— Isso é impossível! Não posso acreditar no que acabei de ver! — assustado e furioso ao mesmo tempo dizia para seu irmão Fernando.
— Ele não teve medo, nem saiu correndo desesperado e ainda por cima pediu que ele o levasse... Isso sim é que dá medo. — retrucou o outro branco feito papel.
Geraldo irritado se manifestou:
— Nosso maior objetivo era fazê-lo sofrer, mas acabamos fazendo-o feliz, dando-o para esse horroroso fingido!
— Devemos corrigir esse erro que fizemos. Rafael deve morrer na tristeza e sem liberdade! — acrescentou com fúria.
Ao contrário dos irmãos invejosos, Rafael sentia uma alegria que nunca sentira antes, ele não parava de observar as árvores e qualquer tipo de animal que surgia a sua vista.
Rafael então se lembrou de que não havia perguntado o nome daquele homem com quem estava:
— Me desculpe... Mas não sei o seu nome. — disse com jeito, receoso que este ficasse bravo.
— Eu me chamo Augusto Luís. — respondeu embora ainda surpreso com a coragem do belo jovem. Ficou com curiosidade de saber de seu passado. — Você disse que nunca vira a natureza antes, isso é mesmo verdade?
— Infelizmente é sim. Sempre vivi trancado, era vigiado vinte e quatro hora por dia.
— Você era um escravo?
Rafael se espantou com a pergunta e informou:
— Não sou escravo. Sou um príncipe.
Augusto Luís se assustou:
— Como disse? Um príncipe de verdade? — Rafael então percebeu que cometera um erro dizer quem era ele e rapidamente mentiu, pois se não ele iria devolvê-lo ao palácio e aí acabaria seu dia de liberdade:
— Quero dizer, fui escravo de um príncipe, mas depois ele me abandonou.
Rafael conseguira enganá-lo e discretamente respirou aliviado.
— Você pretende ficar aonde?
— Eu não sei ainda, talvez eu ache um lugar por aí, bem longe do reino.
— Bem, se você quiser ficar alguns dias em minha casa será bem vindo. Até quando resolve onde vai querer ficar...
— Fala mesmo sério? Eu posso morar com você?
Augusto Luís contente confirmou:
— Mas claro que sim, aliás, um lindo jovem como você não pode ficar por aí andando sozinho pela floresta.
— Oh, muito obrigado. Não sabe como estou tão feliz.
— O mesmo digo também. — "Pois o meu coração já está convencido de que ainda existem pessoas que tem amor verdadeiro e que, não são interesseiras."
Depois de quase meia hora cavalgando por dentro da floresta, Rafael chegara a casa onde passaria a morar com liberdade. Não era uma casa luxuosa, mas sim uma casa cheia de vida e alegria, existia também um lindo jardim que enfeitava ao redor da casa.
— Isso é tão lindo e maravilhoso! — exclamou com admiração, quando foi ajudado a descer do cavalo.
— Essa é minha casa e agora sua também. Sinta-se a vontade, jovem Rafael.
Dito e feito. O belo príncipe não perdera tempo e nem um segundo a mais. Este corria todo alegre, como se fosse uma criança de oito anos e colhia flores também. Estava sendo sem dúvida o melhor momento de sua vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Destino do Jovem Príncipe - LGBT
Short StoryNum mundo onde o casamento com o mesmo sexo é tão natural quanto qualquer casamento entre homem e mulher vivia o jovem príncipe Rafael aprisionado em seu palácio enquanto seus dois irmãos mais velhos conspiram contra ele, cercado de inveja por ele s...