xii. chapter

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Capítulo 12

"Killing me slow, out of the window

I'm always waiting for you to be waiting below"

- Cruel summer, Taylor Swift

Por Elsa Harper A. 


Nós duas saímos pelo corredor. Me surpreende que algumas portas estejam abertas, consigo escutar o barulho de risadas e conversas altas das garotas se arrumando enquanto passamos até a escadaria.

Makena, a outra garota que Poppy me apresentou está em pé na frente da sua porta, veste um short jeans desfiado e uma blusa de um ombro só. Seus cabelos crespos deram lugar há tranças nagô. Me pergunto como ela vai sobreviver naquele frio de 0° graus celsius. Ela acena para mim e direciona um olhar encantado a Poppy quando a vê. Pisco rapidamente, surpresa. Parece que alguém tem uma queda pela minha prima.

Cutuco Poppy na cintura depois de nós duas passarmos pela morena. — Ela tem uma queda por você.

— Quem? — Minha prima franze a testa, parecendo verdadeiramente confusa. Depois se vira para trás. — Makena? Claro que não. Somos amigas há anos.

Me pergunto como alguém consegue ser extremamente inteligente para algumas coisas e totalmente desatenta para outras. Mas essa é Poppy. E não é à toa que Makena parecia encantada por minha prima. Ela estava estonteante com seu top de preto de mangas e a saia vermelha com um corte na perna.

Preparo-me mentalmente para ver todas as pessoas. Eu tentei não pensar em quantas vão aparecer na festa ou meu pequeno problema com interação social até agora. Mas o pensamento fincou raízes na minha mente quando saímos no corredor dos fundos. Arqueio a sobrancelha, surpresa, quando não vejo nada.

— Não é aqui. — Poppy nota meu olhar confuso e engancha seu braço no meu. — Vamos.

Duas alunas bem-vestidas andam na nossa frente e nós as acompanhamos. Elas cruzam o campo dos fundos e entram em uma trilha na floresta. Aperto meu casaco no corpo. O clima parece bom hoje. A pequena estrada é rodeada de árvores, mas a neve espalhada indica que muitas pessoas já vieram por aqui. Ainda há um fiapo de luz, o que ajuda a nos locomovermos melhor, se fosse mais tarde eu preferia voltar para o quarto ao invés de enfrentar essa trilha tenebrosa.

Poppy segura minha mão, como se ela soubesse que estou prestes a fugir. Depois de alguns minutos em linha reta, dobramos a esquerda. Eu começo a escutar uma melodia tocando ao longe e algo parecido com um ponto laranja aparece no fundo. São tochas, percebo quando chegamos mais perto. As árvores se abrem em um campo aberto rodeado por trinta ou quarenta tochas erguida sob madeira e fincadas na neve.

A melodia de um trap toca. Há quase cinquenta pessoas, ou mais. Definitivamente mais, penso quando Poppy me puxa mais para frente. Bem no meio, sustentado por uma jangada de madeira, há uma fogueira de, no mínimo, cinco metros de altura, ainda apagada.

— Legal, não é? — Poppy pergunta animada, o fogo refletindo em seus olhos castanhos a ponto de parecer que eles queimam. — Vamos buscar as bebidas.

Paramos na frente de diversos barris no canto esquerdo. Uma garota de cabelos pintados de verde escuro tem uma mangueira nas mãos. Poppy parece conhecê-la.

— Olá, Karina. Que surpresa. Não sabia que viria.

A garota dá de ombros. — É uma surpresa até para mim. — Ela franze a testa e me fita. Seu rosto é marcante, talvez pela tatuagem de cobra desenhada no canto do seu olho ou pelos diversos piercings espelhados pela face. — E aí, novata?

Kalel [Royal Vamp¹]Onde histórias criam vida. Descubra agora