03. A Civilização do Mundo Interior

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desenho de Saiko-_-chan (Julia)

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desenho de Saiko-_-chan (Julia)


Enquanto a acompanhava, caminhando, e afastando da orla marítima, queria puxar assunto com a jovem bárbara que estava me levando, provavelmente, para seu povoado.

- Poxa! Aqui o clima é meio estranho... não consigo ver o Sol...

Ela não respondeu, apenas continuava caminhando, e eu a seguia porque não tinha opção, se tentasse mudar o caminho mesmo que fosse apenas alguns centímetros ela se virava e apontava sua lança pontiaguda de pedra em minha direção, porém não falava nenhuma palavra, estava quieta, taciturna.

- Mas é claro que não existe sol aqui, estamos no MUNDO INTERIOR... continuei, mas ela prosseguiu me ignorando.

Foi aí que comecei a observar a paisagem ao redor: rochosa, com um tipo de mato ou gramado crescia com esforço junto ao terreno duro, o vento soprava forte, e percebi que não havia nenhuma árvore ali.

Após um tempo caminhando pude ver, a nossa frente surgir um grupo de casas, construídas com o material mais abundante naquele mundo: pedras, as paredes e telhados eram formado por enormes blocos cortados, e havia frestas que se podiam chamar de janelas e portas.

Após um tempo caminhando pude ver, a nossa frente surgir um grupo de casas, construídas com o material mais abundante naquele mundo: pedras, as paredes e telhados eram formado por enormes blocos cortados, e havia frestas que se podiam chamar de ja...

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- Chegamos! Estrangeira!

- Ei, eu tenho nome! Reclamei para a bárbara, me chame de Tsuki! Ela apenas ficou quieta me observando, então tentei novamente: Gostaria de saber seu nome, seu no-me, como te chamam!

- Raven.

- Ah! Me surpreendi com sua súbita resposta.

- Raven, meu nome é Raven, e assim que me chamam.

Ela se virou e prosseguiu, depois de um tempo parada, refletindo, corri atrás dela, na entrada do vilarejo surgiram algumas crianças que acorreram para encontra-la, felizes com sua chegada, Raven mexeu no cabelo dos pequenos enquanto narrava suas aventuras no extremo do continente, e foi ai que me apontou e todos me olharam perplexos.

Descobri com o tempo que Raven fazia parte de uma tribo com uma missão especial, confiada à eles desde tempos imemoriais, que era proteger aquele área sagrada, aonde se erguiam as estátuas misteriosos, o limite do mundo interior, além só o oceano agitado e a estranha luz que se espalhava no horizonte daquela terra esquecida.

Após dormir a 'primeira noite' e ter me encontrado com os anciões foi me dado mais liberdade, já que viram que eu não oferecia muito perigo, e ainda sonolenta após a noite mal dormida no leito de palha comecei a explorar.

O céu enevoado do Mundo Interior não possuía nem sol, nem estrelas, apenas uma luz difusa a qual não permitia a criação de sombras, ao redor das casas, além da pequena relva, havia algumas hortas e legumes; mas descobri a completa ausência de árvores ou de animais de grande porte perto da aldeia, apenas o som das ondas batendo nas pedras era uma constante, marcando o passar dos minutos e das horas.

Raven veio em minha direção, segurando sua lança, e me falou:

- Tsuki, você diz que veio lá 'de fora'. Os anciões de minha aldeia sonham conquistar o mundo exterior, lá existe uma bola de chamas que esquenta tudo.

- Sim, a gente chama essa bola de fogo de Sol.

E ela me pediu para falar mais desse mundo aonde havia luz, então falei das árvores, flores, e todos os animais que ela imaginava fantásticos, as crianças se reuniram a minha volta para escutar a minha história.

Não contei para ela que as pessoas do meu mundo não davam valor a muitas destas coisas que ela considerava preciosas, e que estavam destruindo a beleza da natureza sem se importar com as gerações futuras.

Após contar tudo, observei as crianças, que brincavam juntas e se divertiam, e como lá as pessoas eram próximas e o mundo era mais lento, neste momento eu pensei em minha escola, aonde todos eram tão distantes, e na minha família, tão ocupada e cheia de compromissos.

Me lembrei de súbito de algo, e corri até a casa aonde estava guardada minha bolsinha, que levava guardada quase sempre no bolso de minha saia, e procurei nela meu celular, será que minha mãe estaria preocupada comigo!? Quanto tempo havia passado!? Meu coração se encheu de angústia pela primeira vez.

Ainda havia batéria, meu telefone era bem econômico, mas tudo era inútil porque estava escrito:

SEM SINAL

Dentro de algumas horas ele ficaria sem energia e desligaria, abri a pasta de imagens e vi várias fotos de minha família, e me enchi de lágrimas, foi quando percebi Raven atrás de mim, curiosa e preocupada ao mesmo tempo. Ela compreendeu que eu estava com saudade das pessoas que amava, e me deu um forte abraço.

Sentia saudade do meu mundo, mas agora eu havia descoberto uma amiga verdadeira, e caso eu retornasse não queria deixar ela para trás, a partir daquele momento senti que poderia compartilhar tudo o que sentia com ela.

Dormindo em sua casa, no seu quarto de pedra, eu pensava em tudo isso, querendo retornar mas ao mesmo tempo não querendo perde-la, o celular já havia desligado, e haviam passado vários dias, era o que eu achava.

Um dia me levantei da cama de palha, feita no chão duro, observando pela janela o oceano, e a região em que eu havia vindo, do horizonte, uma luz azul escura, igual um portal, parecia capturar meus sentidos...

- Se eu conseguir voltar para meu mundo, você viria comigo...

Ela se virou para mim, e sorriu:

- Sim gostaria muito de conhecer este mundo de Luz! Ainda mais ao seu lado Tsuki.


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