Os irmãos ciumentos - 1

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Numa noite, em um palácio...

            — Veja só! Todos prestam mais atenção no exibido do Rafael só porque ele mais jovem e lindo do que nós!... — falou o irmão mais velho de Rafael, Geraldo para seu outro irmão, que retrucou com chamas ardentes de ciúme do irmão mais novo:

— Maldito! Ele se acha o melhor... Deveria deixar de existir! — o outro gargalhou maliciosamente, como se tivesse em mente um plano diabólico.

— Não se preocupe Fernando, Rafael já tem seus dias contados — revelara.

— Então você já tem um plano? — indagou ansioso Fernando.

— Sim, mais vamos para o nosso quarto lá te contarei tudo.

Os dois irmãos saíram da sala principal do palácio, lançando um olhar frio e falso para o irmão caçula, este estava cercado por diversos e belos príncipes de outros reinos que vinham todos os dias para ver a sua magnífica beleza e ter uma chance de dançar com ele. Mas o jovem príncipe já estava comprometido... Os malvados ciumentos irmãos subiram as escadas que levavam para o segundo andar, com seus corações transbordando de maldade se enfiaram para o quarto, aonde ali iriam discutir uma maneira de destruir o irmão Rafael.

            O lindo jovem príncipe Rafael sabia que seus irmãos sempre o odiaram, mas ele não sabia o porquê de tanto ódio, já que eles tinham de tudo para ser felizes, inclusive a própria liberdade, pois Rafael não podia colocar um passo de seu pé fora do palácio, que se transformara verdadeiramente em sua prisão. Rafael não queria ter nascido com uma beleza que fascinava todos os outros quando o olhassem. Isso era o motivo para que ele sempre vivesse preso no luxuoso palácio.

"Como gostaria de ser livre. Gostaria de poder correr pelo mundo para sentir o vento no meu cabelo, para sentir o calor do sol em minha pele e me aventurar...", — pensava o belo príncipe, rodeado por diversos outros príncipes e por toda a corte que o admiravam.

— Sem dúvida você é o mais belo de todos no universo! — cortejava um jovem príncipe muito rico de um reino vizinho.

— Você é o verdadeiro Eros do amor... — elogiava um outro.

Rafael já não aguentava mais de ser tanto cortejado, só queria ter uma vida normal...

No quarto dos irmãos...

— Rafael deve ter um fim trágico! — sugeriu Geraldo, o mais velho.

— Trágico e doloroso. — acrescentou Fernando. — Podemos envenená-lo. O que acha?

— Acho muito pouco e arriscado. — respondeu insatisfeito a sugestão do irmão. — Acho que devemos vendê-lo! — sugeriu.

Fernando pensou e gostou da ideia:

— Bem... Até que não é má ideia.

— Vamos vendê-lo por um preço bem alto e para o homem mais horroroso da terra!

— Sim! De que vale ser o mais belo da terra se o destino dele será reservado para uns dos homens mais horrorosos que existe? — indagou em êxtase.

— Agora devemos planejar nosso plano, aliás, ninguém mais deverá saber disso — falara em voz baixa, como se estivesse com medo de que por de trás da porta estivesse alguém escutando.

            O rei dispensou todos os príncipes e toda a corte, e Rafael ficou livre dos olhares fanáticos dos jovens príncipes e ricos, e triste como de sempre subiu as escadas para se isolar no seu quarto, aonde permaneciam dois soldados guardando a porta do seu aposento. Ao entrar se deparou com o lindo e orgulhoso príncipe Alan, este era jovem e o mais rico de todos os príncipes de toda a terra. Este proclamava para todos que em breve seria o dono de Rafael e que toda aquela beleza lhe pertenceria.

— O que você faz aqui? — o indagou bruscamente, vendo o príncipe deitado em sua cama.

— Estava te esperando — comentou. — Sabe, eu tenho muito ciúme de você, não suporto ver outros olhando para a sua beleza — respondeu sério.

            Rafael olhava seriamente para o príncipe Alan, que se levantou e caminhou de braços abertos em direção a ele, indagando sorridente:

— Você não vem me dá um abraço e um beijo? — Rafael não respondeu e quando o belo jovem aproximou para abraçá-lo, ele se desvencilhou, mais foi segurado pelo braço e puxado para junto dele e o príncipe Alan ameaçou.

— Não resista em me satisfazer, logo em breve você será meu marido! — dito isto fechou os seus olhos e aproximou os lábios para beijá-lo a força, mas Rafael lhe deu uma bofetada forte em seu rosto. O príncipe soltou-o e com a mão esquerda na face, disse sorrindo, escondendo a sua raiva:

— Não pense que ficará assim. Como castigo, você nunca terá um dia de liberdade! — e saiu do quarto, logo os guardas trancaram a porta, deixando-o preso no seu belo quarto.

            Chorando muito se atirou na cama, pois o destino estava sendo muito cruel com ele...  Não amava Alan e sabia que todos o amavam por ele ser belo e não por ele ser quem ele era por dentro. Sua beleza externa aprisionara sua liberdade interior.

— Eu não posso viver assim...! — dizia com lágrimas em seu rosto de anjo.

O Destino do Jovem Príncipe - LGBTOnde histórias criam vida. Descubra agora