06. Recordando o Passado

19 1 0
                                    





Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


A encosta era íngreme e serpenteava a montanha até o santuário de pedra, o vento era forte e eu seguia em frente, corajosa, já o garoto estava ficando cansado com a escalada e seus dentes rangiam com o frio que descia sobre nós.

- Acho melhor você voltar, Kian, você não vai conseguir chegar até o final.

- Não! Eu quero continuar, eu também quero ter coragem!

Compreendendo os sentimentos dele, falei tomada da mais pura empatia:

- Tudo tem seu momento, de passo em passo você vai conseguir caminhar até o destino que escolher!

Ele parou, percebendo como estava cansado e sem forças, e meneou a cabeça concordando com minhas palavras enquanto começava a escorrer lágrimas de seus olhos.

-Está certo! Vou retornar, quando estiver mais velho e forte, e irei até o final!

- Sim! Eu disse sorrindo, e o abracei, e vi ele volvendo à aldeia enquanto lhe acenava pela última vez.

Agora olhei para o alto, estava confiante, só havia sobrado eu e aquela montanha, coloquei minha mão no rosto e me protegi contra a forte borrasca que soprava, me encostei mais no paredão de pedra enquanto subia a tortuosa escada em espiral.

Finalmente consegui chegar ao topo da montanha, olhei ao redor e vi as várias pedras ali reunidas, elas se levantavam no topo como se fosse um dominó colossal colocado ali por um gigante; aos poucos em minha mente consegui ver a forma de um círculo que elas formavam, dei mais alguns passos em direção à elas e adentrei no interior da formação, ali os grandes paredões bloqueavam o vento frio que soprava, e havia uma pequeno templo circular, também de pedras, em seu meio, ali também havia uma pedra pontiaguda que marcava o centro da montanha, me sentei esperando algo acontecer, mas o tempo passou sem nenhuma novidade, para meu total aborrecimento.

Como era de costume no Mundo Interior, eu sequer sabia se era de dia ou de noite, porém a monotonia acabou me levando ao sono, e minha cabeça despencou, fechei os olhos e adormeci.

Imagens vagas surgiram na minha mente, e quando fui ver estava novamente na escola, caminhando no pátio durante o recreio, estava sozinha no meu canto distante dos outros e os muros eram tremendamente altos, como os de uma prisão da qual eu não podia sair.

O céu tinha um tom rosa, e uma luz surgiu nele, gentil, se estendendo para mim, me convidando para escapar, naquele instante surgiu um flash mostrando todo o sofrimento e mágoa que eu sentia daquele lugar, e das pessoas que deveriam ser minhas com...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O céu tinha um tom rosa, e uma luz surgiu nele, gentil, se estendendo para mim, me convidando para escapar, naquele instante surgiu um flash mostrando todo o sofrimento e mágoa que eu sentia daquele lugar, e das pessoas que deveriam ser minhas companheiras de aprendizado, mas que para mim eram apenas estranhos que circulavam ao meu redor; bullying, talvez tristeza, remorso ou vergonha, não importava mais, todos esses sentimentos pareciam ter ficado numa sombra apagada, e foram jogados na luz do sol e estavam queimando agora, se pulverizando a medida que meu desenho de liberdade me fazia sentir mais livre, mais e mais leve...

Me senti igual a uma pluma, comecei a flutuar em direção da luz entre as nuvens róseas, neste instante olhei para trás num relance, e vi a minha antiga escola, nunca havia a visto de maneira tão completa, parecia uma verdadeira prisão, uma floresta cerrada surgia ao seu redor, era como se ela estivesse isolada do mundo verdadeiro, e fosse um tipo de ilusão; volvei meu rosto novamente para a luz que aquecia o meu rosto, pareciam que as formas das nuvens se moldavam se transformando numa gentil e delicada mão, que desejava me proteger, envolvendo-me de uma luz tão intensa que tudo desapareceu num esplendor, o qual me fez despertar.

De repente, me vi lúcida, como nunca antes, bem mais que sentira no ponto de transição, me sentia leve e autêntica, meu coração palpita alegre, e percebi que flutuava uns poucos centímetros do chão sob o santuário de pedra.

Havia lutado e vencido meus medos, era hora de finalmente retornar a superfície, voltar ao sol, e levar comigo minha grande amiga, a corajosa guerreira intraterrena: Raven!

Havia lutado e vencido meus medos, era hora de finalmente retornar a superfície, voltar ao sol, e levar comigo minha grande amiga, a corajosa guerreira intraterrena: Raven!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
SELFIE SEAOnde histórias criam vida. Descubra agora