capítulo 01

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Abril de 1817

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Abril de 1817

(Glub, Glub-glub-glub.)


A mão de izuna tremeu. Sua pena cuspiu tinta, fazendo grandes borrões na estrutura da asa que ele estava esboçando. A delicada libélula brasileira ficou parecendo uma galinha leprosa. Duas horas de trabalho arrasadas em um breve instante -por total discuido próprio. Mas isso não seria nada se aquelas bolhas significassem o que ele esperava. Cópula.

O coração dele começou a bater mais rápido. Ele colocou a pena de lado, ergueu a cabeça apenas o suficiente para ter uma visão clara do aquário de água marinha e ficou imóvel. Izuna era observador por natureza. Ele sabia como sumir no cenário, fosse o papel de parede da sala de estar, os lambris do salão de baile ou a pedra rebocada do Castelo. E tinha muita experiência observando os rituais de acasalamento de muitas criaturas estranhas e espantosas, dos aristocratas ingleses às lagartas do repolho. Quando se tratava de cortejar, contudo, as lagostas eram os seres mais pudicos e formais de todos. Ele estava esperando há meses que Fluffy, a fêmea, mudasse a carapaça e se mostrasse disponível para o acasalamento. Rex, o espécime macho no aquário, também aguardava. Izuna não sabia dizer quem estava mais frustrado, ele ou Rex.

Talvez esse fosse o grande dia. O uchiha observava com atenção o aquário, segurando a respiração com expectativa. Pronto! Atrás de um pedaço quebrado de coral, uma antena cor-de-laranja balançou no ambiente escuro. Aleluia! É isso, ele desejou em silêncio. Fluffy. Foi um inverno longo e solitário debaixo daquela pedra. Mas você agora está pronta. Uma garra azul apareceu. Depois recuou. Que provocação desavergonhada.

- Pare de ser tão melindrosa.

Enfim, a cabeça inteira da fêmea apareceu quando ela se levantou do seu esconderijo. E então alguém bateu na porta.

- Sr. Uchiha?

Isso pôs fim a tudo. Fazendo "glub-glub-glub", Fluffy desapareceu com a mesma rapidez que surgiu. De volta à sua pedra. Droga.

- O que foi, Sayuri? - Izuna perguntou. - Meu irmão ficou doente?

Para ele ser perturbado em seu estúdio, alguém precisava estar doente. Os criados sabiam que não deveriam interrompê-lo enquanto trabalhava.

- Ninguém está doente, senhor. Mas chegou uma visita.

- Uma visita? Ora, isso sim é uma surpresa.

Para um japonês encalhado morando nos campos desertos das França, visitas eram sempre uma surpresa.

- Quem é? - ele perguntou.

- Um homem alfa.

Um homem alfa. Então Izuna ficou mais que surpreso. Estava definitivamente chocado.

Ele empurrou de lado a ilustração estragada de libélula e se levantou para olhar pela janela. Não teve sorte. Tinha escolhido aquela sala da torre por sua vista, de tirar o fôlego, das colinas verdejantes e do lago vítreo que havia entre elas - a água parecia um fragmento de espelho acomodado entre as duas elevações. Mas aquele aposento não permitia observar o portão nem a entrada.

O Noivo Do CapitãoOnde histórias criam vida. Descubra agora