Your time is gonna come

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Silêncio.
Não abro os olhos, algo segura minha mão pressionando levemente meus dedos e um cheiro desagradável invade minhas narinas. Desinfetante.
Algo em mim está estranho, me sinto mole como se não tivesse dormindo a noite toda e por isso não quero abrir os olhos, continuo imóvel pronta para pegar no sono novamente quando me vejo em um flash back.

*****

Escuto vozes vindo do corredor, estão conversando em um tom normal. Olho para o relógio que marca 2h15 da manhã, sento confusa com o sono pesando em meus olhos, não entendo o porquê da conversa, afinal, não é normal receber visitas á essa hora da madrugada.

Me levanto cambaleando e vou até a porta do meu quarto, meus olhos ardem.

- Saem daqui agora! - A voz de mamãe é um sussurro entredentes.

Meu coração dá um salto. Aproximo minha orelha a colando na porta.

- Cadê a garota? ­- uma voz grave ecoa me causando arrepios.

Papai sorri desdenhoso.

- Caem fora! - escuto um track. - Ou vou ser obrigado a relembrar os velhos tempos.

Risos abafados.

Abro um pouco da porta devagar para não fazer barulho, pela pequena fresta vejo na diagonal o quarto dos meus pais que está com a porta escancarada e me deparo com papai segurando uma arma prateada e mamãe está ao seu lado na defensiva como se esperasse ser atacada.

Em frações de segundos nossos olhares de encontram e um pontada de pavor ultrapassa seu rosto, mas logo ela desvia me ignorando.

Fecho a porta com cuidado com o coração espancando meu peito. Deslizo para o chão cobrindo minhas orelhas para não ouvir aquela voz, não sei o que fazer, não sei como reagir a um assalto.

Foco na missão de salvar meus pais espantando o medo, levanto-me correndo com cuidado vou até a janela abrindo-a colocando a cabeça para fora analisando a altura, não dava para pular e pedir ajuda.

Me agarrei ao parapeito e deslizei devagar para o lado afim de chegar na janela do quarto de Sarah, estava frio e o vendo açoitava minha pele exposta, agarro com força a parede com meu corpo colocada a ela com passos cuidadosos um minuto depois eu já estava dentro do quarto da minha irmã que graças a Deus tinha mania de dormir com a janela aberta.

Caminho nas pontas dos pés sem respirar e me aproximo cautelosa.

- Sarah ­- sussurro próximo ao seu ouvido. - Sarah, acorda agora!

A seguro pelo ombro doando leves empurrões para desperta-la.

Ela solta um grunhido em forma de protesto e se contorce sobre a cama se espreguiçando.

- Mel... -murmura cerrando os olhos e me fitando confusa.

Antes que ela complete sua indignação por está em seu quarto, cubro sua boca com a palma da mão e coloco o indicador sobre os lábios cerrados pedindo silêncio.

Ela assentiu afastando minha mão e se senta rapidamente me observando cautelosa.

- Pesadelo? - Ela se afasta erguendo o cobertor. - Ok, pode dormir comigo, mas só hoje.

Balanço a cabeça desesperada, meu coração está aos saltos, fecho os olhos enquanto sussurro.

- Assalto. São três. Eles estão com o pai e a mãe. - As lágrimas escorrem silenciosas sobre meu rosto.

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