Capítulo 2 - Sentimentos

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- Você é bonita - Ela disse, e nesse momento eu senti um gelo na espinha, que desceu como um jato de água e percorreu todo o meu sistema nervoso. Percebi uma coisa estranha na barriga, como se fossem borboletas alvoroçadas. Imaginei que meu rosto estivesse corado, já que estava a queimar. Neste momento nossos olhares se encontraram e eu não pude desviar...


Depois que Tori me elogiou, eu não consigo parar de pensar nisso. Não pelo fato dela me chamar de bonita, pois eu sei que sou, mas o tom da conversa não soou normal, não parecia ser apenas amizade, até porque nem somos amigas. Será que minha cabeça está inventando coisas?...

Quando nosso encontro acabou, eu fui pra minha casa, deitei na minha cama e me perdi em meus pensamentos:

O que será que está acontecendo? Eu senti coisas que nunca senti com nenhuma outra pessoa, só pelo simples fato dela ter me elogiado. Não. Não pode ser. Eu não posso estar apaixonada pela Vega. Isso não pode ser real. Eu nem gosto dela.

Acabei pegando no sono e acordei atrasada, é o dia da nossa apresentação.

Tori

Quando a Jade me elogiou, tentei controlar minha satisfação, mas involuntariamente soltei um pequeno sorriso. Nunca pensei que esse momento aconteceria, ela sempre foi tão dura comigo, e nunca demonstrou afeto, pelo menos não por mim. Isso me deixou feliz, pois eu sempre busquei a aprovação dela, não sei o motivo, mas sempre quis me aproximar e ser sua amiga.

...

O dia da peça chegou, eu estava nervosa, afinal, teria plateia e por mais que eu me saísse bem na maioria das peças que eu fazia, não podia evitar as tremedeiras que davam em minhas pernas. Entrei em cena e correu tudo muito bem, até que chegou o instante em que eu tive que olhar nos olhos da Jade, que naquele momento era a Nancy, e dizer que eu a amava. Eu sabia que era apenas uma atuação, mas não pude deixar de notar um certo nervosismo nos olhos de Jade, que retribuiu a fala e me puxou para um abraço. Claro, ela me odeia, deve ter sido muito dificil ter que dizer que me ama e ainda me abraçar. De qualquer forma, naquela noite, pela primeira vez, me senti amiga da gótica.

Jade

Me arrumei correndo e fui para o colégio. Fizemos um último ensaio antes da peça, que iria começar às 19h. Estava tudo pronto, o show começou, minha atuação foi perfeita, como sempre. Eu estava indo bem, mas um deslize aconteceu. Quando Tori, que nesse caso era o Walter, disse que me amava, meu corpo inteiro amoleceu, minhas mãos começaram a suar, o que me deixou nervosa, pois eu quase nunca suava, exceto no dia que ficamos presos naquele trailer do Beck. Rapidamente, eu puxei Tori para um abraço. A peça acabou e todos vieram nos parabenizar, inclusive aqueles dois babacas que nos importunaram no Nozu, eu agi com indiferença, ofuscando a presença dos meninos, e Tori, como sempre dispôs um pouco de atenção.

- Vocês foram incríveis! - Disse Robbie

Tori, Beck e André agradeceram e e eu apenas balancei com a cabeça.

- Ei, vocês querem sair pra comemorar? - Disse Beck.

- Ah, eu não posso, prometi pra Trina que ia ajudar ela fazer o jantar. Vamos deixar pra outro dia - Tori disse num tom desanimador.

- Meu irmão disse que os melhores jantares são aqueles que fazemos com os dedos do pé - Disse Cat aleatoriamente entrando no meio da conversa, fazendo todos nós olharmos pra ela com cara de questionamento.

- É por isso que eu não como mais nada do seu irmão, da última vez, fiquei com dor de barriga - Expressou André.

- Bom, então, tchau pessoal, amanhã a gente se vê - Disse Tori

Quando ela estava prestes a sair, eu a chamei.

- Vega, espera. Quer uma carona?

- Por que está me oferecendo carona? Você vai tentar me matar igual aquele dia? - Ela perguntou me olhando torto como de estivesse desconfiada.

- Você sempre reclama que não sou legal com você e agora que eu estou sendo você está questionando. - digo irritada.

-Não... Não é que eu... é... valeu, adoraria uma carona.

Jori - Quando tudo começou (Where it all began)Onde histórias criam vida. Descubra agora