Os dois segredos - 7

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A tarde dera lugar para as estrelas da noite e a carruagem do príncipe Alan já estava percorrendo a toda velocidade para resgatar o belo príncipe.

Enquanto isso, Rafael sentia-se cansado e Augusto Luís o levou no colo para o seu quarto, onde o colocou com bastante carinho na macia cama de casal.

— Dorme com os anjos, meu querido.

— Não quero dormir com os anjos, quero dormir somente com você — disse graciosamente, e acariciou com a mão as marcas deformadas em seu rosto.

Augusto Luís se entristeceu. Rafael se preocupou:

— O que houve? Está triste por quê?

Ele virou o rosto, como se tivesse com vergonha de que ele o olhasse nos olhos.

— Você é tão belo e acho que não é justo que alguém como você passe o resto da sua vida ao lado de alguém como eu. Posso te envergonhar no meio das outras pessoas...

— Pare com isso. Eu nunca me sentiria envergonhado ao lado do homem mais belo do mundo. A sua beleza eu vejo em seus olhos, onde é uma janela aberta aonde eu posso ver o que tem dentro do seu coração. Você tem aquilo que poderá me dar e que ninguém mais tem essa capacidade, e sabe que é?

— Não.

— O amor puro e sincero. Acredita nisso?

Os olhos carregados de lágrimas concordaram:

— Sim — e tomou suas delicadas mãos e beijou-as.

A carruagem do príncipe Fernando parara na entrada da floresta. O príncipe indagou ríspido para ele:

— Aonde foi o local que levaram meu amado príncipe?

O corpo de Fernando congelou de pavor e respondeu:

— Depois do riacho, num local cheia de rochas e pedras, o sequestrador do meu irmão o levou adiante numa entrada curta e cumprida.

O príncipe sorriu maliciosamente para o príncipe e disse:

— Vai rezando para que meu Rafael esteja bem fisicamente, pois se não estiver você e aquele ordinário de seu irmão irão se arrependerem do dia em que nasceram.

O príncipe Alan desceu da carruagem e tomou um dos cavalos da carruagem e montou.

Estava preparado com sua fiel espada que fora assassina por várias mortes. Olhou para o cunhado e ameaçou-o:

— Se você voltar para o palácio sozinho quando eu me retirar, juro que irei te castigar dez vezes mais do que seu irmão. Entendeu?

Fernando assustado argumentou:

— Mas é muito perigoso eu permanecer aqui sozinho nessa escuridão! E se alguém aparecer?

— A única coisa que pode aparecer nessa noite é uma fera faminta caçando sua comida. E quem sabe você possa vir ser a janta dele, seria divertido não acha? — terminou gargalhando e saiu a galope com o cavalo que tomou da carruagem. Fernando esperou por alguns minutos até ter certeza de que o cunhado se distanciara e não parando para refletir o quanto poderia sofrer nas mãos dele voltou imediatamente para o palácio.

O príncipe Alan galopava em alta velocidade com o seu cavalo na estrada por onde Augusto Luís e Rafael passaram. De longe o príncipe Alan avistara uma janela de uma casa com velas acesas. Seu coração acelerou junto com a velocidade que o cavalo o conduzia para aquele rumo.

"Será que é aquela casa onde Rafael se mantém como prisioneiro...? Com certeza deve ser, aliás, qual outra casa poderia existir nessa gigantesca floresta?"

O Destino do Jovem Príncipe - LGBTOnde histórias criam vida. Descubra agora