Kalel [Royal Vamp¹]

xxii. chapter

CAPÍTULO 22.

Elsa Harper A.

O exame é melhor do que eu pensava. Juliet não é apenas boa em biologia, ela sabe todas as coisas que caíram o semestre inteiro. O que foi um alívio. Uma parte de mim acha que ela só pode possuir memória fotográfica. A garota é uma completa gênia, caramba. A verdade é que estou verde de inveja.

A parte boa de sair da aula de biologia, é que química fica bem ao lado e não preciso cruzar o colégio correndo para conseguir chegar a tempo. A primeira coisa que vejo é o cabelo loiro de Asher. É tão branco que se destaca dos demais. Ele está sentado em uma carteira ao fundo da sala, com Theodore e Aaron sentados nas mesas. É engraçado como eles sempre andam em bando.

Falando nisso, há um último integrante em pé encostado em sua própria mesa. Kalel parece alheio a conversa, seu rosto focado na bola de basquete girando em seu dedo. Maldito coração acelerado idiota. Qualquer dia isso vai me causar uma taquicardia. Ele parece um rei e as pessoas ao redor, meros mortais. Ele não se dá o trabalho de dar um segundo olhar para elas. Mas parece sentir o meu.

Quero me dar um soco no rosto quando sinto o calor se acumulando nas minhas bochechas. Poppy estaria rindo agora se ela me visse. Eu não coro. Nunca. Mas aparentemente esse garoto me transforma em uma boba envergonhada.

Ando até lá, como seguindo um fio invisível preso a ele. Kalel joga a bola para Aaron, que pega sem nem precisar olhar.

— Oi. — Digo, quando estamos frente a frente. 

Ele me olha. Me torturando, seus olhos saindo dos meus, mirando meus lábios semiabertos. Há a ligeira sombra de um sorriso quando esbarram nas minhas bochechas coradas. Idiota. — Oi, amor.

Amor.

Suas mãos me alcançam, dando um aperto em minha cintura. Kalel me aproxima do seu corpo e me dá um leve beijo na testa. Me torno uma bagunça trêmula de sorriso imbecis e labaredas de fogo faiscantes. Seu cheiro de pinho e sândalo me deixa tonta.

— Isso foi nauseante. — É claro que é Asher quem abre a boca primeiro.

— E você é um invejoso. — Semicerro os olhos em sua direção.

O queixo de Asher cai, como se ele não pudesse acreditar no que estou falando. — Inveja corresponde a querer aquilo que o outro tem e eu com certeza não quero um ratinho bravo no meu pé.

— Se você me chamar de ratinho de novo, eu vou fazer você engolir a sua língua.

— Tenho certeza de que isso é biologicamente impossível. — Ele olha para Theodore para confirmar.

Theodore nem mesmo se dá o trabalho de tirar os olhos do livro que está lendo, mas responde mesmo assim em um tom de tédio. — Tenho certeza de que Elsa tornaria isso biologicamente possível de alguma forma.

— Cara, somos um time. — Asher retruca indignado. — Vocês têm que estar do meu lado...

Reviro os olhos e desvio minha atenção do drama contundente de Asher. Viro meu rosto para Kalel e abraço seu pescoço, meu corpo relaxando automaticamente. — Seus amigos são imbecis. Não sei como consegue aguentá-los todos os dias.

— Eu me faço a mesma pergunta sempre que abro os olhos. — Kalel responde, seus dedos traçando círculos na minha cintura, deixando uma trilha quente mesmo por cima da blusa do uniforme. — Como você está?

— Cansada. — Eu digo, em um suspiro exausto.

Ele me aperta contra o peito e tira algo do bolso com a mão livre. Meu estômago ronca ao ver a barrinha de cereal que ele estende em minha direção. — Você adivinhou.