𝚆𝙰𝙽𝚃𝙴𝙳 | 𝐋𝐞𝐞 𝐉𝐨𝐨𝐡𝐞𝐨𝐧

𝑽𝑰𝑵𝑻𝑬 𝑬 𝑵𝑶𝑽𝑬

[17:22]

Se passaram três meses antes de finalmente chegar o dia. Estávamos caminhando por um parque perto do apartamento,no final da tarde,quando John apareceu ao nosso lado,sequer reparando em mim,para dizer que Min-ho requisitava nossa presença. Dirigíamos quando sinto o aperto deJooheon em minha mão,dizendo daquele jeito que tudo ficaria bem. Quando chegamos à entrada,um frio revira meu estômago.

Voltar àquela casa me trazia uma mistura de emoções diferentes. Saudades,uma apreensão por estar vulnerável,esperança de encontrar Jisoo e a sensação latente de que todos me consideravam uma pária. Os homens que eu conhecia,que me cumprimentavam todas as manhãs,desviam o olhar quando passamos. A sala tinham um clima amigável de final de expediente,todos coversando e rindo. Até nos verem.

Um silêncio sufocante se infiltra no ambiente,fazendo com que todos desviem o olhar ou se retirem. Os homens se sentiam culpados pela surra,era óbvio,mas não podiam desconsiderar a decisão de seu chefe. Hyungwon é o único a se levantar e servir dois copos do que eu achava ser conhaque e nos entregar,com um leve aceno da cabeça ao "obrigado" de Jooheon. Era um sinal de paz.

 — O senhor Lee os espera no escritório.— diz alguém,do alto das escadas.

Tomo o conhaque de uma vez,sentido-o queimar minha garganta e esquentar meu corpo. Jooheon faz o mesmo,agarrando minha mão ao subir as escadas. Aquele era uma mensagem clara para todos. Estamos juntos. Não iríamos ceder.

Os dois dos homens que guardavam a entrada do escritório abrem caminho quando nos aproximamos e somente no momento em que nos encaramos solto a respiração presa em meus pulmões.

— Jooheon.

— Pai.

Lee Min Ho estava em sua poltrona de sempre. Vestido formalmente,com um terno caro,o cabelo preto misturado com os fios cinzas perfeitamente arrumado,como se fossemos  apenas mais uma reunião de negócios. Eu suspeitava assim,se não fosse pela taça de vinho ao seu lado e o cheiro de cigarro impregnando o cômodo. Ele ergue os olhos para nós pela primeira vez,impassível.

— Vejo que já está recuperado. Já está sã de sua cabeça?— seus olhos encaram nossas mãos entrelaçadas rápido suficiente para um sorriso desgostoso brotar em seus lábios.— Por que ainda me dou o trabalho de perguntar?

— Não vou desistir do meu casamento.— diz Jooheon ao meu lado.

— Imaginei que sim. Você é igual a ela,quando está decidido,nem o demônio pode fazê-lo mudar de ideia.— suspira.— Veja bem,quando eu disse que essa mulher seria interessante para nós,que gostaria de um neto,era apenas para fazê-lo entrar no papel. Era só para provocá-lo. Não pensei que fosse fraco a esse ponto.

— Você se casou com mamãe por muito menos e quer falar sobre fraqueza?— sorri,com desprezo.— Uma garota assustada e ingênua,aquilo foi motivo suficiente para desposá-la!

— Cale essa maldita boca,seu fedelho!— o senhor Lee perde a calma pela primeira vez diante dos meus olhos,batendo com violência na mesa.

— Então não me julgue por fazer o mesmo!— responde no mesmo tom.— Diferente de você,quero casar com esta mulher porque gosto dela,não por pena.

— Você também quer isso,garota? Não que haja outra saída para você,mas sabe o que acontece se casar com Jooheon? Sabe como vai ser? Ninguém vai esquecer o porquê de ter aparecido em nossas vidas.

— Vocês todos fingiram. Assim como eu. De alguma forma,não devemos nada um ao outro. Sei que não gosta de mim,mas o fato de que me casarei com seu filho significa que manterei minha palavra.— fito o patriarca.— Sei que não posso voltar a minha vida antiga,mas essa escolha coube somente a mim no momento em que decidi vir para cá.