A esperança de Rafael - 3

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O guarda abrira a porta do quarto do príncipe Rafael, este estava deitado de lado na cama, e se admirou não acreditando no que seus olhos mostravam; a presença de seu irmão mais velho no seu quarto era como se fosse apenas um sonho impossível de se sonhar. As palavras sumiram de repente de sua boca, apenas um queixo caído e um par de olhos bem arregalados se mostrava no seu rosto, cheio de espanto.

— N-Não posso... acreditar...! É você mesmo? — indagara se levantando da cama. Geraldo usou sua técnica de dissimulação e fez do seu puro ódio se transformar num amor falso, e veio de encontro com o irmão chorando:

— Oh, meu querido irmãozinho, me perdoe...! — e desatou a abraça-lo pela primeira vez na sua vida. Rafael nada entendia daquilo tudo e abraçou-o o irmão fortemente, embora muito confuso não pudera deixar de sentir uma alegria invadir pelo corpo, sentindo o amor do seu irmão que sempre desejou sentir.

— Como assim te perdoar? Não fizeste nenhum mal a mim. — desabraçaram, e Geraldo fingia se desculpando:

— Eu e Fernando fomos injustos com você todos esses anos... Achávamos que você exibia sua beleza para nos humilhar.

            Rafael ouvia calado o reconhecimento do irmão, e se alegrou, pois agora pensava que sua solidão teria menos amargura, pelo menos até se casar obrigado com o príncipe Alan.

— Eu nunca pensei em fazê-los infelizes, eu sempre quis o bem de vocês.

"Como sabe fingir esse desgraçado!", — pensava Geraldo.

— Hoje fomos capazes de compreender como você está sofrendo, meu querido irmão — lamentou-se.

— Sim, meu querido irmão, a beleza se tornou o meu maior castigo...!

— Rafael, você não gostaria de passear comigo e com Fernando pelo reino? — se mostrou um sorriso nos lábios.

            Rafael se surpreendeu muito, seus olhos bem arregalados e com voz trêmula indagou:

— Me desculpe? O-O que foi que você disse?

O irmão mais velho apertou carinhosamente a mão dele e repetiu a pergunta bem explicada:

— Não gostaria de poder passear com a gente pelo reino? Esse seria o nosso presente pela nossa ingratidão contigo todos esses anos.

            Agora Rafael podia compreender direito e não pensando duas vezes foi logo respondendo numa imensa alegria nunca antes sentida na vida:

— Mas lógico que aceito! — mas parara de repente e baixando a cabeça descontentemente, foi informando. — Mas como poderia sair do palácio? Sou vigiado o dia e a noite inteira... Nunca me deixariam sair para ver como é lá fora.

Geraldo confortou-o dizendo:

— Não se preocupe com isso irmãozinho... Eu lhe prometo que ainda esta tarde você verá o belo que é lá fora do palácio. — garantiu. Rafael não pôde esconder a emoção que sentia naquele momento e emocionado agradecera:

— Obrigado... Muito obrigado meu irmão... Não poderia ser maior e melhor presente do mundo isso que me concede!

            Sem que ele notasse, um sorriso malicioso brotava dos lábios falsos de Geraldo que voltou abraça-lo, e que já ia garantindo o sucesso no seu plano maligno.

O Destino do Jovem Príncipe - LGBTOnde histórias criam vida. Descubra agora