Ainda lembro a primeira vez que vi Alec Lightwood… Ele me mediu de cima a baixo, inexpressivo, pura Arrogância no olhar.
Ele parecia nem ouvir o que eu falava, sentado na cabeceira da mesa, na sala de reuniões, e eu comecei a ficar nervoso, porque minha apresentação estava perfeita, mas ele não ligava a mínima e meu emprego dependia daquilo. Que merda!
Eu já estava terminando e não sabia mais se ainda queria trabalhar naquela empresa, só porque teria que olhar para a cara daquele homem novamente.
Ele era lindo. Muito mais do que tinham dito. Era alto, maxilares marcados, barba por fazer, deixando uma sombra escura e charmosa no rosto, boca desenhada por algum anjo artista, sobrancelhas grossas e cabelos lisos, porém rebeldes e bagunçados. Seus olhos eram lindos, uma cor diferente, uma mistura de verde com mel, profundos, misteriosos. A pele era alva, leitosa e dava até vontade de tocar, para sentir se era mesmo macia como parecia. E ele era atraente. Porra, muuuito atraente… O cara tem 35 anos e parece um deus.
Era impossível não olhar para ele, quando estava no ambiente, e era impossível parar de olhar depois. Ele tinha um magnetismo…
Caralho, ele entrava no lugar e não tinha um ser humano que não babasse olhando para ele. O corpo atlético, a pernas longas, coxas grossas, bunda redonda, braços musculosos, mãos grandes, pescoço forte.
Alec parecia não se importar. Ele mal olhava para as pessoas, estava sempre silencioso e inexpressivo, quase entediado com toda aquela atenção, sem paciência para os assuntos, de saco cheio daquela vida.
Há quem diga que ele é arrogante, pedante, superficial e egocêntrico. E eu não duvido que ele já tenha agido assim com muitas pessoas, porque agiu comigo também.
Alec sabia ser grosso quando queria. Sabia ser rude. Sabia ser insuportável, odioso até.
Ele era uma incógnita para mim. Era como um livro enorme, que precisava ser lido inteiro para ser entendido, como uma mata virgem a ser desbravada, ou, sendo simplista, como uma cebola, cheia de capas, que precisavam ser retiradas uma a uma - mesmo que você chore enquanto faz isso - até chegar ao seu final.
A verdade é que todos pensam que conhecem Alec Lightwood… Mas isso é pura ilusão. Ninguém conhece o verdadeiro Alec Lightwood.
Só eu!
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Eu consegui o emprego. EU CONSEGUI O EMPREGO, PORRA!!!
Depois de vários empreguinhos sem futuro, consegui o emprego dos sonhos agora, aos 29 anos.
Eu sou Magnus Bane. Gosto de calças coladas no corpo, marcando minha bunda bonita. Às vezes faço luzes no cabelo, de acordo com o meu humor, e sempre, eu disse, sempre, uso make. Sempre tenho um belo delineado gatinho evidenciando meus olhos cor de Whisky e um pouco de gloss nos lábios. Amo anéis e as cores nas minhas unhas também refletem o meu estado de espírito. Logo, eu sou um livro aberto para quem sabe me ler. Roupas extravagantes e botas de salto alto sempre combinam comigo. Ah, e eu sou hipercriativo, muito inteligente, e modesto também.
Mas, será que Alec Lightwood percebeu isso?
Ele não disse nada, não comentou nada, não deu uma palavra. Eu não saberia dizer se me ouviu, se entendeu ou se somente seu corpo perfeito estava lá e sua mente em outro lugar, mas, quando terminei minha preleção, fez um movimento com a mão, muito discreto, quando Isabelle virou-se para ele. Ela assentiu e ele se levantou e saiu, sem dizer um tchau.
_ Espero você na minha sala… _ ela falou, se levantando também, e saiu.
Juntei o material da apresentação o mais rápido que pude, enquanto os outros membros da equipe conversavam e fofocavam ao meu redor. Corri até a sala daquela que seria a minha chefe imediata e bati na porta antes de entrar.
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Insensível
FanfictionTodos pensam que conhecem Alec Lightwood mas isso é uma ilusão. Ninguém conhece o verdadeiro Alec Lightwood... Só eu! Eu sou Magnus Bane e sei que não é nada fácil conhecer Alec Lightwood, porque ele é cheio de capas, como uma cebola. Mas... quand...