REI HOJE, DUQUE AMANHÃ
Eversley passou o dia seguinte vagando pelo castelo, evitando Anastasia, e ao mesmo
tempo esperando encontrá-la. Esperando que vê-la pudesse lhe proporcionar de novo o alívio incrível que sentiu quando conseguiu contar para Anastasia a verdade sobre Lorna e ela não fugiu gritando da biblioteca — um alívio consumido em seguida pela culpa diante da decepção que ela de monstrou quando ele declarou que não faria amor com ela.À tarde, ele foi parar na biblioteca outra vez, tomando um uísque sentado na poltrona onde esteve com ela na noite anterior, torturando-se com a lembrança de Anastasia explorando aquele aposento imenso com alegria e prazer evidentes, e comendo a torta com a mesma empolgação. Ocorreu a Christian que ele iria lembrar dela assim, rindo com os criados , suspirando por pastéis , encarando-o na sala de jantar... Ele pensaria nela com paixão.
Anastasia era toda passional, forte e perfeita, e parar antes de possuí-la por completo naquela poltrona, no chão, contra as prateleiras da biblioteca, várias e repetidas vezes até que nenhum dos dois se lembrasse de mais nada a não ser um do outro, foi uma das coisas mais difíceis que ele já tinha feito.
Mas deixá-la era muito mais difícil. E isso o aterrorizou.
Como cavalheiro, ele não devia sentir culpa. Ele não a arruinou, apesar do acordo estúpido que fizeram. Essa era a questão, não? Era seu papel como um home mm decente proteger a virtude dela, ou não? Mas ele se sentia culpado e isso não tinha nada a ver com levá-la para a cama. Tinha a ver com o fato de que ele não podia ser o que ela queria.
Christian não podia dar para Anastasia o amor que ela desejava. O amor que ela merecia. E a melhor coisa no mundo que ele poderia fazer por ela, àquela altura, seria levá-la para a estalagem em Mossband e fingir que nunca tinham se conhecido.
Como se ele pudesse esquecê-la.
O marquês bebeu um grande gole e a culpa começou a se transformar em frustração. Que grande idiota ele tinha sido ao levar Anastasia para o castelo, ao apresentá-la para seus demônios. De ter oferecido aos dois uma tentação que nunca poderia se concretizar. Porque ainda que ele se casasse com ela, nunca poderia amá-la.
Ele já tinha passado por isso uma vez e veja aonde aquilo o deixou. Sozinho. Bêbado. Na biblioteca.
__Meu lorde?
Christian virou o rosto para a porta, onde Gail aguardava. Gail , que sempre esteve ao seu lado durante a infância, mais mãe do que governanta, mais amiga do que criada. Ela era a única pessoa no mundo que podia olhar para ele com partes iguais de adoração e desdém.
__Entre, Gail, - ele disse, acenando a mão para a poltrona à sua frente. __Sente-se e conte-me as histórias da última década.
A governanta se aproximou, mas não se sentou.
__Você está bêbado?
__Estou me esforçando para isso, - ele ergueu os olhos para ela.
Ela o observou por um bom tempo antes de falar.
__Seu pai deseja vê-lo.
__Eu não desejo vê-lo.
__Você não tem escolha, Christian.
__Ninguém me chama assim.
__Bem, certamente não o chamarei de Rei, - Gail disse, seca e definitiva. __Eu já tenho um rei.
__Além do monarca em Londres, - Christian brincou.
__Se eu não soubesse que é a bebida falando, teria de castigá-lo pela grosseria.
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A fugitiva
RomanceAnastasia Steele é conhecida pela Sociedade como uma das Irmãs Perigosas - mulheres Steele que fazem de tudo para se arranjar com algum aristocrata. O apelido chega a ser engraçado, pois se existe algo que Anastasia abomina é a aristocracia. Mas par...