02 . Atravessando o mar azul

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Ilustração de https://www.instagram.com/artsnoha/ - Julia Gonçalves


Aquele mar atrás de mim, de um azulado intenso e envolto em névoas me chamava muito a atenção, não parava nem por um instante de contempla-lo, maravilhada.

- Após este mar, existe o mundo interior. Falou um rapaz gordinho sentado ao meu lado, quando percebeu o meu fascínio.

- Mundo interior! Quero conhece-lo! Seria interessante.

- Mas não dá para nadar até lá! Ele chacoalhou as mãos preocupado comigo. E se for não tem como saber se conseguirá voltar!!!

Não me importava! As palavras dele pareciam cada vez mais abstratas e distantes, juntei as mãos com a empolgação que sentia diante de tanta beleza e aventura, fechei meus olhos e quando abri novamente, me vi, surpresa flutuando no espaço envolta, os outros do auditório estavam quase transparentes, estava tão leve que a brisa me soprou pela janela e logo me vi sobrevoando as rochas aonde o mar agitado batia de forma escandalosa.

- E LÁ VAI MAIS UM! Argumentou o cientista com suas estátuas, aprumando os óculos – Desejemos boa sorte a humana Tsuki! E todos acenaram, e o gordinho, antes de desaparecer acenou com suas pequeninas mãos falando – Tenha cuidado...

Logo tudo aquilo se tornou invisível e eu estava voando sobre aquele mar azul e frio, do mesmo tom do céu acima de mim, numa paisagem incrivelmente monocromática. Tudo parecia um sonho, um devaneio, e talvez fosse mesmo, mas não queria mais acordar. Eu sobrevoava suas águas numa velocidade vertiginosa e sensação era de pura liberdade.

Entre as névoas das nuvens dispersas vi flash rápidos de minha vida, de quando eu estava na escola, no jardim, e via os muros altos de trepadeira, com desejo de escapar dali, de subir sobre as eras e deixar aquele prisão, aonde todos usavam máscaras e machucavam uns aos outros com falsidades e ilusões, estas recordações fizeram meu desejo de avançar mais forte.

Entre as névoas das nuvens dispersas vi flash rápidos de minha vida, de quando eu estava na escola, no jardim, e via os muros altos de trepadeira, com desejo de escapar dali, de subir sobre as eras e deixar aquele prisão, aonde todos usavam máscar...

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A medida que eu avançava surgiam nuvens mais escuras e revoltas, as quais gestavam relâmpagos e estrondos, prenuncio de tempestades e chuva. Logo o céu inteiro se tornou nublado e uma chuva tímida se formou, passei por enormes formas rochosas, que lembravam gigantes estátuas humanas desgastadas pelo tempo.

Fiquei curiosa, vendo aquelas formas, e parei meu voo sobre o mar, pareciam estátuas de deuses ou orixás, mas com rostos desgastados, sem olhos, sem nariz ou boca, inertes num silêncio que começou a me causar uma constante perturbação dos sentidos.

Ondas agitadas se moviam batendo nas pedras, foi quando percebi que ali começava um tipo de continente, com grutas aonde a maré turbulenta se chocava, lentamente, com cuidado me aproximei daquele estranho território e de suas estátuas extravagante...

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Ondas agitadas se moviam batendo nas pedras, foi quando percebi que ali começava um tipo de continente, com grutas aonde a maré turbulenta se chocava, lentamente, com cuidado me aproximei daquele estranho território e de suas estátuas extravagantes, na base das esculturas havia o que parecia misteriosos escritos, os quais eu queria muito ler...

Foi quando ouvi pela primeira vez aquela voz ríspida, gritando para mim, e me virei para ver.

- ALTO LÁ! Não sabe que é proibido ir além das estátuas!? Você vai presa!

Era uma garota que devia ter a mesma idade que eu, segurava uma lança de maneira ameaçadora na minha direção, com uma pele morena e cabelos claros e curtos, emaranhados e revoltos com o vento, com os braços desnudos, vestindo uma roupa de couro e com o rosto coberto de tatuagens pintadas num tom sanguínea intenso; seu olhar era ameaçador e foi se aproximando com a lança de pedra em riste.

- Mas eu vim de lá ... Apontei enquanto tremia para o oceano azul.

Com o medo que sentia o poder de flutuar acabou se esvaindo, quando vi estava no canto do abismo, as ondas chocando embaixo, sentindo o frio e o vento áspero em minha pele, meus ouvidos foram pressionados pelos estrondo das ondas e comecei a me sentir fraca em minha base, meus joelhos se curvando devido à minha fraqueza.

Escorreguei nas pedras lisas de liquens, e comecei a me inclinar em direção do abismo.

Foi aí que a garota estendeu seu braço livre e me segurou com força para que não caísse, pude mergulhar bem dentro dos seus olhos, claros e brilhantes, admirados com minha aparição. Este foi nosso primeiro encontro, e a partir daquele momento me tornaria sua prisioneira, dentro do mundo interior, após atravessar o mar profundamente azul.

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