Capítulo 12

989 164 73
                                    


Oh, não! Izuna se arrependeu de suas palavras no mesmo instante.

- Não seja ridículo.

- Não vou ser ridículo. Pretendo ser incendiário.

Izuna queria pensar em uma resposta mordaz, sofisticada, para colocá-lo em seu lugar e se livrar daquela situação. Mas o vento forte que agitava seu kimono parecia ter também espantado sua astúcia. Então, em vez de uma resposta sofisticada, ele deu uma juvenil. Izuna gaguejou coisas sem sentido, depois entrou em pânico e fugiu. A trilha tortuosa até o castelo de repente pareceu longa demais. Izuna precisava estar em casa naquele instante, em sua cama, dentro de uma tenda aconchegante de travesseiros e cobertores, com Tobirama do lado de fora da porta trancada.

Levantando o kimono, ele saiu da trilha e pegou um caminho reto até o castelo, andando o mais rápido que o chão irregular e lamacento lhe permitia.

- Não vá por aí - Tobirama disse atrás dele.

Izuna o ignorou. Vou andar por onde eu bem quiser, muito obrigado. Não sou um dos seus soldados. Você não manda em mim.

- Ah!

Izuna quase tropeçou na própria bainha. Ele olhou para baixo. Com a pressa de provar sua independência, tinha dado um passo em falso, perigoso e sozinho. Seu pé tinha desaparecido na lama preta e fibrosa. Quando tentou puxá-lo, a outra perna também afundou, até o joelho. O que era aquele lodo? Parecia areia movediça, que o puxava para baixo cada vez mais.

- Tobirama? - ele chamou. - Tobirama, por favor, venha logo. Não consigo mexer os pés.

Ele parou a alguns passos de distância e examinou a situação.

- Você pisou em um atoleiro. Acontece o tempo todo.

- Já aconteceu com você?

- Ah, não. Eu não sou assim tão burro.

É claro que não, Izuna pensou com amargura. É claro que isso só poderia acontecer com ele.

- Mas eu já desatolei muitas vacas e ovelhas - ele continuou.

- Que maravilha. Você poderia fazer a gentileza de me desatolar também? E rápido?

Uma fagulha de divertimento brilhou nos olhos dele. Aquela expressão lhe contou algo terrível. Ele iria ajudá-lo, mas primeiro iria aproveitar cada minuto da situação. Izuna virou e puxou a perna, sem sucesso. Ele estava muito bem preso, e seu coração martelava furiosamente em seu peito. Ele estalou a língua.

- Primeira regra dos atoleiros: não entre em pânico.

- Qual é a segunda regra? Acho melhor pularmos para ela.

- Não se desespere para sair - ele disse. - Você vai ficar exausto. Mantenha a calma e espere seu corpo chegar ao equilíbrio. Era fácil para ele falar. Ele tentou alcançar alguma coisa, qualquer coisa, para se segurar. Suas mãos só encontraram ar e grama solta. O atoleiro o engoliu mais, até os quadris.

-Tobirama - ele exclamou. - Está ficando pior.

- É porque você está se debatendo.

- É claro que estou me debatendo! Estou sendo engolido vivo. E você só fica parado aí.

Ele se agachou, ficando no nível dos olhos do uchiha.

- Você vai ficar bem. A maioria dos atoleiros só chega até os quadris.

- A maioria dos atoleiros - ele repetiu. - Então alguns são mais fundos.

- Quase ninguém morre atolado.

O Noivo Do CapitãoOnde histórias criam vida. Descubra agora