Rainhas do Caos (Imagine Wanda x S/n)

4. "Festinha?! Sério?"

Juntei só alguns poucos pertences e minhas roupas antes de atravessarmos o portal que meu pai abriu e chegarmos na torre.

Os vingadores estavam todos lá, reunidos na sala de estar tecnológica enquanto Tony Stark parecia explicar pra eles algum tipo de plano.

— É a filha do Strange, né? — ouço o Clint sussurrar para Natasha quando eu entro.

— Sim — Natasha responde — achou ela gatinha?

Meu Deus, eles realmente acham que eu não estou ouvindo?! Só pode ser, pra estarem falando de mim assim na cara dura. Acho que eles não têm noção do tom de voz.

— Eu não vou responder, vai que você fica com ciúmes — o homem diz, fazendo a Nat dar risada.

— Deixa de besteira Clint, você sabe que a gente só ficou algumas vezes.

Ah, ótimo, então ele também sabe do meu rolo com a Natasha. Não foram só algumas vezes, a gente se pegou em toda ocasião que nos vimos. Mas o que eu tinha com ela não era nada sério, bem diferente do que eu quero com a Wanda um dia.

— Fecha a boca Nat, você já tá babando — Thor diz e os três caem na gargalhada, incluindo ela, e eu reviro os olhos.

Tony finalmente percebe que nós tínhamos chegado e interrompe seu discurso pra nos cumprimentar e dar as boas vindas. Os outros aproveitam pra fazer o mesmo e eu percebo o quanto estou feliz por rever eles, apesar de qualquer brincadeirinha, são meus melhores amigos ali! Eu praticamente cresci com eles em vez de crescer com pessoas normais como eu, e isso foi uma "medida para a minha segurança" segundo meus pais.

Principalmente o Thor. Nós nos damos muito bem desde sempre, com o tempo ele se tornou meu melhor amigo dentre todos.

— Senti sua falta pequena! — ele me abraça e me ergue do chão. Sempre fez isso, facilmente ainda, afinal tem quase o dobro do meu tamanho. — Hoje você vai me contar todas as fofocas ein?

— Também senti saudades! Pode deixar que eu vou contar tudo, inclusive tem babado fresquinho, saído do forno pra você...

Thor faz uma cara de animado e se afasta para eu abraçar os outros também. Depois, todo mundo se senta novamente e o Tony volta a explicar.

— É o seguinte, agora que estão todos os moradores da torre aqui, a gente vai começar a treinar todos os dias. Vocês tão muito fora de forma. — ele gargalha junto com o resto de nós e depois continua. — Agora é sério, queremos condicionamento físico todos os dias.

— Stark, eu não preciso de condicionamento físico nenhum pra lutar e muitos aqui também nao. — interrompe Natasha, dando um passo à frente, e vejo a maioria concordar com ela.

— É, tá certo. Eu só não queria fazer a normal aqui se sentir solitária, porque ela sim precisa de condicionamento, e muito — Tony diz apontando em minha direção.

— Relaxa Tony, prefiro fazer isso sozinha mesmo, só preciso de alguém pra me ensinar as táticas de combate...

— Bom, Nat é a única aqui que sabe mais sobre isso, então ela fica encarregada.

Eu concordo, afinal ela realmente é a única que pode me ensinar a lutar, já que assim como eu a viúva negra também não tem poderes. Ela me lança um sorrisinho malicioso e eu sinto a Wanda fuzilando-a com o olhar.

— Ah e só pra finalizar, hoje nós vamos dar uma festinha de boas vindas!

Festinha? Viemos todos pra cá porque um apocalipse está próximo e o Stark vem falar de uma festinha?!

Os outros parecem não se importar, na verdade até se animam bastante. Já estão acostumados a dar muitas festas aqui na torre e meu pai sempre me permitia vir, foi assim que conheci a maioria deles e dei uns pegas na Natasha.

Finalmente sou liberada pra conhecer meu quarto e guardar minhas coisas lá. O espaço é pequeno mas eu gostei, dá um ar aconchegante. Só falta cobrir esse chão metálico gelado com um tapete felpudo, e aí sim meu cômodo temporário vai ficar com cara de um lar. Aliás, como todos os outros, é uma suíte e eu tenho um banheiro só pra mim, pequeno também. Mas é fofo.

Estou desfazendo minha mala e colocando as roupas no armário quando alguém bate à porta, e como estava destrancada eu apenas grito "Pode entrar!".

É Wanda, vestindo um pijama leve em tons de rosa e vermelho, os cabelos presos em uma trança como no dia que eu a conheci e descobri que ela era minha vizinha. Linda, linda, linda. Como pode ser tão linda!

Ela entra, fecha a porta atrás de si e senta na cama, os lábios contraídos em um biquinho de chateação quando ela diz:

— Preciso te falar uma coisa!