B'afrik, O rico ladrão

Confia em mim!

Data: 24.01.36, 21:35

- É aqui, a morada do Sr Josiel! - disse Anaya depois de estacionar, os dois andaram até a porta da casa e Malik bateu a porta, que foi aberta por uma jovem mulher.
- Boa noite senhorita. É aqui que mora o Sr josiel? - perguntou Malik sem nem apresentar-se .
- Boa noite. É sim, mas ele não se encontra cá, está de viagem - respondeu a jovem.
- Está bem, obrigado - disse Malik.
- Mas, podes voltar quando quiseres, a qualquer momento ele volta - disse a jovem sorrindo-lhe, ignorando completamente a presença de Anaya.
- Acho que não será necessário, mas agradeço - respondeu Malik antes de afastar-se enquanto ela acenava.
- Aconselho-te a não fazeres isso - disse Anaya a jovem.
- Isso o quê? - perguntou a jovem sorrindo para Malik.
- Dar informações a desconhecidos, nem nos apresentamos - respondeu Anaya antes de dar costas e dizer - adeus - e caminhar até Malik.

- Acho que ela ficou afim de você - disse Anaya rindo enquanto andavam para o carro.
- Ana, isso não tem graça - disse Malik contendo o riso.
- Vá lá Mal, se não tivesse não ririas - disse Anaya já pronta a abrir a porta do carro, quando sorrindo para ele.

Data: 24.01.36, 22:17
Localização: litoral de Nova Lobito

Dali continuaram e passaram por mais três casa sem conseguir qualquer resposta que os ajudasse, até que chegaram a morrada do Sr Rockelson.

- Mal, deixa me falar com ele antes de começares a interroga-lo, ok? – pediu Anaya.
- Tudo bem - respondeu Malik. Chegados a porta ele tocou a campainha.

- Já vou - disse alguém de voz infantil do outro lado da porta, que ia a correr para abri-la. - Boa noite. Em que posso ajudar? - perguntou a menina que abriu a porta.
- Boa noite querida, aqui é a casa do Sr Rockelson? - perguntou Anaya de forma delicada e gentil.
- É o meu pai – respondeu a menina.
- Podes chama-lo por favor? - pediu Anaya no mesmo tom.
- Sim, esperem por favor - pediu a menina ao fechar a porta. Um minuto depois um homem velho de aparência cansada abriu a porta e convidou-os à entrar.

- Boa noite Sr Rockelson, eu sou Anaya Ange e este é o meu colega Malik Mends, nós somos detetives e estamos a cuidar do caso da vaga de assaltos - Anaya apresentou-os gentilmente como sempre.
- Compreendo, mas eu já disse tudo o que tinha a dizer nos relatórios para a polícia - respondeu Sr Rockelson sentado de frente para Anaya.

- Oh, por favor! - disse Malik de forma audível, bastante aborrecido.
- Malik! - disse Anaya surpresa pelo tom usado por ele.
- Desculpa-me Ana, mas eu detesto perder tempo com toda essa ladainha - respondeu Malik passando a mão pelo rosto - Sr Rockelson, a noite tem sido longa e todos precisamos descansar, por isso sejá objectivo. Nós já sabemos que o Sr foi coagido, apenas conte-nos como aconteceu - disse Malik de um vez só, chateado.
- Não gosto da forma como você fala comigo em minha casa meu jovem, por isso faça m'o favor de se retirar - pediu o Sr Rockelson chateado com as acusações de Malik.
- Sr Rockelson lamento imenso pelo comportamento do meu colega - desculpou-se Anaya demostrando respeito, enquanto segurava a mão de Malik para impedi-lo de levantar-se - Mas não posso negar que ele diz a verdade, nós estivemos com o seu colega que nos contou algo completamente diferente, daquilo que o Sr apresenta no seu relatório - concluiu Anaya blefando calmamente.
- Já que esse é o caso, era melhor que resolvessem isso com ele - respondeu Sr Rockelson suando e ainda chateado.
- Por favor Sr Rockelson! - pediu Anaya de forma meiga enquanto Malik revirava os olhos.

- Vou contar-vos a verdade que já pesa dentro de mim - disse o homem passando a mão pelo rosto antes de continuar - O que aconteceu foi que: um dia após ao assalto, estava eu a escrever o meu relatório quando recebe uma mensagem do banco, que dizia que recebe a transferencia de uma alta quantia, logo a seguir recebe uma mensagem de um número desconhecido a pedir de forma muito respeitosa que eu ocultasse algumas informações sobre o assalto no meu relatório - contava o Sr quando foi interrompido.
- E o Sr fê-lo! - disse Malik presunçosamente, quando respondeu.
- Eu não tive escolha, eu ia comentar sobre o ocorrido no meu relatório, só que a minha esposa entrou no escritório a dizer-me que o nosso kassule havia piorado, todo o dinheiro que tínhamos, tinha acabado e não teriamos como pagar as despesas, eu não soube o que fazer - contava ele triste e envergonhado, quando Malik interrompeu-o uma vez mais.
- E o dinherio não poderia ter vindo em melhor hora, não é? - Malik sorriso sarcástico - Sr isso não justifica... o Sr é cúmplice... pode sem preso - disse Malik sem sequer notar o peso das suas palavras sobre a pequena menina que estava no colo do Sr Rockelson.
- Sei disso mas eu sou pai e cuidar da minha familia é minha prioridade nem que isso custe a minha liberdade - respondeu ele convicto, passando a mão na cabeça de sua filha.
- Lamento imenso a sua situação, de verdade mas nós temos de pegar um criminoso - disse Anaya pegando a mão da menina com um sorriso caloroso para fazê-la sentir-se melhor. De seguida Anaya olhou para Malik como quem diz, tem cuidado com o que dizes.
- A senhorita está certa - respondeu Sr Rockelson.
- E o que lhe foi pedido para ocultar-nos? - perguntou Malik sem mudar a sua postura, mas um pouco mais calmo.
- O indivíduo pediu-me que oculta-se a forma como se comportava o assaltante, o assaltante parecia que não queria magoar ninguem apesar de que tinha firmesa ao segurar a arma. Ele até fez o favor de retirar as pessoas que estavam acompanhadas por crianças ou bebês e ainda as gravidas, se bem que não se importou em atacar o gerente, que tentava salvar-se antes de todos - contou o Sr Rockelson.
- É tudo? - perguntou Malik aborrecido.
- Não, não é. Ele olhava pra cima sempre que estivesse perto de uma janela e assim que saiu ele trancou a porta, mas logo após faz o grafite, antes de ir se embora, lançou a chave pela janela para que pudéssemos libertar-nos. Agora sim é tudo - concluiu.