Capítulo 7 - Ciúmes

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Queria dormir o fim de semana inteiro e só acordar na segunda de manhã, estou ansiosa para falar com Jade, acho que precisamos disso.

Jade

Depois que eu beijei a Tori, muitas coisas clarearam em minha mente. De fato eu sempre gostei dela. E quando selamos as nossas bocas, pareceu que tudo aquilo que eu guardava pra mim foi expressado naquele momento. Foi tão bom, nunca senti com ninguém, o que eu senti com ela. Me pego questionando se eu realmente amei o Beck algum dia. Estar com ele era bom, mas não chega nem perto do que é estar com a Tori. Não consigo e nem quero mais fugir desse sentimento. Está na hora de abrir o jogo. Vou falar com ela.

~ Segunda ~

O despertador tocou e eu já estava acordada, e por alguma razão, hoje eu não estou de mau humor. Na verdade, estou ansiosa, preciso resolver essa história. Me arrumo, coloco uma roupa preta e passo na cafeteria antes de ir para o colégio. Chegando lá, vi a Tori perto da escada, conversando com um... Quem é aquele cara? E por que ele está colocando a mão na cintura dela? Droga! Um sentimento de raiva domina o meu corpo. O que aconteceu entre nós pode ter sido um surto ? Ela retribuiu o beijo por educação? Minha cabeça estava a mil, não consigo pensar em nada construtivo, só fico parada olhando aquela cena patética. Me aproximo perto dos dois e passo direito sem olhar na cara dela, então ouço:

- Ei Jade, Bom dia! - Continuo andando e ignoro seu bom dia.

- Ei? Jade? Mau educada! - Disse ela num tom de provocação.

- Não me enche o saco, Vega. - Eu disse olhando brevemente pra ela, e então voltei a andar em direção a sala, foi quando eu senti uma mão...

- ME SOLTA! - Ela tentou puxar meu braço, mas eu resisti.

- VEM JADE! EU QUERO FALAR COM VOCÊ - Gritou Tori tentando me levar para o almoxarifado. Neste momento Sikowitz estava indo em direção a sala e falou:

- Oi, pequenas mutantes. O dia nem começou e vocês já estão brigando de novo? Inacreditável!

- Nós não estamos brigando, nós estamos conversando civilizadamente. - Respondeu, Tori

- Huum, eu não tomei tanto coco a ponto de não perceber que vocês estão brigando. - Revidou. - Venham, a aula já vai começar.

Acompanhamos ele até a sala. Eu esperei a Tori sentar para que eu pudesse sentar o mais longe possível. Ela percebeu e revirou os olhos.

- Gente, eu estou dirigindo uma nova peça, mas dessa vez não estou sozinho, convidei o Din Schnneider para dirigir comigo. - Neste momento a sala toda fez cara de empolgacão. Din era um dos maiores diretores de Hollywood, ele dirigiu Drikan e Jash, uma série que fez muito sucesso na TV americana.

- E quem vai estrelar? - Perguntou Beck empolgado.

- Os atores serão Beck, Cat, Robbie, André, Tommas e Zoe.

- O que? E eu? - Perguntei demonstrando indignação, afinal, ele chamou até os figurantes para atuar e eu não.

- Nem você e nem a Tori vão atuar. - Respondeu Sikowitz.

- Por que não? Qual o problema com a gente? - Tori disse parecendo chateada, mas também indignada.

- Meninas, vocês só sabem brigar o tempo todo! Eu tentei aproximar vocês duas com aquele encontro, e não deu certo. Essa é uma peça seria, eu não posso correr o risco de colocar duas pessoas que não se gostam no mesmo ambiente. Vocês vão estregar a minha apresentação!

- Mas nós não estávamos brigando hoje de manhã! Eu só queria conversar com a Jade. - Tori disse.

- Vocês estavam brigando sim, e a Jade não queria falar com você. Eu vi Tori - Respondeu o professor.

- ISSO NÃO É JUSTO, TIRA A TORI ENTÃO E ME DEIXA COM O PAPEL! - Eu gritei, me segurando pra não surtar. Percebi que Tori me olhou e nesse momento nossos olhos se encontraram. Ela não estava com raiva, mas sim magoada. Aquilo me machucou, eu queria reverter a minha fala, mas meu orgulho era maior do que qualquer outra coisa.

- Nenhuma das duas vão participar e ponto. - Finalizou Sikowitz.

- E se nós passarmos mais tempo juntas? Podemos provar pra você, que a gente não se odeia mais, diz que SIM por favor! - Disse Tori fazendo cara de criança mimada.

- Tori, a única coisa que poderia mudar a minha opinião sobre vocês, é as duas passando 1 mês juntas. Dormindo uma na casa da outra, estando juntas como carne e unha, 24 horas por dia. Isso sim mudaria o meu conceito e como eu sei que isso n... - TÁ BOM, a gente aceita - Disse Tori cortando o professor - O QUE? NÃO, EU NÃO VOU PASSAR 1 MÊS COM VOCÊ - Respondi. 

Pra ser sincera, eu senti medo, porque eu sei que se ficássemos todo esse tempo juntas, eu teria que lidar com meus sentimentos. E eu só queria fugir desse problema, não ir em direção a ele.

- Viu?! Sem peça pra vocês. - Disse Sikowitz.

Percebi que Tori estava me olhando com aquele mesmo olhar de decepção e tristeza, me deixando extremamente desconfortável, fazendo com que eu me arrependesse instantaneamente.

- Tá bom! - Eu disse baixo. 

- Oi? - Respondeu Sikowitz me provocando. 

- Eu disse que tá bom! Eu vou passar 1 mês com a Tori. - A sala inteira me encarou e todos ficaram completamente surpresos, menos o André, que deu um leve sorriso me deixando com a pulga atrás da orelha. Será que a Tori disse algo a ele? Será que ela contou do nosso beijo?

- Tá bom, então a penitência começa hoje! Se vocês conseguirem ficar 1 mês juntas, estão na peça. Caso contrário, vão ficar só na plateia. - Finalizou Sikowitz.

A aula acabou e Tori veio até mim, dizendo:

- Ei Jade, eu posso falar com você?

- Depende... Seu amiguinho vai estar junto segurando a sua cintura? - Respondi sarcástica.

- O que ? Você está falando do Scott? - Ela perguntou, caindo na gargalhada. 

- Jade, você está com ciúmes de mim? - Neste momento, eu tentei manter a postura, mas por dentro, eu só queria chorar. 

- Você é muito convencida né, Vega? Você acha que o mundo gira em torno de você? - Perguntei engolindo o choro. 

- Eu só acho que você não precisa se preocupar com isso. Ele é meu primo, estava de passagem na cidade e parou aqui pra me ver. - Tanto faz. - Respondi, sentindo um alívio por dentro, mas não deixei a satisfação me entregar.

- Então, vamos pra sua ou pra minha casa? - Ela perguntou.

- Pra minha, meus pais não estão lá. - Respondi.

- Ok, você pode me dar uma carona até minha casa? Aí você espera eu pegar as minhas coisas e vamos em direção a sua.

- Ok, Vega.

Jori - Quando tudo começou (Where it all began)Onde histórias criam vida. Descubra agora