Dirty deeds done dirt cheap

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Era pra ser uma data especial, com certeza meus pais prepararia uma surpresa como eles sempre faziam todos os anos. Engulo em seco com as lágrimas banhando meu rosto enquanto agarro o gramado com força com um grunhido rompendo minha garganta.

Papai e mamãe mortos se isso já é horrível piora quando é bem no dia do seu aniversario.

Pelo que pude compreender - apesar da neblina que conturbava meus pensamentos com tudo isso - eles morreram tentando me salvar porque não deixaram me levar para onde quer que fosse. A culpa só crescia dentro de mim, eu podia ter impedido se tivesse agido na hora certa e se minha covardia não tivesse fincado meus pés me petrificando; me odeio avidamente e nunca vou me perdoar por ter permitido que aquilo acontecesse porque seria eu que estaria morta nesse momento e não carregaria o fardo de ter tirado a vida dos meus pais e ter privado Sarah te tê-los por perto

Me encolho afogada na dor, minha cabeça queima e sinto que estou preste a vomitar, não consigo parar de chorar é como se as lágrimas fossem o modo de mostrar o quanto doía já que a bola em minha garganta roubou minha voz.

Fecho os olhos sentindo tudo que me consumia.

- Você precisa conversar com alguém...

Ouço a voz que agora era familiar, era do agente louro de voz grave de pele solar. Ignoro sua tentativa da falar comigo, não consigo falar mais mentiras muito menos falar sobre o que verdadeiramente aconteceu naquele quarto. Achariam que eu estava louca e consequentemente me jogaria em uma clinica me taxando como traumatizada e esquizofrênica.

Permaneço imóvel dando a entender que não queria papo.

- Sério, sei que está sendo complicado lidar com o que aconteceu - diz com um tom tranquilo. - Mas você precisa falar. Qualquer coisa. Eu vou acreditar.

O jeito como ele falou me causou uma estranheza, era como se ele suspeitasse que algo estranho ocorreu nesse caso e por isso era tão objetivo em suas perguntas, só não entendo porque ele acreditaria em mim.

Passo as mão no rosto para limpar as lágrimas e me ajeito sentando abraçando os joelhos, o observo em completo silêncio,

Ele está parado em minha frente com as mãos enfiadas no bolso, seu terno preto quase não se via na escuridão da noite somente sua camisa branca se destaca na luz do luar, algo nele me fez lembrar meu pai mesmo não sendo nem um pouco parecido, mas algo na sua postura era familiar.

O agente se senta do meu lado e sinto seus olhos sobre mim causando-me desconforto, ignoro isso e penso que realmente preciso conversar com alguém, porque sinto que a qualquer momento vou explodir, mas olhando para ele não sei se seria a pessoa mais indicada para se falar sobre o que aconteceu de verdade.

Abro a boca procurando minha voz, ela sai estranha como se não me pertencesse.

- Não... sei se quero falar sobre isso... - murmuro sufocada pela a angústia.

Engulo a bile encarando minhas mãos escoriadas pelos cacos de vidro.

- Eu preciso ajudar você, Srta. Collins. - Falou com certa urgência me fitando intenso. - Por favor.

Cerrei os punhos pensando no que fazer, tudo me causa pavor e meu coração parecia que não ia aguentar toda essa movimentação. Suspiro profundamente analisando o que era certo e mesmo com todos os riscos decido falar a verdade.

- É meio complicado - começo explicando. - você vai achar que eu estou louca.

Ele meio que sorri tímido, porém seus olhos demonstram certa tristeza.

- Acredite em mim, eu lido com coisas complicadas todos os dias. - diz calmo me trazendo certa segurança. - Você viu alguma coisa que não sabe explicar?

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