𝚆𝙰𝙽𝚃𝙴𝙳 | 𝐋𝐞𝐞 𝐉𝐨𝐨𝐡𝐞𝐨𝐧

𝑉𝐼𝑁𝑇𝐸 𝐸 𝑈𝑀

Edgar atira para o alto,fazendo todos ali gritarem e se jogarem no chão. Me viro lentamente,ainda sentindo o calor dos lábios de quem eu nunca deveria ter chegado perto.

— Afinal,eu não estava tão errado em vir para cá,não é,Louise?— seus olhos se alternavam entre Jooheon e eu,as mãos tremendo ao segurar a arma.

— Quem é esse,Jane? Quem é Louise?— sussurra Honey,atrás de mim.

— Edgar,calma. Abaixa essa pistola,vamos resolver isso sem machucar ninguém.

— Machucar quem?— aponta para Jooheon.— Ele? O seu amante coreaninho?

— Edgar!— uso meu corpo como um escudo.— Você vai arruinar a sua carreira se fizer isso,pelo amor de Deus.

— Ele me chamou de amante? Você tem um namorado?

— Eu sou o noivo dela. Vai dizer que ela não te contou? Quer dizer,você sabe ao menos falar inglês?

— Não estou falando com você.— Honey encosta em minha cintura como se não houvesse a possibilidade de levar um tiro na cara.

— Sai de perto dela ou eu atiro!

— Jooheon,por favor!

— Você sabe que ela é uma policial,seu merdinha?

[5:39]

Acordo ofegante e desnorteada. O sonho havia sido real de mais,uma imitação aterrorizante do que poderia ter acontecido há poucas horas atrás,se eu não houvesse beijado o irmão da minha patroa na porta do banheiro do restaurante da tia dele. O olhar confuso e assustado,e logo em seguida o forte rubor em sua face ainda pareciam bem nítidos na minha memória. Por algum motivo,sorrio. Lee Jooheon havia visto muito mais do que eu poderia imaginar em sua vida,mas um beijo poderia desconcertá-lo ao ponto de não me encarar o caminho todo de volta?

— Por que fez aquilo?

— Não tive escolha...Uma pessoa que não gosta muito de mim apareceu ali e precisei me esconder.

— O que aconteceu?

— Dei uma surra nela.

Jooheon arregalou os pequenos olhos em surpresa,mas apenas sorriu,ladino.

— Não sabia que você era esse tipo de pessoa.

— Ela tinha um bastão.— rimos,ainda em um clima estranho.

Tinhamos parado em frente ao meu prédio,e eu estava prestes a sair do carro quando ele segura em meu ombro.

— Tem algo que preciso perguntar.— a escuridão fazia com seu rosto ficasse meio escondido,mas eu podia ver sua testa franzida e rápido umedecer dos lábios.— Você é comprometida?

A sensação era a mesma de quando fui beijada pela primeira vez quando criança. Aquele leve enjoo no estômago e um pouco de perda do juízo.

Engoli em seco e desviei o olhar,sentindo o ar diminuir dentro do veículo.

— Foi uma situação emergencial,não tive escolha. Mais uma vez,me desculpe. Não vai mais acontecer.