In The Beats Of Your Heart

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Para melhor leitura escutem essas duas músicas maravilhosas aqui:

SQUEEZE— Fifth Harmony
SORRY— Halsey

#Nasbatidasdoseucoração

“Parece que não atendi suas ligações por meses
Não me dou conta do quão cruel eu consigo ser."

Myoui Mina

A primeira coisa que fiz após conversar com Nayeon foi comprar um celular novo. Essa foi a parte mais fácil. A mais difícil ainda estava por vir, que era conversar com Chaeyoung.

Chaeyoung...

A coreana não saiu dos meus pensamentos de jeito nenhum. Queria voltar no tempo, onde tudo o que importava era me divertir sem ter que me preocupar com sentimentos alheios. Mas agora estava aqui, prisioneira do meu próprio coração.

Ainda que tudo indicasse o óbvio, recusava-me a acreditar que fosse paixão. Palavra essa que, para muitos era sinônimo de felicidade, para mim era obscura. Costumava dizer que o amor era invenção para os loucos. Uma pessoa sã jamais aceitaria ter esse tipo de dependência. Bem, era o que pensava, que amar encarcerava. Mas então por que me sentia livre ao lado dela, e sufocada estando sozinha?

O ser humano tem medo do novo, e isso faz com que ele perca coisas extraordinárias. Eu não só tenho medo, como sinto pavor. Pavor de não sentir os meus pés no chão, e me sufocar nessa confusão de sentimentos. De chegar ao céu, e simplesmente despencar, em questão segundos. De cair, e ninguém estar lá para me segurar.

O que poderia oferecer a ela além de sexo? Além de alguns momentos de prazer? Não me via lhe dando amor, porque eu não sabia amar. Meu peito palpitava, e a voz no fundo da minha consciência sempre fazia questão de lembrar-me que não tinha nada de bom a oferecer.

Chaeyoung merece alguém que não tenha medo de flutuar. Alguém que não tenha medo de altura. Uma pessoa com coragem o suficiente para se deixar cair e morrer de amores por ela. Eu não era essa pessoa, mas era masoquista o suficiente para fingir que poderia ser.

Eu poderia, certo? Ela não estava aqui, de qualquer forma.

"Por sua culpa..."— Meu coração confuso fez questão de lembrar.

Sim. Por minha culpa. Odiava ser assim.

Perdi o controle de tudo, e agora ela me tinha nas mãos. Havia alguma maneira de reverter isso? E se tivesse, eu aceitaria mudar algo?

O amor realmente era para os loucos. Eles eram corajosos o suficiente para se jogarem nisso de cabeça. Talvez eu esteja a caminho, pois estou enlouquecendo aos poucos.

"Eu fujo quando as coisas estão indo bem
Eu nunca entendi de verdade
A forma como você me olhava
De uma maneira que ninguém jamais poderia olhar."

                           🫀

"Então parece que eu parti seu coração
Minha ignorância ganhou mais uma vez
Eu não pude perceber isso desde o início
E te machuquei tanto."

Uma borboleta pousou nos girassóis secos da minha sacada. A fumaça cinza que saía lentamente da minha boca não a impediu de ficar por ali, batendo as asas lentamente. Não sei por quanto tempo fiquei parada, apenas a observando. Já estava no quinto cigarro quando desisti de contar.

Mesmo aquela planta, em seu estado mais cinzento ainda conseguia ter mais vida que eu. Mesmo com a aparência deplorável dela, o inseto preferiu ficar ali.