Capítulo 2 - Amigo ou inimigo?

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      Já no dia seguinte eu fiz o de sempre, passeio com o Lucky as cinco da manhã e por algum motivo ele queria fazer algo a mais hoje. Quando cheguei em casa já eram sete e cinco, já estava atrasada pra falar com o Thomas, esse cachorro parece que adivinha.
      Vesti minha farda, já que depois que eu sair do café vou direto pro trabalho, amarrei o cabelo num rabo de cavalo peguei a mochila, a arma e saí, ainda bem que o café fica no outro lado da rua, só não fui com o Lucky porque não é permitido animais e ele não está acostumado com muita gente no mesmo lugar. Quando entrei no café era quase sete e vinte, tenho que pedir desculpas pelo atraso.
      Logo vi um grupo sentado perto da janela, grupo esse na qual eu não conheço ninguém mas uma certa barba meio ruiva enferrujada me pareceu familiar, então esses são os amigos? Pelas minhas contas, são cinco, tirando ele.

– Tem certeza que essa tal garota vai vir Thomas?

– Dan..

– Que foi Jessy? Só perguntei.

      Um outro barbudo perguntou cruzando os braços, parece estar perdendo a paciência, nesse ponto eu já tinha chegado perto o suficiente pra ouvir.

– Bem, ela marcou.

– Se passou vinte minutos, não acho que ela vá vir.

– Vamos esperar só mais um pouco, Cleo.

     É, acho que ninguém me notou aqui, claro porque notariam uma mulher fardada parada aqui perto. Estava prestes a falar alguma coisa até uma loira abrir a boca visivelmente irritada.

– É perda de tempo, até quando vamos esperar? Eu já disse que deveríamos chamar a polícia.

– Não será necessário.

      Os presentes na mesa olharam pra mim e percebi certa surpresa vindo deles, principalmente do Thomas.

– Desculpem o atraso, tive um imprevisto.

      Meu cachorro resolveu que quer ser independente e correu atrás de um esquilo lá no bosque, que coisa não?

– Tudo bem...

– Já que ninguém vai começar eu começo.

      A loira irritadinha se levantou e levou as mãos aos quadris e pode ser impressão minha, mas sua face parece ter suavizado.

– Quem é você e como conhece minha irmã?

      Não é óbvio? Ok não vou dizer nada, responder já é o suficiente, se bem que eu deveria estar fazendo as perguntas aqui.

– Senta Lilly, não era a polícia que você queria? Aqui está.

– Silêncio Dan.

– Respondendo sua pergunta, sou a Cris conheci a Hannah na delegacia.

      Ignorei qualquer convensa alheia, e especialmente a "Lilly" e me voltei pro Thomas, por incrível que pareça tinha um lugar vago, eu não queria me sentar, mas pra não chamar a atenção de terceiros me sentei ao lado de uma outra ruiva.

– Imagino que sua namorada tenha dado meu número.

– Mais ou menos.

– Como assim mais ou menos?

      Ergui uma sobrancelha e o observei atentamente, o Thomas apenas juntou as mãos sobre a mesa.

– Acho melhor contar a história toda.

      Uma outra pessoa que não tinha se manifestado ainda, e que eu esqueci de ter visto de tão quieto.

– Sim, faz três dias que a Hannah sumiu sem mais nem menos, fui a polícia ontem de manhã mas não confio muito na palavra do Alan.

Investigação policial - Duskwood (Parada)Onde histórias criam vida. Descubra agora