Nothing else matters

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O galpão no lugar mais afastado era um tipico cenário sombrio e alardeado de mistérios, as paredes nuas com os tijolos a vista e algumas micro salas que pareciam celas deixava aquele local mais repulsivo. A baixa iluminação que falhava de vez ou outra dava a sensação de abandono e frieza, aquele lugar no meio do nada tempos atrás foi o recanto de adolescentes rebeldes que festejavam suas existências.
Os murmuros eram como uma espécie de som ambiente, parecia que as poucas pessoas que vagavam cautelosas pelos comôdo temiam andar as passos firmes como se a qualquer momento fosse ser surpreendidas por algo ruim, pessoas estranhas, diga-se de passagem, olhos que mudavam de cor... negros ou roxos, mas algo naqueles olhos completamente pretos era mais apavorante do as simples iris roxa.
Não havia higiene por ali, os ferrugens nas portas, o cheiro forte de mofo e insetos que pareciam dominar o local era um dos pequenos problemas, o problema em si era aquelas pessoas não se importarem com aquilo.
- Que nojo! - Alguém berrou indignado com sua acomodação. - Será que é tão impossivel assim alguém limpar esse buraco?
Dean bufa de raiva pronto para se sentar numa cadeira imunda, mas desiste quando percebe a sujeira a chutando com força para longe.
Ele vai até um canto da cela e encosta suas mãos junto com a cabeça na parede praguejando alguns palavrões.
- Desgraçados!
Sam xinga espalmando as mãos nas grades.
Já no outro comôdo alguém revira os olhos entediado.
- Por mim eu matava os dois, mas Sam Winchester é intocável e irmão dele é necessário, por enquanto. - Tommy diz indignado com as ordens que deviam ser seguidas.
- A garota, como ela está? - pergunta procurando um lugar para se sentar. - Fala sério! É tão dificil limpar esse lugar? Olha pra isso! Que vocês são vermes eu já sabia, mas assumir tão abertamente isso é demais. Cadê a dignidade de vocês?
Caleb bufa com tanta reclamação, no inicio ele pensou que seria mais fácil lidar com aquelas coisas mas agora lamenta mentalmente por não poder matar Tommy.
- Como você sabe, Melanie morreu... - diz lendo pela milésima vez o encanto de invocação.
- Desgraçada, imbecil - sussurra Tommy desgostoso ao se lembrar do que aconteceu. - Aquela idiota só complicou as coisas! Anne pediu o que merecia.
- Azoel está furiosa com quantas falhas...
Caleb ajeitou sua postura ao falar em Azoel, Tommy o fuzila com os olhos desejando poder mata-lo também.
- Esse seu puxa saquismo me dá nos nervos. Azoel isso, Azoel aquilo... realmente eu já estou perdendo a paciência.
Caleb esbolça um sorriso debochado.
- Você não pode me matar, Tommy temos um trato e se ele for rompido tudo isso aqui vai pro ralo.
Com gesto simples Tommy balança a cabeça e se aproxima a poucos centimetros de Caleb e diz.
- E é só por isso que você ainda respira, seu idiota. - Fala medindo Caleb dos pés a cabeça com desprezo.
Caleb sente um frio na espinha e percebe que sua vida não está mais segura, só agora se deu conta no péssimo negócio que fez quando aceitou ser intermediador de Azoel.

- O que será que eles fizeram com a Mel?
Sam pergunta desolado.
Dean fecha os olhos ao lembrar do que aconteceu.
- Ela saiu de lá morta, Sam. - sussurra com um aperto no peito, um misto de indignação e ódio. - Melanie apanhou igual uma condenada a morte, aquela demônia maldita...
Ao se lembrar de quem ela possui, ele abriu os olhos aflito.
- A Sarah... - deixa escapar abatido.
Sam supira cansado.
- Tommy acabou com ela. - Sam solta com raiva socando a parede. - E o pior que as duas estão estão mortas! A gente devia ter tirado elas daqui!
Dean se vira encarando Sam, o irmão mais novo estava machucado, lábios inchados com sangue, olhos roxos e um ferimento na testa.
Dean olha para o teto escuro com uma tristeza profunda e a culpa o corroía por inteiro.
Seus olhos queimam.
- Eu vou matar esses desgraçados...
Promete para Sam e para si mesmo.
Sam olha ao seu redor examinando os detalhes da minuscula cela.
- O que vamos fazer?
Dean franze o cenho quando percebe uma pequena falha no teto.
- Cair fora daqui.
Diz puxando a cadeira que minutos antes havia xingado, sem pudor.
- Fica de guarda.
Sam assenti sem pestanejar.

No inicio ela se sente deslocada, os olhos pesam e seu corpo parece quebrado ao abrir os olhos observa a escuridão e gosta do silêncio que se faz.
Mesmo não sabendo explicar ela se mantem imóvel e não ousa mexer um só muscúlo porque a sensação que tem é que está a beira da morte.
Ela respira devagar e por um breve instante se lembra de seus pulmões queimando e de como desejava mais oxigênio e inesperadamente ela sabe que havia morrido. Ela se recorda de está morta, e ainda consegue sentir a falta de ar, as dores no corpo e algo a sugando e da mulher que se apresentou como ceifeira.
Ainda contrariada, se alarma e consegue sentir o colchão fino contra seu corpo a fazendo ter certeza que estava viva.
E tudo o que aconteceu veio a tona a trazendo de volta para os problemas.
Abruptamente ela tenta erguer o corpo mas é impedida por algo, puxa os braços e as pernas e é impedida por amarras, o desespero se alastra como pólvora enquanto tenta se livrar, mas é em vão. Já cansada e com os tornozelos e punhos doloridos ela desaba no catre arfando pesada.
Ela pensa em gritar por ajuda mas é calada pelo receio de adiantar as coisas.
- O que será que aconteceu com eles...
Pensa na irmã e nos Wincheste e sente o suor frio em sua testa, seu peito sobe e desce em um ritmo frenético.
Ela sente medo, pois sabia que estava tudo errado, ela devia está ali e sabia também, que Azoel tinha algo a ver com essa ressurreição e o pior ainda estava por vir.
Ela luta, insiste contra as amarras que as mantém presa sacudindo seu corpo, enquanto contem a ânsia de se entregar as lágrimas.
- Eu vou sair daqui..
Murmura para si mesma contraindo os lábios rigída.

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