do meu aniversário? Você foi para a piscina e Maya a seguiu, ela sentou ao seu lado e foi então que a aposta surgiu. Eu achei que ela te beijaria naquele momento mesmo, mas Callie foi mais visionária e lançou a aposta de que você que tomaria a iniciativa.
— Vocês são insanas... — a italiana murmurou.
— Como vocês não se beijaram naquele dia, a aposta se estendeu. — justificou.
— Por que vocês tinham tanta certeza de que esse momento chegaria?
— Oh, céus! Como você é ingênua... — Callie riu, voltando a preparar os muffins. — A tensão sexual entre vocês exala a quilômetros de distância. Chegava a ser patético como só você não enxergava isso. — o casal riu, deixando Carina ainda mais embasbacada.
— Não estava tão explícito assim, eu teria percebido antes.
Mais uma vez as duas riram, deixando Carina perdida no cenário.
— Acredite, estava sim! — Arizona comentou enquanto lavava suas mãos após terminar de untar as formas. — Mas nos diga, foi bom?
— Se foi bom? Robbins, eu juro, odeio vocês por nunca terem me falado o quão bom é beijar uma mulher. — a italiana jogou novamente seu peso sobre a cadeira.
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TAKE ME TO CHURCH
RomanceDe um lado, Maya Bishop, uma escritora assumidamente lésbica. De outro, a mãe de um jovem rapaz e esposa de um fiel pastor, Carina DeLuca, cujas crenças são questionadas quando o destino de ambas se cruzam e desse encontro nasce um profundo sentimen...