Capítulo 42 - O grande dia

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- Boa noite, Jade, eu também amo você.

Jade

A noite passada foi inesquecível, nosso toque, nossos gestos, nosso contato são coisas que eu nem consigo mensurar o quanto me satisfaz.

- Bom dia - Disse Tori com a voz rouca de sono.

- Bom dia - Falei sorrindo. Eu estava com tanta saudade de acordar ao seu lado.

- É hoje - Ela disse, se referindo estreia do nosso filme.

- Sim, está ansiosa? - Perguntei.

- Muito... Você não?

- Não estava, mas agora estou.

- E o lance da Cat?

- Não faço ideia... Vamos esperar passar o filme e a gente volta a pensar nesse assunto. - Finalizei.

Hoje eu só queria paz, queria assistir ao filme sem me preocupar com nada.

Levantei e olhei no celular, já era 12h, parece que nosso dia vai passar rápido. Caminhei até o banheiro onde tomei um banho quente. Como normalmente eu deixava roupas na casa dela, não precisei me preocupar com isso.

Em seguida foi a vez dela, como eu sabia que ela sempre demorava no banho, aproveitei pra pedir comida pra gente.

A comida chegou, descemos para comer, seus pais estavam assistindo a um filme.

- Oi Tori, querida - Disse Holly.

- Oi mãe, oi pai - Respondeu Tori.

- Oi Jade, imaginamos que estivesse aqui. - Falou David.

- Oi senhor e senhora Vega.

- Como sabiam que ela estava aqui ? - Questionou Tori.

- Bom... Eu já te disse né... Suas paredes não são de isolamento acústico, a gente escuta quando vocês est.... - TÁ BOM! EU JÁ ENTENDI, MÃE - Tori cortou Holly sem que ela conseguisse terminar a frase. Eu corei.

A comida estava uma delícia, eu havia pedido tacos recheados com carne desfiada, acompanhados por guacamole.

Logo depois de comermos sentamos junto ao seus pais e assistimos o resto do filme que eles estavam vendo, como já estava no final, propomos de ver outro, eles toparam e assim se fez.

- Preciso ir embora - Falei me espreguiçando depois de terminar o filme.

- A gente se encontra lá? - Perguntou Tori, se referindo ao ArcLigh Cinemas.

- Não, eu vou passar aqui, precisamos chegar mais cedo, lembra ?

- Verdade, tinha me esquecido disso. - Finalizou.

Me despedi dela e de seus pais e parti até minha casa para me arrumar.

A noite era especial, por isso, precisava de um look especial. Coloquei um vestido longo preto decotado na frente, com uma leve abertura na perna, era sem dúvidas, o meu favorito. Fiz um penteado básico e uma make escura, combinando minha personalidade ao look.

Parti pra casa de Tori, quando cheguei apenas buzinei e rapidamente ela saiu. DEUS! Ela estava perfeita. Usava um vestido vermelho, estilo aqueles naked dress curtinho com saia de tule e um salto também vermelho. Se não estivéssemos atrasadas, eu ousaria tirar aquele vestido ali mesmo.

- Meu Deus, você está linda! - Falei hipnotizada. Ela sorriu.

- Você também! - Se aproximou e me deu um beijo delicado tentando não borrar o batom.

Seguimos em direção ao ArcLight, não era longe, ficava a uns 30 minutos de distância. Coloquei nossa música preferida no rádio e fomos cantando.

Estávamos radiantes, a noite seria perfeita. Chegamos ao local, estacionei meu carro e entramos. Nossos amigos já estavam lá, os meninos com muito charme (até o Robbie) vestiam terno e Cat também estava radiante em um vestido rosa bebê, mas mesmo com toda aquela euforia, a garota ainda transparecia tristeza. Tentei não me importar com isso, pelo menos, não naquela noite.

Eu estava tão empolgada que esqueci de contar como o ArcLight era lindo! Eu nunca havia entrado num cinema tão grande e iluminado como aquele. Ficamos conversando até que Din Schnneider e Sikowitz apareceram no palco. Levantamos e aplaudimos. Naquele momento eu senti que todo nosso trabalho valeu a pena.

- Oi pessoal! Eu estou tão feliz! Que noite incrível! - Falou Din demonstrando emoção.

- Eu disse que vocês eram capazes! Estou orgulhoso de vocês, meus alunos queridos... - Expressou Sikowitz.

Din passou algumas orientações para a gente e finalmente as pessoas começaram a chegar.

Um sentimento grandioso invadiu meu peito, era uma mistura de ansiedade com nervosismo. Vi meus pais chegando junto ao meu irmão, eles não demonstravam nenhuma expressão, do lugar em que eu estava não conseguia decifrar como estava o clima entre eles.

Vi também alguns atores e diretores que eu admirava, isso me fez estremecer ainda mais.

- Calma, vai dar tudo certo. - Tori segurou minha mão que estava suada de tanto nervosismo.

Finalmente chegou a hora! Nosso filme estava prestes a começar, as luzes se apagaram dando início ao show.

Estava incrível! Todas as atuações, as jogadas de câmera, de luz, de som... Os efeitos especiais, tudo estava PERFEITO! Eu sentia um enorme sentimento de orgulho, tanto por mim, quanto pelos os meus amigos.

Quando o filme estava quase no fim, Sinjin me ligou. Pensei em ignorar, mas sei ele não desistiria, então levantei e fui pra trás da tela atendê-lo.

- O que você quer ? - Atendi irritada.

- Sabe aquela parte que o Juan Carlos (André) fala em italiano? - Falou num tom desesperado.

- O que que tem? - Perguntei impaciente.

- Eu esqueci de ativar as legendas! Estou aqui em cima e não tem como eu descer aí embaixo pra fazer isso. Preciso que você ative pra mim.

- E como faz isso?

- É só entrar no notebook do Din que está em cima do palanco e clicar em "CC".

Desliguei assim que recebi as informações, sem deixar que ele continuasse. Me aproximei do notebook e assim o fiz. Tentei ser o mais rápida possível, para tentar pegar o finalzinho do filme, mas uma coisa chamou minha atenção enquanto eu olhava para a tela daquele notebook.

Uma pasta com o nome "Elas e eu" atiçou minha curiosidade. Olhei para os lados afim de checar que ninguém estivesse me observando e cliquei na pasta.

Ao abrir, meu mundo desabou, minhas pernas enfraqueceram, senti meu coração pulsar numa velocidade absurda. Eu estava incrédula. Sem que eu pudesse me controlar num grito histérico, com o choro já na garganta, expressei toda minha fúria:

- FILHO DA PUTA!

Jori - Quando tudo começou (Where it all began)Onde histórias criam vida. Descubra agora