Capítulo 12

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O REINADO DE SEDUÇÃO DO CANALHA RESSURGE

Ela não deveria permitir. O homem era um patife lendário. Um perito em arruinar jovens damas. E nunca foi punido por isso. Talvez porque fosse muito bom no que fazia. Parecia uma crueldade punir alguém por ter uma habilidade admirável.

Ainda assim, ela não deveria permitir. Ela devia lhe dizer para parar... parar de entrelaçar os dedos no cabelo dela... parar de brincar delicadamente sobre a pele dela e o tecido apertado demais de seu vestido... parar com os lábios, que distribuíam beijos suaves e demorados em seu pescoço enquanto ele fazia suas promessas sensuais de lhe mostrar as partes do amor.

É claro que não era amor o que ele
prometia. Era o resto __ a parte perturbadora, carnal. A parte que ela imaginava desde a noite de seu banho, quando ele ficou parado a poucos passos dela, virado de costas, os ombros largos, enquanto ela se lavava desejando, por mais estranho que pudesse parecer, que fosse ele quem a lavasse.

A parte que ela queria ainda mais desde que ele a beijou em uma demonstração falsa de paixão no Carriça Canora. Ela quis que aquele beijo tivesse durado para sempre.

Mas ele nunca demonstrou que desejava
algo assim — não até essa noite, quando a escuridão caiu e a conversa deles se tornou mais honesta e clandestina. E Christian lhe contou seus segredos e Anastasia tocou nele sem querer... Só que não foi sem querer. Ela queria tocá-lo. Ela queria que ele a tocasse. E então ele tocou, o que foi maravilhoso. Ela não ligava que não devia permitir.

Christian ergueu os lábios de onde brincavam, na curva em que o pescoço dela se encontrava com o ombro, e os levou até a orelha dela, falando em um tom grave palavras sedutoras , repletas de sensualidade .

__Diga - me .

Ele chupou o lóbulo da orelha e isso piorou tudo. Ou melhorou. Ela não sabia dizer. Era difícil formular um pensamento.

__Dizer o quê?

__Você gostaria que eu lhe mostrasse essa parte?

Sim. Sim, sim, sim.

Ela engoliu em seco, sabendo por instinto que , se dissesse "não", ele iria parar. Mas ela não queria dizer não. Anastasia queria dizer sim. Com certeza. Sem dúvida. Se alguma vez ela soube o que queria, foi nesse momento. Christian arrastou os dentes pela pele de Anastasia, provocando um estremecimento de deleite no corpo dela.

__Por favor, - ela pediu com um suspiro.

Anastasia ouviu o sorriso na resposta dele:

__Tão educada.

Ela se afastou de Christian.

__Estou agradecendo a oferta.

__Sou eu quem deve agradecer, milady, -
ele riu, o som prometendo algo de maravilhoso e sensual.

E então os lábios dele desceram de novo sobre ela e Anastasia se perdeu. A escuridão tornava tudo mais ilícito e , por algum motivo, mais aceitável, como se ninguém nunca fosse descobrir o que eles fizeram. Como se aquele lugar, aquela noite, aquela viagem, tudo não fosse mais do que um sonho que desapareceria ao raiar do dia. E desapareceria. O Marquês de Eversley não era para garotas como Anastasia. Desinteressantes, sem graça. Mas na escuridão ela podia fingir outra coisa. E aquela noite lhe renderia lembranças eternas.

__Que partes em especial, Anastasia? - Christian estava junto à orelha dela outra vez, seus dedos tocando o limite do corpete, onde os seios estavam comprimidos pelos laços
apertados demais. __O que a deixa curiosa?

Aquela pergunta deveria ter deixado seu rosto vermelho, mas a escuridão a tornou valente.

__Tudo, - ela respondeu.

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