04. Monstros do Mundo Interior

31 1 1
                                    


- Mas lá

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Mas lá... comecei, as pessoas são egoístas, não se preocupam de verdade uma com as outras, é um mundo que existe luz, mas as pessoas não são gratas por elas, que existe árvores mas não lhe dão o devido valor, e que existem estrelas, mas que seus habitantes sequer lembrar, à noite, de olhar para o alto e ver a imensidão, estão presos na própria imagem, sabe, ficam tirando selfies o tempo todo...

- Com você eu iria, eu quero conhecer.

Eu sorri para ela, como era inocente... No dia anterior os anciões haviam falado que se abrissem um buraco na rocha, no alto das névoas, e chegassem ao exterior, dominariam o mundo lá. Eu olhei para suas lanças e pensei "Não! Não!".

- Façam amizade, não tentem atacar! Eles têm bombas nucleares!

Um dos velhos, magro e com o rosto ressecado com o dos velhos indígenas, de peito nu e olhar simplório perguntou o que era aquilo! Eu tentei explicar falando que quebravam os átomos e provocavam uma reação em cadeia, mas eu desisti vendo que não entendiam. Devo ser meio que um 'Selectus' para eles.

Um dia descobri, pelas conversas de Raven com seus companheiros que existiam verdadeiros monstros, animais gigantescos no Mundo Interior, que viviam em cavernas e desfiladeiros, e por isso eles sempre estavam em alerta com suas lanças e outras armas de pedra. Era necessária de vez em quando partir para uns rochedos caçar aves, também pescavam peixes, para poder sobreviver, e acompanhei Raven numa dessas saídas para buscar alimento.

Me sentia totalmente inútil nessas coisas, a única arma que eu sabia manejar era um pequena faca, com a qual em casa eu cortava queijo e outras coisas, sabendo disso a minha amiga bárbara me deu uma faquinha também feita de pedra, para que eu abrisse o peito das aves que ela atingia jogando sua possante lança no ar.

- E se os monstros nos atacarem... falei com um pouco de medo.

- Eu estou aqui para te defender, fica tranquila! Disse ela confiante, enquanto segurava a lança, pronta para joga-la novamente sobre a revoada de pássaros marítimos.

De repente, soubemos que um dos meninos, de nome Kian, havia se perdido nos rochedos, e havia caído no meio dos desfiladeiros; imediatamente Raven largou sua caça e se dirigiu para lá, acenando para que eu ficasse no rochedo, ou que retornasse a vila.

- FIQUE AQUI! Gritou.

Mas pensei que, se eu conseguisse flutuar novamente, poderia ser útil para acha-lo, acreditava que havia perdido minha capacidade de 'voar' pelo medo que sentira ao chegar, então, se eu fosse tomada de súbita coragem, poderia readquirir este 'poder'.

Além do mais, se conseguisse voar novamente conseguiria realizar o caminho oposto, retornando em direção a luz azul, ao portal de onde havia saído para o mar interior, quando estava no ponto de transição.

Larguei a faquinha e fechei meus olhos, me concentrando no meu desejo de voar, de me sentir livre, e qual foi a minha surpresa quando me vi flutuando no meio ao redor. Me senti feliz ao conseguir flutuar e fui na mesma direção em que Raven havia corrido, mas tomando um atalho pelo ar, cheguei aos desfiladeiros e do alto procurei o jovem que havia desaparecido.

Foi quando encontrei o garoto, escondido de medo atrás de uma enorme pedra, eu acenei para ele enquanto me aproximava.

- Kian! Kian! Sou eu, a Tsuki!

- A...estrangeira! Disse ele surpreso por me ver flutuando.

Era um menino de um pouco mais de dez anos, de cabelos espalhados numa franja e repicados, usava uma peça única de roupa que lhe descia desde um ombro até as pernas, de cor marrom, ele ficou feliz com minha aparição e estendi meus braços na sua direção, tocando suas mãos.

- Se você sentir coragem, poderá flutuar assim como eu. E sairemos daqui.

Neste momento escutei um enorme rosnado, e de um caverna escura, ali perto, surgiram dois olhos brilhantes, a fera se revelou saindo para a luz difusa do Mundo Interior, era um enorme dente-de-sabre, faminto, com sua visão minha coragem se esvaiu e 'desci' para o lado do menino, que me agarrou de maneira bem intensa, quase retirando o ar dos meus pulmões; com a visão do felino ele gritou atemorizado:

- Vamos morrer!!!

- Vamos morrer!!!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.





SELFIE SEAOnde histórias criam vida. Descubra agora