In The Beats Of Your Heart

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#Nasbatidasdoseucoração

Myoui Mina

Por um momento me permiti esquecer de tudo. Tentei apenas me concentrar na pequena mulher que estava a olhar admirada toda a paisagem naquele grande terraço.

Era impressionante o fato da vida ser cruel demais com algumas pessoas. Essas que não mereciam nada de ruim.

Chaeyoung, no entanto parecia aceitar as circunstâncias. Talvez pela pressão, e por achar que a única saída não era, de fato o melhor caminho.

Queria mostrar que ela estava errada, e assim fazê-la assinar o papel. Ao mesmo tempo sabia que era uma decisão muito difícil a ser tomada. Ainda tinha um longo caminho a percorrer até conseguir convencê-la.

—Eu poderia vir aqui amanhã outra vez?— Ela pergunta, acanhada.

—Claro que pode.— Aproximo-me com receio, segurando em sua mão direita.

—Tenho duas chaves, então te deixarei com uma.— Abro sua mão, deixando o material gelado.

—Com uma única condição.— Ela levanta seu rosto rapidamente, fazendo-me observar suas orbes castanhas com mais detalhes, pela proximidade repentina.

—Que você me avise quando estiver por aqui, para que se algo acontecer, eu consiga chegar à tempo.— Concluo, e Chaeyoung concorda, soltando nossas mãos.

Por um momento senti um vazio estranho, mas logo o pensamento foi para o espaço.

—Obrigada por me dar essa chave. Vou considerar como um presente.— Suspira fundo. — Acha que eu conseguiria sobreviver à cirurgia?— Seu olhar era esperançoso.

—Bom... Será uma cirurgia complicada. Mas o cirurgião fará o possível para obter êxito.— Chaeyoung olha para o horizonte, e eu queria muito saber o que estava pensando naquele momento.

—Você poderia me operar.— Ela afirma, como se tivesse pensando alto.

Parando para pensar, o caso dela é isolado. Estou apenas analisando de fora, e cuidando dos seus exames. Não seria eu a pessoa que iria operá-la, mas quando a encaro, vejo novamente a esperança e o desejo pela vida.

—Ah, eu... Me designaram apenas para cuidar de seus exames até que o dia da operação chegue.— Engulo em seco, quando vejo a decepção estampada em seu belo rosto.

—Eu não sei por qual motivo, mas acho que a única pessoa que confio para mexer em meu coração seria você.

Aquela frase me causou um impacto gigantesco, fazendo-me virar o rosto para outra direção. Qualquer uma que não fosse a dela.

—Mas entendo... Não é você que escolhe quem vai operar. Sei como funciona o sistema.— Termina de falar. Ouço seus passos e de repente, sinto seus braços em meu corpo.

Aquilo era um... abraço? Sim, um abraço quente e desajeitado.

Nunca recebi abraços de pacientes, além das duas amigas que tenho e minha irmã mais nova. Não sabia o que fazer.

—Nenhum médico tentou ser legal comigo, como você e a Dra. Nayeon estão sendo. Sou muito grata por isso.— Seu tom de voz era baixo, e sua respiração batia em meu colo.

—Ah, isso é bom. Só queremos te ajudar. Você vai ficar bem, apenas deixe tudo com a gente.— A abraço de volta, e então ouço sua risada.

—Estou deixando. Não é como se pudesse fazer muita coisa, mesmo.— Lamenta, se afastando de mim.

—Desculpa pelo abraço tão repentino. Fiquei um pouco emotiva.

Apenas balanço a cabeça, sorrindo. Não foi tão ruim como pensei que seria.