1. Anjo da Morte

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Myra

Meu corpo entorpecido estava se recuperando aos poucos.

Os músculos dormentes começaram a formigar a medida que eu tentava me mexer.

Eu sentia o fluxo do meu sangue pelas veias e o coração acelerado como se eu estivesse em uma maratona.

A dor do vazio se apoderava do meu estômago.
Senti enjoo e ânsia, mas eu não tinha comido nada à muitas horas então eu nem tinha o quê vomitar, muito menos a força necessária para isso.

Ao longe eu escutava um barulho. Parecia pessoas correndo e falando alto. Evitei me mexer muito para as correntes não fazerem barulho para eu poder ouvir melhor, mas meus sentidos estão uma bagunça.

Devido ao soro e aos poderes dele meu senso de tato está meio desligado. Meu olfato está uma porcaria, minha boca está com um gosto metálico e meus olhos estão tão pesados que eu nem conseguia abri-los.

E para piorar estou sentindo tanta vertigem e tortura que parece que estou em um navio no mar em plena tempestade.

O barulho das vozes ficaram cada vez mais altos. Ouço gritos também. Sons de algo que parece... arma de fogo? Sim.
Está acontecendo um tiroteio aqui no santuário. Mas por que?

Ouço passos apressados perto de mim, seguido de um barulho de chaves abrindo algo de metal. A porta da cela onde estou. Mas não reconheço os passos dessa pessoa, não é ele.

Tento abrir os olhos para ver quem é mas a luz extrema das lâmpadas invade minhas órbitas e me força a fechá-los com força novamente. Minha cabeça começou a latejar.

Ouço uma risada de uma voz desconhecida. Um homem, que disse em inglês:
- Não se esforce muito, bruxinha, não vai adiantar.

Bruxinha?

Sinto uma mão passando pelas minhas costas e me esforço para abrir os olhos. Todos meus instintos me dizem para correr para longe dali, mas eu mal conseguia me mexer.

- Sabe, eu sempre me perguntei que tipo de tesouro o chefe guardava aqui. Sabia que era uma garota porque eu conseguia ouvir seus gritos de longe.

Ele continuou passando a mão pelo meu corpo enquanto eu tentava em vão rastejar para longe dele.

- Eu vivia imaginando como você seria. Se era bonita. Pensei muitas vezes em entrar aqui e me divertir um pouco com você e quem sabe até te distrair um pouquinho dessa vida miserável. - ele deu uma gargalhada enquanto apertava minha cintura com uma mão ao ponto de machucar.

- F-fica longe de mim. - Consegui murmurar.

- Ah, nem pensar. Você está... extremamente magra. E suas roupas estão num estado deplorável, então a diversão que eu tinha em mente vai ter que ser diferente.

Senti ele levantar meu braço direito, que estava mais próximo a ele. Tentei puxá-lo de volta mas eu estava fraca demais.

- Sabia que seu pai foi um dos primeiros a fugir assim que soube que invadiram o local? Aquele covarde... Eu vim correndo pra cá.

Ele colocou meu braço de volta no chão e eu senti um peso em cima dele, acho que era o joelho dele. Então eu entendi o que ele queria fazer. O desespero se apoderou de mim e tentei mais uma vez me debater. Só que o cara era enorme e eu mal me mexi.

- Acho que isso vai doer um pouquinho, bruxinha.

Ele puxou meu braço com força na direção contrária onde ele estava com o joelho em cima.
Quando ouvi o estalo dos ossos eu já estava gritando.
A dor era imensa. Minha garganta queimou do tanto que gritei.

Dark Energy • Magneto • (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora