Capítulo doze: A confissão

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- Sabe que isso não é nada profissional! - digo depois que paramos de nos beijar. Conrado olha atentamente em meus olhos.

- Sabe que nunca fui de levar o profissionalismo a sério! - diz ele com um leve sorriso. Sorriso em resposta.

- Vejo que está recuperado! - digo ainda sentada em seu colo.

- Digamos que minha médica é excelente! - retruca ele.

- Essa não é minha especialidade! Curar a febre. - digo.

- Mas acredito que sua especialidade seja outra, curar corações! - rebate ele. O olho atentamente.

- Conrado, minha vida está uma bagunça! Não sei se seja saudável para você entrar no meio disso... Eu preciso encontrar o pai do bebê, e, não sei se daria certo esse triângulo! - ele me olha atentamente.

- Não se preocupe Marianna, acredito que nos daremos muito bem! - diz ele. O olho incrédula. - Por hora, preciso tomar um banho e me recompor. Você pode chamar meu cuidador?! - faço que sim e saio de seu colo.

Será que Conrado tinha razão? Será que esse triângulo daria realmente certo?

Depois de Conrado se arrumar e tomar sua sopa, seguimos para a academia. Desta vez, eu usava uma calça legging e um blusão. Eu teria que ter comodidade para trabalhar com ele.

Com a ajuda do cuidador, sentamos Conrado sob o colchonete no chão da academia, em seguida o cuidador partiu nos deixando a sós.

- Hoje vamos fazer um exercício chamado supino. Enquanto eu movimento suas pernas, quero que você levante esse peso e o ergue o mais alto que puder na altura do peito, depois o abaixe até seu peito e repita o processo várias vezes. - digo lhe entregando o peso. Ele faz que sim.

E então começamos. Enquanto eu movimentava uma perna de cada vez em movimentos de sobe e desce, Conrado levantava o peso conforme eu havia dito, e assim fizemos por meia hora.

- Acho que já está bom por hoje! Amanhã faremos por mais tempo. Vamos aos poucos, para não haver nenhuma lesão. - ele faz que sim.

Conrado se senta no colchonete e observa sua imagem no espelho a sua frente. O espelho cobria toda a parede.

- Nunca pensei que estaria usando essa academia dessa forma! - diz ele.

Me sento ao seu lado.

- A vida realmente é uma caixinha de surpresa! - digo. Ele faz que sim.

- Marianna, eu preciso te contar algo! - diz ele seriamente. Engulo em seco. - Depois do acidente, minha mente meio que bloqueou alguns detalhes de antes do acidente. O psicólogo disse que era uma reação normal do meu cérebro para me proteger de lembranças desagradáveis... Mas, há alguns dias, eu consegui me lembrar de alguém muito importante. Eu me lembrei do rosto da mulher que eu havia passado a noite! - diz ele seriamente. Nesse momento, sinto um arrepio me dominar. - Eu sei quem era ela, me lembrei dela!

- E, você, pretende procurar por ela? - pergunto sentindo meu coração pesar.

- Não é necessário! - diz ele me olhando atentamente. - A mulher com quem saí naquela noite, com quem dormi naquele hotel, é você Marianna!

Ao ouvir suas palavras, sinto meu mundo desabar.

- Mas, como? - pergunto com meus olhos marejados.

- Eu não sei explicar a vida te colocou no meu caminho mais uma vez. Eu, não faço ideia de como, mas aqui estamos, novamente juntos! - o olho atentamente. Eu simplesmente não tinha o que falar, o que dizer.

- Suas, costas! - digo baixinho. Ele me olha atentamente. - Me mostre suas costas! - peço.

- Mas...

- O homem com quem dormi, o pai do meu filho, ele tem uma tatuagem nas costas! - digo. Conrado me olha surpreso.

E então, Conrado levanta sua camisa, e eu me aproximo para ver.

E ali, desenhada no lado esquerdo do braço, estava o ela. Uma bússola média. E nesse momento lágrimas caíram de meus olhos.

- Eu, eu... - palavras me falaram para expressar o que senti naquele momento.

- Me desculpe Marianna, por tudo o que fiz você passar. -- diz ele pesadamente.

Eu não conseguia dizer nada, apenas o olhava incrédula. E naquele momento, só senti uma necessidade fora do comum de o abraçar. Me jogo em seus braços e o abraço com força. Conrado me envolver em seus braços e sinto o seu calor em mim. Eu estava frágil, sensível e precisando de um ombro.

Após algum tempo, saio de seus braços e o olho atentamente. E vejo que realmente era Conrado, seus olhos...

- Eu nunca imaginei que fosse te encontrar assim! Dessa forma. - digo com um sorriso.

- Nem eu! - diz ele. - Nunca imaginei que fosse te encontrar sob essas condições, sendo minha média e mãe do meu filho! - diz ele esbanjando um largo sorriso. Sorrio timidamente. - Eu não vou te perder de vista nunca mais Marianna! - assegura ele. O olho alegre. - Eu, posso? - diz ele quase tocando em minha barriga.

Ao ouvir seu pedido, levanto minha blusa deixando minha barriga a mostra. Não havia muito o que se ver, apenas um pequeno inchaço havia se formado ali. Vejo os olhos de Conrado brilharem ao se deparar com minha barriga. Ele suavemente a toca, e com o polegar massageia suavemente. Fecho meus olhos para apreciar o momento, e sinto um pequeno espasmo em minha barriga. Abro os olhos surpresa.

- Isso foi? - pergunta ele sorrindo.

- Acho que sim! - respondo com um enorme sorriso.

Nosso bebê havia dado um pequeno chute. Ele havia chutado pela a primeira vez.

Conrado se agacha e deposita um suave beijo em minha barriga me causando arrepios.

- Papai está aqui! - diz ele. Ao se levantar e olhar para mim, ele diz: - Vocês são, o que eu tenho de mais precioso nesta vida!

Ao ouvir suas palavras, meu coração se enche de alegria. Como eu esperei por esse momento. Encontrar alguém, e o melhor, ter esse alguém como o pai do meu filho.

Me aproximo de Conrado e o beijo. Demonstro assim todo o meu carinho e afeto por ele. E por que não amor?!

A Procura De Conrado Onde histórias criam vida. Descubra agora